Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 22 de fevereiro de 2019

DIA DE REVERENCIAR OS HERÓIS: TOMADA DE MONTE CASTELO, NA ITÁLIA

 


Dia de reverenciar heróis
 
Solenidade realizada no Batalhão da Polícia do Exército lembrou aquele que é considerado um dos maiores feitos das Forças Armadas brasileiras, a tomada de Monte Castelo, na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial

 

» AUGUSTO FERNANDES
ESPECIAL PARA O CORREIO

Publicação: 22/02/2019 04:00

Veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o coronel Nestor da Silva (à direita) recebeu honras militares, na solenidade de ontem (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)  

Veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o coronel Nestor da Silva (à direita) recebeu honras militares, na solenidade de ontem

 

 
“Guarnecendo os destinos da Pátria/Sem fraqueza, com força e vigor”. Sob os versos da canção do Comando Militar do Planalto, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi homenageada ontem pelos 74 anos daquele que é considerado um dos maiores feitos das Forças Armadas do Brasil na Segunda Guerra Mundial: a tomada de Monte Castelo, na Itália. Realizada no Batalhão da Polícia do Exército, no Setor Militar Urbano, a solenidade lembrou os atos heroicos dos cerca de 25 mil militares que participaram ativamente das batalhas contra o Exército Alemão.

Um dos homenageados era o coronel Nestor da Silva, 101 anos, único veterano da FEB presente na solenidade. “Não há um dia em que eu não pense ou sonhe com a guerra. Sinto-me honrado de ter participado daquele momento e de ser uma das memórias vivas de uma conquista única para o Brasil. Guardarei as recordações para sempre”, comentou.

À época, o então segundo-sargento e o restante da tropa brasileira precisaram de quatro tentativas para derrubar as forças nazifascistas (leia Memória). Nestor da Silva sofreu com o rigoroso inverno europeu, marcado por nevascas e frio intenso, teve de se esconder em buracos cavados entre rochas para sobreviver às investidas alemãs e viu muitos companheiros morreram. Mesmo assim, após três meses de confronto, ele e os companheiros brasileiros saíram vitoriosos em 21 de fevereiro de 1945.

“A tomada de Monte Castelo não aconteceu em apenas um dia. Foi difícil, pois o Exército Alemão tinha um comando melhor. Mesmo assim, atacamos de frente e conseguimos a primeira conquista brasileira no teatro de operações na Itália”, recordou-se. “Foi um grande exemplo que a FEB deu ao Brasil e, principalmente, à mocidade brasileira. Feliz é a pátria que nos momentos difíceis possui filhos prontos para defendê-la e honrá-la. Seja na paz, seja na guerra”, completou Nestor da Silva.

Desfile
 
Na comemoração de ontem, feita no Pátio Marechal Zenóbio da Costa — comandante da Infantaria da FEB em operações da Segunda Guerra Mundial —, grupamentos das Forças Armadas compareceram em peso. Militares de tropas, como a do Regimento dos Dragões da Independência e a do Batalhão da Guarda Presidencial desfilaram a pé, em viaturas e a cavalo em continência ao coronel Nestor da Silva e entoaram cantos para saudar os soldados que participaram da guerra.

Durante a cerimônia, também foi respeitado o toque de silêncio em memória dos militares mortos nos conflitos em terras europeias e também dos que retornaram ao país, continuaram servindo ao Brasil, mas já se foram. “Em Monte Castelo, como em outras vitórias da FEB, nossos heróis honraram os exemplos dos bravos de Guararapes, das lutas pela independência e das guerras travadas no cone sul do continente. A campanha da Itália somou inúmeros exemplos de bravura, dedicação, amor à pátria e sentimentos fraternos aos valores cultivados pelos homens e mulheres do Exército de Caxias”, frisou o comandante militar do Planalto, general de Divisão Sérgio da Costa.

Como parte da celebração, o coronel Nestor da Silva desfilou às tropas em um carro e foi reverenciado com uma salva de palmas. Para ele, é sempre uma grande emoção ser saudado pelos seus esforços durante a batalha contra os alemães. “É como se fosse uma injeção de ânimo para eu continuar vivendo. Mesmo velho, ainda tenho a oportunidade de relembrar esta vitória e ver que o povo brasileiro ainda valoriza a FEB”, comemorou.

Apesar das memórias de dias difíceis, que refletem no seu semblante sério e rígido, o coronel conserva um grande sentimento de gratidão de quem já viveu mais de um século. “Vinte e cinco homens saíram de Brasília para representar a nação naquela guerra, e apenas dois seguem vivos. Um deles continua andando e falando como se o tempo não tivesse passado. E esse alguém sou eu”, brincou.
 
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