Adeus filho do meu peito, Que do meu peito nutri… Parto.
Vou deixar-te, filho, Ai, que farei eu sem ti? !
Adeus! Já quando acordares
Chorando não me verás;
As noites a acalentar-te
Outra voz escutarás.
Que amor te ganhei, meu filho I Que triste amor este meu!
Se assim tinha de deixar-te, Pra que tanto te quis eu ?
Os teus primeiros gemidos
Tua mãe não quis ouvir;
E a mim, que os calei com beijos,
Mandam-me agora partir!
Pus à volta do teu berço
Todo o amor que um seio tem,
E arrancam-te de meus braços,
Porque eu não sou tua mãe!
Os teus vagidos de infante Fui eu quem os sosseguei; Carinhos que semeava,
Para a outra os semeei !
Parto. Dentro em pouco, filho, Nem tu me hás-de conhecer;
E assim de pequenino
Te ensinam já a esquecer.
Adeus! Nesta despedida
A alma toda se me vai.
E, sem querer, o meu pranto
Sobre a tua fronte cai,
Que desse sono inocente
Te não vá ele acordar;
Que as forças me faltariam
Então, para te deixar.
Vamos, pobre mulher, vamos
Está finda a criação,
Deste vida a este menino,
Não lhe dês o coração.
O coração? Quem to pede ? Pedem-te o leite, não mais.
Vamos, pobre mulher, vamos, Que o acordas com teus ais!
Adeus filho da minha alma, Teus carinhos não são meus, O choro
corta-me a fala,
Mal posso dizer-te… adeus.