Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão domingo, 18 de agosto de 2019

DESEMPREGADOS CRÔNICOS

 

 
 

Desempregados crônicos

Não há muito o que comemorar nos dados sobre o desemprego divulgados pelo IBGE

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo

18 de agosto de 2019 | 03h00

Não há muito o que comemorar no conjunto de dados sobre o desemprego divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto mostram um recuo de 0,7 ponto porcentual na taxa de desocupação entre o primeiro e o segundo trimestre do ano e de 0,4 ponto em relação ao segundo trimestre do ano passado, fechando em 12%, as estatísticas do segundo trimestre indicam que o desemprego e o subemprego estão se transformando em condição permanente para uma parcela cada vez maior da população.

A tendência de crescimento dessa parcela de desempregados vem se verificando desde 2015, mas o salto atual é especialmente expressivo. Entre os que estão procurando emprego há mais de um e menos de dois anos, houve aumento de 80,2% em relação a 2012. No mesmo período, o contingente dos que procuram emprego sem sucesso há mais de um mês e menos de um ano cresceu 52,5%. 

 Tudo isso indica clara deterioração das condições do mercado de trabalho em especial para a parte mais vulnerável e menos preparada da população, justamente a que mais sofre com o desemprego por não contar com reservas financeiras nem ter serviços públicos adequados para melhorar sua condição de vida.

Outros dados da pesquisa corroboram essa dramática constatação. Dos desempregados no segundo trimestre, 55,5% tinham concluído pelo menos o ensino médio. Ou seja, mesmo alcançando algum grau de instrução, essa parcela da população tem dificuldade para encontrar trabalho. Tal falta de perspectiva certamente colaborará de maneira decisiva para o aumento do contingente de desalentados - formado pelos que não procuraram emprego no período de referência da pesquisa por se considerarem muito jovens, muito idosos ou pouco experientes, ou ainda por acreditarem que não encontrarão oportunidade de trabalho. Os desalentados chegaram a 4,9 milhões de pessoas, que representam 4,4% da força de trabalho, recorde na série histórica, segundo o IBGE.

Com isso, consolida-se a exclusão praticamente definitiva de uma parcela cada vez maior da população do mercado de trabalho, por significativa falta de condições de disputar as poucas vagas disponíveis. Dos 37,9% de brasileiros em idade de trabalhar que não procuram emprego (e, portanto, não entram na estatística de desemprego), nada menos que 52,2% não tinham concluído nem sequer o ensino fundamental. São pessoas que só terão alguma renda se tiverem assistência do Estado. Não por outra razão, pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados de emprego e renda do primeiro trimestre constatou que em 22,7% dos domicílios no País não há um único morador com renda gerada pelo trabalho. Eram 19% no início de 2014, e a tendência é de que a alta continue.

Somando-se os desempregados e os subutilizados - isto é, que trabalham menos do que gostariam e poderiam -, chega-se a 24,8% da força de trabalho. Como o governo federal ainda não tomou nenhuma medida efetivamente capaz de estimular a geração de empregos no País, os brasileiros que integram esse contingente se viram como podem. Nada menos que um quarto da população ocupada era de trabalhadores por conta própria. Não se trata, obviamente, de algum surto de empreendedorismo no Brasil, e sim de recurso desesperado a atividades de baixíssima e incerta remuneração, num mercado de trabalho cada vez mais seletivo e desafiador.

Trata-se de um desastre social de proporções ainda desconhecidas. Portanto, está mais do que na hora de o presidente Jair Bolsonaro começar a acreditar nos números que lhe mostram a dura realidade da conjuntura nacional sob seu governo e deixar de ser indiferente ao padecimento dessa crescente massa de brasileiros sem perspectiva de trabalho.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros