Nesse final de ano recebi um presente, o livro, “SE FOR PRA CHORAR QUE SEJA DE ALEGRIA” de meu querido amigo Ignácio Loyola Brandão, jornalista, ator, o
escritor brasileiro mais lido no país e no estrangeiro.
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Uma dedicatória gentil, generosa, deixou-me emocionado, “Para o grande Carlito, que me deu o título deste livro, com a amizade de sempre”. No final do livro cheio de histórias e crônicas fascinantes, Ignácio explica o título.
“Final de ano é também momento de desejar boas-festas. Mas todas as frases, todos os cartões, tudo foi esgotado, virou clichê, lugar-comum, banalidade. Estava no computador buscando alguma originalidade, porque é o que esperam de mim. Aí travei! De repente, meu amigo Carlito Lima, de Marechal Deodoro, cidadezinha vizinha a Maceió, me salvou. Carlito organiza um dos menores e mais amados festivais de literatura do Brasil, FLIMAR (Festa Literária de Marechal Deodoro), pequeno, mas com nomes de primeiro time e muito companheirismo. Pois repasso aos leitores os desejos de Carlito. Vejam que delícia. Podem usar.
Alguns desejos para o próximo ano novo.
Se existir guerra, que seja de travesseiro.
Se for pra prender, que seja o cabelo.
Se existir fome, que seja de amor.
Se for pra atirar, que seja o pau no gato-t-ó-tó.
Se for pra atacar, que seja pela pontas.
Se for pra enganar, que seja o estômago.
Se for pra armar, que arme um circo.
Se for pra chorar, que seja de alegria.
Se for pra assaltar, que seja a geladeira.
Se for para mentir, que seja a idade.
Se for para algemar, que se algeme na cama.
Se for pra roubar, que seja um beijo.
Se for pra afogar, que afogue o ganso.
Se for pra perder, que seja o medo.
Se for pra brigar que briguem as aranhas.
Se for pra doer, que doa a saudade.
Se for pra cair, que caia na gandaia.
Se for pra morrer, que morra de amores.
Se for pra tomar, que tome um vinho.
Se for pra queimar, que queime um fumo.
Se for pra garfar, que garfe um macarrone.
Se for pra enforcar, que enforque a aula.
Se for pra ser feliz, que seja o tempo todo.
Não vacilei (continua Ignácio) copiei e enviei para vários amigos, inclusive ao Chico Buarque, devia uma mensagem a ele. Meia hora depois veio a resposta.
Adendo para adictos:
Se for pra cheirar, que seja a flor.
Se for pra fumar, que seja a cobra.
Se for pra picar, que seja a mula.
Obs. de Ignácio. – Pensando nas novas gerações, esclareço: “a cobra está fumando” era a expressão que os soldados brasileiros, chamados de pracinhas, que lutavam na Europa na última Grande Guerra, usavam ao atacar o inimigo.”
Assim Ignácio Loyola Brandão encerra seu novo livro, encantador. Aproveito para enviar aos amigos, novamente, esses desejos de ano novo, em meu nome, em nome do Loyola e do meu novo parceiro, Chico Buarque. Um ótimo 2017.