Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 09 de março de 2025

DESCBERTA DE BENEFÍCIOS DAS FRUTAS À SAÚDE

Prevenção colhida no pé: descobertas de benefícios das frutas à saúde

Pesquisas descobrem mais benefícios das frutas, além dos conhecidos efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. Controlam a glicose, reduzem risco de síndrome metabólica e até diminuem a perda muscular

 

Frutas ricas em polifenóis têm propriedades que colaboram para o funcionamento do metabolismo e a regulação do peso  -  (crédito: Freepik)
Frutas ricas em polifenóis têm propriedades que colaboram para o funcionamento do metabolismo e a regulação do peso - (crédito: Freepik)
 

Leves, saborosas e saudáveis, as frutas oferecem mais benefícios ao organismo do que se imaginava, sugerem estudos recentes. De melhora na sensibilidade à insulina à manutenção da massa muscular, as pesquisas revelam potenciais até então desconhecidos de alimentos como açaí, limão, abacate, uva, morango e laranja, que são fáceis de encontrar e, em alguns casos, podem ser colhidos nas ruas e parques de Brasília. 

A manga fresca, por exemplo, revelou um potencial divisor de águas no incremento da saúde cardiometabólica, dizem pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Illinois, nos Estados Unidos, em um estudo publicado na semana passada na revista Nutrients. Os cientistas descobriram que ingerir duas xícaras da fruta (cerca de 100 calorias) diariamente ajuda a reduzir a concentração da insulina em adultos com sobrepeso ou obesos, que também sofrem de inflamação crônica. Segundo os autores, a constatação ressalta "como escolhas alimentares simples podem contribuir para reduzir o risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, que estão intimamente ligadas à saúde cardíaca". 

 

Pesquisas anteriores verificaram que o consumo regular de manga fortalece o sistema imunológico, contribui para o bom funcionamento intestinal, combate inflamações e ajuda a proteger a visão. Agora, os cientistas norte-americanos investigaram se a fruta — cortada do cardápio de muita gente por ser rica em frutose, o açúcar natural — ajudaria a melhorar a sensibilidade à insulina. 

Inflamação 

O estudo, realizado com 48 adultos com idades entre 20 e 60 anos, comparou a inflamação e a sensibilidade à insulina quando o alimento ofertado era manga ou sorvete italiano, com a mesma quantidade de calorias. "A fruta escolhida foi justamente a manga, que tem altíssimo índice glicêmico, o que, teoricamente, pioraria o diabetes", descreve Jamilly Drago, endocrinologista da clínica Metasense. "Após um teste de tolerância oral à glicose, foram analisados os efeitos da fruta na resistência insulínica e os pesquisadores viram uma melhora", diz a médica. 

Estratégia

Outra descoberta que surpreendeu os pesquisadores foi a de que o consumo de uvas a longo prazo impacta significativamente a saúde muscular, com benefícios notáveis para ambos os sexos. O artigo, publicado na revista Foods, sugere que uma dieta que inclua essa fruta pode modificar a expressão genética no tecido, oferecendo, segundo os autores, uma nova estratégia nutricional para manter a massa e a função muscular.

É importante notar que o estudo foi realizado, inicialmente, em camundongos e precisa ser replicado em humanos para ter os resultados validados clinicamente. Porém, os autores estão animados com as descobertas e acreditam que elas serão confirmadas brevemente nos testes com pessoas. "O estudo fornece evidências convincentes de que as uvas têm o potencial de melhorar a saúde muscular no nível genético", disse John Pezzuto, pesquisador senior e professor da Universidade Western New England, nos Estados Unidos. 

Mulheres

A equipe da Western New England analisou o impacto de duas porções de uva por dia nos padrões de expressão genética muscular. Os autores descobriram que o consumo diário da fruta altera significativamente a expressão dos genes nos tecidos, com um efeito mais pronunciado em mulheres. 

Além disso, os genes associados à massa muscular magra foram elevados, enquanto aqueles ligados à degeneração sofreram redução. "Essas descobertas sugerem aplicações potenciais para perda muscular relacionada à idade, já que entre 10% a 16% dos idosos apresentam sarcopenia", diz John Pezzuto. Ele ressalta que não basta comer uvas, mas aliar o consumo às estratégias tradicionais de manutenção dos músculos, como exercícios físicos.

Compostos à brasileira

A nutricionista Juliana Bayeux, pós-graduada em nutrição funcional e fitoterapia, recomenda frutas ricas em polifenóis, fáceis de serem encontradas no Brasil. "Esses compostos bioativos reduzem a síndrome metabólica porque combatem o estresse oxidativo e a inflamação crônica, fatores que contribuem para resistência à insulina, obesidade, hipertensão e dislipidemias. Além disso, modulam a microbiota intestinal, o que também impacta positivamente o metabolismo e a regulação do peso corporal", ensina. 

• Uva: rica em resveratrol, que melhora a função endotelial e reduz a inflamação, prevenindo doenças cardiovasculares.

• Açaí: tem antocianinas, que ajudam a reduzir o "colesterol ruim" (LDL) e a inflamação sistêmica.

• Cacau (presente no chocolate amargo): fonte de flavonoides, que melhoram a sensibilidade à insulina e a saúde vascular.

• Morango e frutas vermelhas: ricas em quercetina e ácido elágico, compostos associados à melhora da glicemia e redução do risco de hipertensão.

Combinação complexa

"As frutas oferecem uma matriz alimentar complexa, combinando fibras, antioxidantes, minerais e outros nutrientes que atuam de forma sinérgica para proporcionar benefícios à saúde", destaca a nutricionista Juliana Bayeux, especialista em nutrição funcional. Algumas das substâncias mais estudadas nesses alimentos são os polifenóis, compostos bioativos com conhecidas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. 

Um novo estudo com 6 mil brasileiros constatou os efeitos cardioprotetor dos polifenóis, abundantes em uva, morango, açaí, laranja, chocolate, vinho e café. Segundo os pesquisadores, que publicaram o resultado no Journal of Nutrition, esses alimentos podem reduzir o risco de síndrome metabólica em até 23%. 

 

2025. Saúde. Nutricionista Mariana Melendez, mestre e doutora em Nutrição Humana da Clínica SIM — Saúde Integrada Multidisciplinar
É melhor consumir in natura, diz a nutricionista Mariana Melendez(foto: Arquivo pessoal )

 

A síndrome metabólica é um conjunto de alterações no metabolismo e nos hormônios e constitui o principal fator de risco para doenças cardiovasculares. "Embora a ligação entre o consumo de polifenóis e a redução do risco de síndrome metabólica tivesse sido identificada em estudos anteriores, ela nunca havia sido verificada em uma amostra de estudo tão grande e por um período tão longo, de oito anos", disse Isabela Benseñor, coautora do artigo e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). 

Questionários

Entrevistas detalhadas baseadas em questionários foram conduzidas para descobrir os hábitos alimentares dos participantes e a frequência com que eles ingeriam 92 alimentos ricos em polifenóis. Os efeitos de diferentes métodos de cozimento e processamento foram levados em consideração para garantir a medição precisa da ingestão dos compostos. 

A nutricionista Mariana Melendez, mestre e doutora em Nutrição Humana da Clínica SIM — Saúde Integrada Multidisciplinar destaca que, no caso das frutas, os benefícios são maiores quando consumidas in natura. "Existem alguns prejuízos importantes quando se consome sucos de fruta, mesmo que naturais, em vez das frutas. As fibras, que contribuem para regular o intestino, controlar colesterol e glicose e conferir saciedade, são destruídas e perdem a função", exemplifica.

Segundo Melendez, algumas vitaminas, especialmente a C, também podem se perder no processo, porque se oxidam mais facilmente. Por fim, a nutricionista lembra que, para fazer suco, é preciso usar uma quantidade grande de frutas, aumentando o valor calórico. "Um copo de suco de laranja tem de três a quatro unidades da fruta. Talvez se a pessoa comesse uma laranja, ficaria satisfeita e ainda aproveitaria melhor as fibras e nutrientes que ela oferece." (PO)


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