Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 22 de outubro de 2020

DESALMA: SÉRIE ENVOLVE BRUXARIA EM COMUNIDADE UCRANIANA NO SUL DO BRASIL

 

'Desalma' envolve bruxaria em comunidade ucraniana no Sul do Brasil

“Não é o tipo de produto brasileiro que o público europeu esteja acostumado a ver. É zero tropical”, observa Maria Ribeiro

Luiz Carlos Merten, O Estado de S.Paulo

22 de outubro de 2020 | 05h00

Em Berlim, em fevereiro, havia 19 filmes brasileiros distribuídos pelas várias seções do festival. Havia também duas séries da Globo no mercado de TV. Fizeram o maior sucesso – Onde Está Meu Coração?, sobre dependência química, roteiro de George Moura e Sergio Goldenberg, direção de Luísa Lima e supervisão de José Luiz Villamarim, e Desalma, de Ana Paula Maia, direção de Carlos Manga Jr. Especialmente a segunda causou o maior impacto. “Não é o tipo de produto brasileiro que o público europeu esteja acostumado a ver. É zero tropical”, observa Maria Ribeiro, uma das três protagonistas, com Cláudia Abreu e Cássia Kiss.

 

Desalma
Maria Ribeiro em cena da série 'Desalma', de Ana Paula Maia, com direcao de Carlos Manga Jr. Foto: Estevam Avellar/Globo
 

A trama envolve bruxaria numa comunidade ucraniana no Sul do Brasil. Cássia é impressionante – mas quando ela não é? – como a bruxa-mor. É raro que as antigas tradições do Leste europeu impulsionem a produção dramatúrgica da televisão brasileira, e menos ainda numa produção de gênero. Desalma foi feita para o streaming do Globoplay. Chega à plataforma nesta quinta, 22. O mérito é conjunto da premiada escritora Ana Paula Maia, duas vezes vencedora do prêmio de literatura do governo de São Paulo, e do diretor Manga Jr. Filho do lendário diretor – Carlos Manga – de algumas das melhores chanchadas da Atlântida, o Jr. rapidamente mostrou ter brilho próprio. Estreou aos 24 anos com Vamp. O mais jovem diretor de novela, e a de Antônio Calmon, foi um grande sucesso. 

Maria Ribeiro confidencia para o repórter – “Ele é russo, no sentido de que é muito ligado no cinema de (Andrei) Tarkovski. Sabe aquela coisa lenta, mas não chata, de construir o tempo? Os planos longos, a valorização da paisagem, dos atores? O Manga é desse time”. A autora Ana Paula admite que está realizando um sonho – “Sempre quis escrever para TV”. Nascida num bairro da periferia de Nova Iguaçu, no Estado do Rio, filha de uma professora de literatura, o irmão e ela adoravam ver os filmes de terror que passavam no fim da noite. A família vivia numa bolha. No bairro, campeava a violência, na telinha, sangue e sustos, Ana e o irmão protegidos.

Manga Jr. ficou atraído pelo material. Maria Ribeiro é estrangeira na comunidade. Descobre um mundo de mistério e sobrenatural. Na noite mais escura do ano, as almas dos mortos têm o poder de caminhar entre os vivos. Para Ana Paula, é uma história de vingança. Manga Jr. acrescenta. “De vingança, e de perda.” Como diretor, segue três mandamentos – sua bula. “Limpeza, estranheza e rigor.” Não cita Tarkovski como referência. “(Theo) Angelopoulos e ele são inspirações.”


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