Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correspondência Recebida quinta, 10 de agosto de 2017

DESABAFO DO CONJUNTO BIG BRASA

NOTA DO CONJUNTO BIG BRASA

  

 

- Em primeiro lugar as desculpas a todos os presentes no Encontro de Amigos e Filhos de Balsas pela não apresentação do anunciado (apresentação de algumas músicas), não por culpa de integrantes do Big Brasa, MAS SIM POR ERROS E OMISSÕES DO DONO DA BANDA OPSOM, NÃO CORRIGIDOS PELA DIREÇÃO DA FESTA, apesar de devidamente cientificados do ocorrido na mesma hora.

 

- Todos os fatos, em detalhes, já foram motivo de informes diretos aos interessados, que NEGAM sua interferência, mas sem apresentar justificativas NEM UM POUCO PLAUSÍVEIS. Simplesmente não dá para se entender o caso.

 

- A pergunta que refazemos é a seguinte: componentes do Big Brasa tocaram em Balsas no dia 29 de julho? Não? Por que? Simplesmente porque não houve manifestação de apoio, de interesse, tanto por parte do Conjunto, que poderia ter repetido o bloco ou simplesmente por temor e obediência cega à organização da festa, que não permitiu que o tal bloco fosse novamente TOCADO, com a presença dos componentes do Big Brasa.

 

QUESTIONAMENTOS QUE CHEGAM A INTEGRANTES DO BIG BRASA

 

  1. Inúmeras pessoas continuam a perguntar por que o Big Brasa não se apresentou em Balsas e foi praticamente isolado da festa, do palco, não tocando sequer UMA música.
  2. Temos a informar que havia um BLOCO DE CINCO MÚSICAS ensaiado, mas por ERRO do responsável pela Banda Opsom, foi tocado por eles próprios, sem os componentes do Big Brasa;
  3. Em vista disso o fato foi imediatamente mostrado ao administrador da festa e pedida sua autorização para REPETIR o tal bloco, uma vez que o prefeito (que seria homenageado) ainda não tinha chegado à festa.
  4. A administração da festa, ao negar a repetição das quatro músicas, QUE REPRESENTARIAM os 50 anos do Big Brasa em Balsas, praticamente ANULOU todo o esforço dos componentes do Conjunto em ENSAIAR as músicas, se deslocar para Balsas, para NÃO TOCAR.
  5. Este fato, além do que MAIS DO QUE LAMENTÁVEL, não se justifica em hipótese alguma. Melhor teria sido a negativa desta SIMPLES APRESENTAÇÃO DO CONJUNTO BIG BRASA, em homenagem daqueles que o incentivaram em 1967 em festa memorável.
  6. Por mais empecilhos que porventura tivessem ocorrido, se houvesse a BOA VONTADE da administração da festa, que deveria ter autorizado a banda a repetir o bloco por eles “esquecido”, essa desagradável ocorrência não teria acontecido.
  7. Assim, quando houve a interrupção da festa, pouco após o seu início, pela administração do evento, motivada pela chegada do atual prefeito, Dr. Erik Silva, que receberia a homenagem em nome de seu pai, o médico Dr. José Bernardino (in memoriam), poderiam ter anunciado, no mesmo momento, a mencionada apresentação do Big Brasa, o que não foi feito.

FAMÍLIA BIG BRASA – DIA 7 DE AGOSTO DE 2017

  

Apresentação (que não ocorreu como deveria) de componentes do Big Brasa em Balsas, dia 29 de julho!

 

 

Fatos a serem observados, que prejudicaram o objetivo de registrar a presença do Big Brasa em Balsas há 50 Anos. Muitas “coincidências”...

 

1)    Em primeiro lugar a ideia da Paródia de Festa de Arromba, apresentada para a organização do evento, foi aceita, mas com pouca empolgação. Na oportunidade foi até sugerido que a paródia fosse cantada apenas no “happy hour”, o que não foi aceito pelo Big Brasa, uma vez que o conjunto tinha se apresentado no Clube Recreativo Balsense (CRB) e, portanto, não justificaria uma simples apresentação em um encontro como o happy hour. Esta foi a primeira e nítida manifestação da organização da festa em menosprezar a participação do Big Brasa, no sentido talvez de “não ofuscar o brilho do 5º Encontro de Filhos e Amigos de Balsas”...

2)    Em segundo lugar, nos dias seguintes, houve a iniciativa por parte das mídias do Conjunto Big Brasa em divulgar de forma plena na internet, o que atingiu um público considerável. Assim a paródia, com a música gravada em vídeo, cantada pelo próprio João Ribeiro foi veiculada na internet, com o pleno sucesso nas redes sociais e a consequente repercussão positiva. Provavelmente em razão desta iniciativa foi sugerido ao autor, pela organização da festa, que incluísse nomes de pessoas que não estiveram naquele evento ou não participaram de forma a merecer o destaque, o que de qualquer forma foi feito. 

3)    Ficou então decidido que dois representantes do Conjunto Big Brasa (Adalberto e João Ribeiro) representariam o conjunto, fazendo uma homenagem a todos, em especial ao terceiro integrante (Carlomagno - Carló) – in memoriam - e aos incentivadores da ida do Conjunto a Balsas, no caso pelo Dr. Bernardino e o Sr. Alberto Ribeiro (ambos já falecidos), o primeiro, primo de João Ribeiro e o segundo pai e maior apoiador do Conjunto Big Brasa;

4)    A organização da festa disse que teríamos que ensaiar a Paródia de Festa de Arromba e mais UM BLOCO DE QUATRO MÚSICAS DOS ANOS 60, o que ficou plenamente acertado, tendo inclusive o Walter, da banda OPSOM, enviado as músicas, com as devidas tonalidades.

5)    O dono da banda OPSOM, guitarrista Walter, marcou o ensaio com os componentes do Big Brasa para o dia 12 de julho, ao qual compareceram Adalberto e João Ribeiro, para “passar” todas as músicas conforme solicitado;

6)    Durante o ensaio foi observado o PRIMEIRO INDÍCIO de que não haveria boa vontade por parte do tecladista da referida banda OPSOM, o qual não auxiliou o Adalberto a escolher o melhor timbre para o teclado, tendo em vista que o equipamento é relativamente novo e necessitaria disso.

7)    Vale observar que o João Ribeiro preparou a sua guitarra para o ensaio (e a levou), assim como o pedal “distorção”, que iria utilizar em Balsas; mas, em razão do proposto pelo dono da OPSOM, Walter, que disse que “iria levar várias guitarras” e que não necessitaria levar a do João Ribeiro, bastando ele levar o seu pedal (distorção) e os cabos... O que foi plenamente aceito, em confiança à proposta feita pela banda... O primeiro bloco completo seria tocado então com dois guitarristas – o Walter (da OPSOM) fazendo guitarra-base e o JOÃO RIBEIRO, do Big Brasa, sendo o guitarrista-solo (pois iria improvisar alguns temas com o saxofonista Josué, da banda).

8)    Já em Balsas, no dia 29 de julho, na tarde do mesmo dia da festa, durante a passagem de som do conjunto OPSOM, Adalberto e João Ribeiro esperaram horas para que sua vez chegasse, apenas para acertar o som da música inicial, uma vez que as outras quatro da sequência não teriam problema. O mesmo tecladista, no momento alegou que “estavam muito cansados” e que esperássemos mais, dificultando a ligação da guitarra e o teclado ao som instalado. E a SIMPLES PASSAGEM DE SOM DO BIG BRASA não foi realizada!

9)    Posteriormente nova ocorrência: o Walter, dono da OPSOM, informou ao técnico de som (filho dele, Gabriel) que “não tinha saída na caixa de som para mais uma guitarra”... E que a solução seria fazer uma “GAMBIARRA”, ou seja, ligar a guitarra do João Ribeiro, que tocaria com o Walter, com um dos cabos do teclado superior, o que foi feito... Mas que, sabe-se lá os motivos, NÃO FUNCIONOU!

10)                      Ao chegar a hora do início, após as devidas apresentações da festa, a guitarra do João Ribeiro, já em pleno palco, “não funcionou” (o que pode ser constatado através das imagens do vídeo produzido pela fotógrafa levada pelo Big Brasa. No vídeo, apesar das indicações e acenos feitos pelo Walter para o seu filho, operador do som, no sentido de que a guitarra do João Ribeiro estava sem funcionar, não houve jeito!

11)                      Naquele momento ele (Walter), de forma ridícula, propôs tocar a Festa de Arromba!  Ora, desse modo então que papel faria o guitarrista do Big Brasa? No mesmo momento João Ribeiro decidiu pedir a guitarra do Walter (esta sim, que funcionava bem) e tocou a música sem problemas...

12)                      Ao final outra surpresa, ainda maior: a banda OPSOM tinha iniciado EXATAMENTE COM O BLOCO DESTINADO À APRESENTAÇÃO DE COMPONENTES DO BIG BRASA E CUIDADOSAMENTE ENSAIADO POR ELES. No momento ele, Walter, acenou com a cabeça como se estivesse “esquecido” o fato...

13)                      Vale ressaltar que o mesmo bloco, apesar dos pesares, poderia ter sido REPETIDO ao final da primeira apresentação, se houvesse BOA VONTADE dos organizadores, além de um mínimo de respeito àqueles que se destinaram ao CRB para tocar cinco músicas, relembrando 50 ANOS em que lá estiveram de forma brilhante. Fazendo com que tocassem apenas uma música!

14)                      É oportuno frisar que o público, amigos, familiares e fãs do Conjunto Big Brasa insistiram durante toda a festa para que o Big Brasa retornasse ao palco, já que muitos não chegaram nem a ver a apresentação inicial, que durou menos de que três minutos!

15)                      É importante mencionar que os integrantes do Big Brasa viajaram 2.400 quilômetros, se deslocando de Fortaleza até Balsas para tal fim!

16)                      O Planejamento da equipe do Big Brasa, que levou por suas custas uma fotógrafa, era FILMAR A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO e, em seguida, nas próximas músicas, subir ao palco e FOTOGRAFAR Adalberto, João Ribeiro e demais músicos nas apresentações das músicas seguintes, nas quais haveria a participação de vocais com o contrabaixista Sebastião, solos de guitarra e improvisos com o saxofonista JOSUÉ. Nada disso foi feito, apesar dos pedidos de João Ribeiro para que o bloco fosse repetido, como uma forma de corrigir o ERRO (proposital ou não) da banda. Tudo isso para o ACERVO DO CONJUNTO BIG BRASA E REGISTRO DOS 50 ANOS. O que não foi feito e nunca mais o será...

17)                      No decorrer da festa DEZENAS de pessoas insistentemente perguntavam para o Adalberto e para o João Ribeiro “se o Big Brasa não iria tocar de novo” etc. etc. O que NÃO ACONTECEU em razão da FALTA DE VONTADE da organização do evento. Esta afirmação é feita com base em uma experiência musical de 50 anos de música, organizando repertórios de bailes importantes na trajetória do Big Brasa, quando muitas músicas foram repetidas inúmeras vezes, quando necessário.

18)                      A preocupação em desviar a atenção do nome BIG BRASA ficaria mais uma vez claramente evidenciada quando o João Ribeiro, entrevistado por uma televisão local a respeito da história, de seus livros e do próprio Conjunto Big Brasa, foi praticamente interrompido durante a entrevista pelo organizador da festa, com chamados “Vambora rapaz, vai começar”... Tudo isso mo mesmo instante que a entrevistadora ouvia o entrevistado João Ribeiro...

19)                      Por último, o oferecimento do excelente músico Luisinho Magalhães para compor um grupo Big Brasa/Os Faraós não foi bem recebido pela organização da festa. Agora, depois destes fartos indícios, vê-se de forma clara que HOUVE NÍTIDO “temor” de que o bloco a ser apresentado alcançasse muito brilho na festa e pudesse abalar o prestígio da banda contratada para o evento, quando, pelo contrário, abrilhantaria mais a festa pela qualidade das músicas que seriam apresentadas. 

 

AJUDA DO BIG BRASA ATRAVÉS DE SUAS REDES SOCIAIS

 

  1. a)     Vale dizer que o João Ribeiro, através do Portal Messejana, de seus blogs e inúmeras redes sociais no qual o Big Brasa marca forte presença, ajudou a divulgar CONSTANTEMENTE a realização do 5º ENCONTRO DE FILHOS E AMIGOS DE BALSAS, inclusive com links patrocinados (propagandas), à sua própria custa e por sua vontade em enriquecer o evento, sem nenhuma aspiração financeira. Ou seja, gastou dinheiro, trabalho e tempo para contribuir para a organização do evento... Ou seja EMPREGOU TODOS OS ESFORÇOS para a realização do evento com sucesso.
  2. b)    Em Balsas, por ter trabalhado anos em conjunto e ter vasta experiência, a pedido do próprio Walter, João Ribeiro auxiliou o proprietário da OPSOM fornecendo orientações para o operador de áudio através de seu pai, Walter, que as transmitia para seu filho, o operador de som Gabriel.
  3. c)      Por outro lado vale dizer também sobre a BOA VONTADE na cooperação para a montagem de um CD que seria vendido na festa, por parte do Big Brasa (João Ribeiro e equipe do Portal Messejana), que foi inconteste. Realizaram o serviço e mandaram todo o material para que a produção do CD fosse concluída.
  4. d)     E durante a própria festa, demonstrando o seu grau de simplicidade e desprendimento, João Ribeiro saiu fotografando a todos, independente de famílias, no sentido de registrar um momento que deveria ter sido de fraternidade para todos.

 

Conclusão

A análise de todos estes fatos, em conjunto, formula a ideia clara de que houve no mínimo uma injustificável falta de atenção e desrespeito (para não dizer uma eventual sabotagem), pela organização da festa e por membros da equipe de som da OPSOM aos integrantes do Big Brasa, que muito trabalharam para abrilhantar o 5º Encontro dos Filhos e Amigos de Balsas, realizado no dia 29 de julho de 2017, quando também o Conjunto Big Brasa comemorou seus 50 Anos da primeira festa dos Anos 60 e Jovem Guarda em Balsas, tendo mais ainda os motivos para enobrecer o evento.

Os seus maiores entusiastas, o médico Dr. Bernardino e o Sr. Alberto Ribeiro, maior apoiador do Conjunto Big Brasa, se ainda estivessem conosco iriam ficar muito tristes e inconformados com os fatos, certamente.

 Resta agradecer aqueles INÚMEROS participantes da festa que pediram para que o Big Brasa tocasse novamente. E pediram isso várias vezes durante o evento! E não pudemos atendê-los por restrições da organização da festa. 

Por outro lado, agradecer também ao reconhecimento do Dr. Erik Silva, que representou seu pai Dr. Bernardino, homenageado na oportunidade por iniciativa do João Ribeiro, além do nosso saudoso Carló – in memoriam – que esteve representado por seu filho Miguel Maia. Ambos ficaram felizes pelas lembranças, assim como todos os presentes aplaudiram nossa iniciativa.

E por fim, sabemos que a “preocupação” com o nome Big Brasa existe também em Fortaleza por parte de algumas pessoas; motivada por ciúme ou inveja por parte de outras, pelo sucesso que o grupo obteve durante sua brilhante existência, mesmo após o Conjunto tenha deixado de existir há muito tempo...

 

A história

A cidade de Balsas, localizada no Sul do Maranhão, tem uma ligação especial para o Conjunto Big Brasa. Ou melhor dizendo, o Conjunto Big Brasa em uma ligação enorme com Balsas! Resolvi escrever este texto para aqueles que ainda não conhecem ou de alguma forma não perceberam, não dimensionaram corretamente este elo que uniu o nosso grupo musical e que até hoje, após 50 anos, nos traz lembranças inesquecíveis. Na foto ao lado estão, no Clube Recreativo Balsense, em 1967, eu, João Ribeiro, João Dummar Filho, Marcos Oriá e o nosso saudoso Carlo. Em Fortaleza muitas pessoas perguntam por que o Conjunto ainda não comemorou seus 50 Anos em Messe Jana, o que ainda irá acontecer se Deus assim nos permitir.

O início do Big Brasa

No início do Conjunto Big Brasa, em 1967, havia uma vibração imensa de meu pai Alberto Ribeiro (in memoriam), nascido em Balsas, pelo conjunto que tínhamos formado, assim como todos de nossa família. Ele a minha saudosa mãe Zisile, que também tinha um especial amor e carinho pelo meu aprendizado de música, desde a infância, tiveram um desejo forte, o de ver os seus filhos e sobrinhos se apresentando musicalmente em Balsas. O gosto pela música, de minha mãe, Zisile, foi compartilhado com todos os componentes do Conjunto Big Brasa, a Família Big Brasa, como ela chamava. A espinha dorsal do Big Brasa era formada por mim, João Ribeiro e pelos primos Adalberto e Carló. Todos nós morávamos em Fortaleza e passamos momentos muito bons juntos.

A temporada em Balsas

Em 1967 o meu pai, com o entusiástico apoio de meu querido primo José Bernardino, na época médico em Balsas, organizou nossa primeira temporada na cidade. E assim foi feito. Foi para eles, papai Alberto Ribeiro e Bernardino um motivo de imensa satisfação.

Com direito a uma “volta olímpica na chegada”, todos em um caminhão pelas ruas centrais, onde a população vibrava muito e queria conhecer as famosas “guitarras”. E assim foi realizada uma festa no Clube Recreativo Balsense (CRB), com espetacular sucesso e que até hoje faz parte das lembranças daqueles que dela participaram. A história está em detalhes nos últimos livros que escrevi sobre o Conjunto Big Brasa e sobre a Música em Minha Vida, comemorando os 50 anos de música.

As origens

E sempre eu, apesar de ter nascido em São José dos Campos, em São Paulo, me considerei também um balsense, mais talvez do que muitos que nasceram na própria cidade. O meu avô, João Ribeiro da Silva, nascido em Balsas, constituiu seu comércio, sua família e trouxe avanços para a cidade, como a primeira casa com iluminação a gás, o primeiro carro (um Ford modelo 1929, levado para a cidade no ano de 1930! Um feito e tanto. Visitei agora em 2017 o porto onde atracavam os vapores, que faziam a navegação no Rio Balsas até Teresina, quando ainda não existia a barragem de Boa Esperança.

Passei inúmeras férias em Balsas durante minha infância e juventude! Excelentes momentos e mil histórias para recordar! A Lourdes Santos (Lourdinha), o Bernardino e toda a sua querida família, com a Aparecida, o Bernardino Filho, o Erik Silva (que hoje é o atual prefeito da cidade), a Tia Lourdes, a minha avó Nemézia Santiago, o Gonzaguinha, os primos Carlomagno (Carló), Adalberto e Aliete, a Tia Teresinha... Mais adiante conhecemos e convivemos com o Wálber Queiroz, o Wellington Fonseca, o Pedro Ulisses, o Elísio Coelho (que chegou até a morar conosco em Fortaleza), o Júnior Coelho, Nizete Queiroz, que também passou uma temporada conosco em Fortaleza, além do primo Raimundo Floriano, um excelente músico e que futuramente iria se revelar um ótimo escritor, com quem tive um encontro musical na fazenda Santa Cruz, do primo Bernardino. Ele com um trombone e eu com um bandolim (imaginem a criatividade) e tantos outros amigos e parentes queridos, cuja enumeração seria impraticável.

O Encontro dos Filhos e Amigos de Balsas

Ao ajudar o primo e amigo Esmaragdo Neiva na divulgação do Encontro de Filhos e Amigos, festa criada por ele em Balsas e que em 2017 se realizaria no Clube Recreativo Balsense, tive um “estalo”, uma forte traço de memória, lembrando que há 50 anos tínhamos estado no mesmo clube, com a presença de meu pai Alberto Ribeiro, do Bernardino e de tantos entusiastas do Conjunto, no ano de 1967. Fiquei horas pensando e recordando aqueles acontecimentos. No dia seguinte, ainda sob forte inspiração pela ideia, procurei no acervo do Conjunto Big Brasa as fotos da festa em Balsas. E as encontrei, para minha alegria.

Uma paródia para o evento

Continuando muito animado tive outra ideia – fazer uma paródia na música Festa de Arromba, do Erasmo Carlos, para ser tocada e cantada na festa. Eu próprio gravei um vídeo e postei inúmeras vezes nas redes sociais no intuito de promover a festa e conjuntamente, abrilhantar ainda mais o evento com a “volta” de componentes do Big Brasa a Balsas, para comemorar 50 Anos de Música.

Os ensaios para o evento de 2017

Em preparação para a reapresentação do Big Brasa ficou combinado entre a administração da festa que teríamos, logicamente, que ensaiar com a banda que iria tocar, a OPSOM, de Fortaleza. E assim o fizemos. Eu e o Adalberto ensaiamos, com a referida banda, um bloco especial, com músicas dos Anos 60, que seria destinado à nossa participação. Tudo acertado, pronto. Prepararei minha própria guitarra e acessórios para levar para Balsas, mas o dono da banda disse que não seria necessário, pois levaria “muitas guitarras” e eu, se quisesse, poderia levar apenas os pedais (acessórios). E eu assim o fiz.

Muitas coincidências negativas...

Na tarde que antecedeu à referida festa estivemos no Clube Recreativo Balsense para “passar” o som, ou seja, um procedimento comum para que tudo saísse perfeito na hora do evento. Após esperar muito pela nossa vez de passar o som ouvimos de um dos componentes da banda “que eles estavam cansados” e que esperássemos mais. Desistimos de passar o som e ficamos sabendo que não teria uma entrada para mais uma guitarra (ou seja, a minha) e que teria que usar uma “gambiarra” feita pelo operador de som. Desligando um dos teclados e ligando minha guitarra.

Outros empecilhos para a apresentação do Conjunto Big Brasa

Pois bem: como podem notar pelo vídeo que foi feito da abertura, a minha guitarra “não funcionou”. E o dono da banda, no mesmo instante, me disse: “eu posso tocar aqui”. Ora, se ele mesmo desejava tocar não teria sentido nós viajarmos para Balsas para ficar simplesmente olhando no palco. E imediatamente solicitei a guitarra do dono da OPSOM e toquei eu mesmo a Festa de Arromba.

Outro esquecimento...

A banda também esqueceu... E tocou sem a presença dos componentes do Big Brasa o bloco por nós ensaiado. Mesmo após ter reconhecido o seu erro, o fato foi comunicado na hora ao administrador da festa, que não consentiu a repetição das quatro músicas. Até agora não consegui assimilar tal negativa, pelo fato de ter tocado milhares de festas e ser comum o fato de integrantes de outras bandas tocarem um pouco, ou mesmo de se repetir músicas em festas. Por exemplo, pelo sucesso, a música O Milionário eu cheguei a tocar 12 vezes em um baile, a pedidos, como Tema de Lara, que repeti dezenas de vezes. Resultado, a cinegrafista levada pelo Conjunto Big Brasa para registrar o evento gravou a paródia e tinha ficado de fotografar, para nossos registros, os músicos do Big Brasa tocando com a banda o bloco ensaiado. Mas como isso não aconteceu o prejuízo foi incalculável. Ficamos sem as imagens porque não tocamos, simplesmente. Nunca irei entender isso, esta é a verdade.

Durante o evento muitos amigos, parentes e fãs do Conjunto Big Brasa, inclusive aqueles que se lembravam dos balsenses que tocaram no Conjunto, no caso o Adalberto Pereira Lima e seu irmão Carlomagno Pereira Lima - o Carló, in memoriam, muito querido na cidade por todos e que seria por nós homenageado, indagavam: “quando vocês vão tocar”, que horas o Big Brasa vai tocar” e coisas assim.

Os questionamentos duraram a festa inteira. O fato é que o Conjunto não repetiu o bloco destinado ao Big Brasa. Errou, mas errou feio. O dono da banda Reconheceu a falha, mas não foi autorizado pelo administrador da festa a repetir as músicas, lamentavelmente.

Um fato injustificável sob variados aspectos

E a banda ou a administração da festa poderiam ter chamado, a qualquer momento, os integrantes do Big Brasa para tocar qualquer das músicas do período, tendo em vista que todas elas são de pleno conhecimento e tocadas inúmeras vezes ao longo da existência do Conjunto. Mas não o fizeram.

Em meu entendimento isso foi, no mínimo, uma falta de cortesia, de bom senso, de consideração pela homenagem que iríamos prestar a nossos antepassados, de educação, de coleguismo por parte do responsável pela banda, salvo a hipótese de ele estar ordenado a se comportar dessa forma. Tanto é que muitas pessoas ainda hoje se comunicam conosco perguntando por que nós não tocamos etc. etc.

Ao final do evento, muitas balsenses se uniram para cantar em palco a música “Balsas querida”. Sem o acompanhamento da banda, que já estava desligando tudo, eu peguei uma guitarra e fiquei acompanhando o pessoal naquela emoção, por delicadeza e gosto que tenho por todos e por tudo que passamos em Balsas. O vídeo também comprova este detalhe.

Sentimento de dever cumprido

Mas o que valeu mesmo para mim, João Ribeiro, foi a emoção de estar novamente em um mesmo palco, no qual em 1967, quando tinha apenas 15 anos de idade, estive tocando com o Conjunto Big Brasa, muito bem recebido e apoiado por amigos, parentes e muitas pessoas que se tornaram fãs do Conjunto até hoje. Isso jamais alguém conseguirá apagar – o que ficou na mente das pessoas.

A satisfação plena do reencontro

Por outro lado, a imensa satisfação de rever as imagens da casa onde meu avô João Ribeiro da Silva nasceu, o Rio Balsas, a ponte velha, como chamamos, a “rampa”, as casas onde meu pai morou e onde a Tia Lourdes me recebeu inúmeras vezes! Este sentimento, tenho certeza de que irá superar tudo o que aconteceu. Ainda mais, a alegria de encontrar com o primo e amigo Erik Silva, que conheci criança e hoje é o atual prefeito da cidade, de homenagear o Carló em uma entrevista que concedi para uma emissora de televisão local, a qual ofereci meus dois livros. E também o de ter conhecido pessoas pessoalmente, alguns amigos até então virtuais, como o Japhet Filho e o Anatólio Barros, além do reencontro com inúmeros amigos de sempre em Balsas, como Wálber Queiroz e toda sua família, a Lucíola Santos, que representou a Lourdinha na festa de forma brilhante, o Luiz Pedro, a Isaurinha (Isaura Silva), o Raimundo Silva e sua esposa Natana, a Ester Fonseca, a Tia Iracy, tia Violeta, o Casusinha, o Casusa Neiva e Christina, a Márcia Cury e tantos outros parentes, amigos e amigas, que seria impossível lembrar e aqui registrar todos os nomes. Em nome de todos aqueles que fizeram o Conjunto Big Brasa o nosso muito obrigado a todos aqueles que nos receberam muito bem em Balsas, com muito carinho e amor, depois de 50 anos passados. Um grande abraço do amigo de vocês, João Ribeiro da Silva Neto

 


sexta, 11 de agosto de 2017 as 07:24:16

João Ribeiro
disse:

É isso, amigo Raimundo Floriano. São coisas da vida, raras, mas que acontecem. Os fatos correspondem exatamente à verdade e foram lamentáveis. Um grande abraço!


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sexta, 11 de agosto de 2017 as 07:24:23

Raimundo Floriano
disse:

Primo João Ribeiro, lamentável tudo isso. Espero que, um dia, o responsável pela festa leia o que aqui se contém e sê suas explicações, se é que elas existem. Por oral sem comportamento de nota completa falta de educação, sensibilidade e empatia.


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