DESPEDE TEU PUDOR
Paulo Mendes Campos
Despede teu pudor com a camisa
E deixa alada louca sem memória
Uma nudez nascida para a glória
Sofrer de meu olhar que te heroíza
Tudo teu corpo tem, não te humaniza
Uma cegueira fácil de vitória
E como a perfeição não tem história
São leves teus enredos como a brisa
Constante vagaroso combinado
Um anjo em ti se opõe à luta e luto
E tombo como um sol abandonado
Enquanto amor se esvai a paz se eleva
Teus pés roçando nos meus pés escuto
O respirar da noite que te leva.