Ponho no bolso da camisa meu porte de alma, junto à carteira do amor, e saio por aí, serelepe e fagueiro, atirando carinho e flores, preferindo estar amado a me utilizar de armas, quaisquer que sejam elas. Esqueço, por um instante, meus sérios poemas mentais. Estou são, pelo menos por enquanto. Hoje, quero apenas a mão que acaricia, o silêncio das palavras que acalma. Na boca do céu, dou um beijo no céu da boca da noite e delírios felizes vão se sucedendo na contemplação das estrelas, elas de mãos dadas, constelação estelar na ciranda dos céus. Assim que quero ser, assim quero viver: de sereno, de orvalho, de madrugadas se achegando silenciosas e inspiradoras. Do cheiro de uma flor e do sabor doce de um sapoti maduro, colhido no pé. De um livro, um soneto, um poema. Talvez até brote uma canção que a alguém encante ou que, algum dia, alguém cante lembrando um grande amor ou a saudade de seu bem-querer.
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