Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 07 de junho de 2023

DEBORA SECCO: ENTREVISTA

 

Por Thayná Rodrigues

 

Deborah Secco será uma das protagonistas de 'Elas por elas'
Deborah Secco será uma das protagonistas de 'Elas por elas' Reprodução/Instagram

Deborah Secco está no noticiário de celebridades e de TV quase diariamente. Aos 43 anos, a atriz tem 36 de carreira e diz que, por conta da extensa trajetória, está habituada a ver seu nome repercutir. Em entrevista por telefone, frisa que faz terapia desde a adolescência e mostra que até aos novos moldes de fazer televisão ela se adapta. Escalada para o remake de "Elas por elas" e para a segunda temporada de "Rensga hits!" (Globoplay), ela fala sobre conciliar novela e série:

— Estou ansiosa e temerosa (risos). Porque um trabalho de novela é tumultuado. A gente realmente trabalha muito tempo, muitos dias por semana e tal. Mas eu acho que vai dar certo. É uma novela que tem sete protagonistas (clique para saber quais atrizes farão), então, isso diminui um pouco a responsabilidade e talvez o tempo de trabalho mesmo. Vou ter que me dividir aí. Vai ser uma jornada nova.

— Quando eu recebi os textos, Marlene não tinha todos esses traços que eu coloquei. Ela era uma mulher sexy. E eu falei: "Cara, não... Não quero ser mais uma vez assim". Faço 36 anos de carreira este ano, com mais de 20 trabalhos na TV, muitas Deboras, muitas personas eu já fiz. Eu queria trazer algo diferente, uma personagem completamente distinta de tudo o que todo mundo já tinha me visto fazer. Eu propus essa composição. E eu acho que deu muito certo.

Nas últimas duas semanas, o nome de Deborah ocupou por algumas horas os trending topics do Twitter e esteve entre os assuntos mais comentados. Os motivos? Um deles, um vídeo em que ela responde a fãs que pedem dinheiro na porta dos Estúdios Globo; o outro, a repercussão de um convite de sexo a três que a atriz fez publicamente a Giovanna Ewbank. A atriz afirma ter se tratado de brincadeira, mas sustenta que costuma bancar suas declarações, sobretudo a respeito de liberdade feminina:

— Eu exponho isso já há bastante tempo em todos os lugares a que vou. Sempre fui uma pessoa de falar com muita franqueza sobre a mulher que sou, independentemente de ela agradar a todos ou não.

Casada com o diretor Hugo Moura há mais de oito anos, ela explica, ainda, como é o acordo no relacionamento:

— Essa minha relação com Hugo não é aberta porque a gente acha "aberto" muito fechado. Ela é uma relação viva. A cada dia, a gente vai se deparar com conflitos novos e estabelecer combinados, acordos. O importante é que somos parceiros, melhores amigos. Ele sabe tudo sobre mim, eu sobre ele... E a gente vai construindo nossa história. Falo sobre isso nas entrevistas de forma natural porque isso, para mim, é natural. Para mim, são estranhas relações em que o parceiro não sabe muito sobre você. É estranho quando você faz coisas e engana as pessoas à sua volta. Eu sou não-hipócrita. Eu sou da verdade, do (pensamento) "o combinado não sai caro".

Leia abaixo a entrevista com Deborah Secco:

O elenco de 'Elas por elas' é bem diverso: Monica IozziIsabel Teixeira... Já criaram grupo, já se falaram?

"A gente vai ter as primeiras conversas. Não conversei sobre a novela com ninguém. Só aceitei fazer. A gente começa a falar sobre ela no dia 26 de junho. Mas eu tenho pessoas que admiro demais neste elenco. Isabel acabou virando uma amiga, Monica... A gente fez trabalhos incríveis juntas. Thalita (Carauta) é maravilhosa; com Karine eu nunca trabalhei, mas é uma pessoa que amo. Késia (Estácio) ainda não conheço. Cassinho (Cassio Gabus Mendes)... Tenho muitos amigos, então tenho certeza de que vai ser uma grande família também.

"Estou ansiosa e temerosa (risos). Porque um trabalho de novela é muito tumultuado. A gente realmente trabalha muito tempo, muitos dias por semana e tal. Mas eu acho que vai dar certo. É uma novela que tem sete protagonistas, então isso diminui um pouco a responsabilidade e talvez o tempo de trabalho mesmo. Vou ter que me dividir aí. Vai ser uma jornada nova".

No fim da primeira temporada de 'Rensga hits!', fica sugerido que Marlene, sua personagem, terá a história aprofundada. Ela é bem diferente de personagens que você fez, certo?

"Quando eu recebi os textos, Marlene não tinha todos esses traços que eu coloquei nela. Ela era uma mulher sexy. E eu falei: "Cara, não... Não quero ser mais uma vez assim". Faço 36 anos de carreira este ano, com mais de 20 trabalhos na TV, muitas Deboras, muitas personas eu já fiz. Eu queria trazer uma diferente, uma personagem completamente distinta de tudo o que todo mundo já tinha me visto fazer. Então, eu propus essa composição aí para a Marlene. Eu acho que deu muito certo. Então, tomara que a segunda temporada explore mais essa personagem".

Há alguns meses, no carnaval, você se vestiu de Bruna Surfistinha, anos depois de ter protagonizado o filme sobre ela (o filme de Marcus Baldini foi lançado em 2011). Alguns fãs se animaram para uma possível volta da personagem. Existe essa possibilidade?

"Nunca falamos sobre ela (risos). Bruna foi e é um trabalho de que me orgulho muito, um trabalho que deu certo. Muito anos atrás, uns seis, a gente até cogitou (fazer continuação), mas eu não me animava. Acho que já foi um trabalho que deu certo. E para o ator é bom diversificar personagens. Acompanhando a vida da Raquel (Pacheco, ex-prostituta que inspirou a série), vejo que ela tem histórias diferentes para contar. Então, não digo nunca, né? (risos). Mas eu acho que não vai rolar".

"Veio de uma cena de 'Segundo sol' que viralizou e virou meme. Desde então, eu respondo muito sobre isso pela rua. Muita gente me pede dinheiro (risos). A internet é engraçada porque ela é cíclica. O assunto some e depois volta como se fosse novidade. Tem o outro meme da entrevista para o Pedro Bial em que eu disse: 'A gente não é o que a gente quer ser, a gente é o que a gente consegue ser'. Eles ganharam uma projeção inesperada".

Já aconteceu de sua filha (Maria Flor, de 7 anos, do casamento com Hugo Moura) receber algum vídeo seu?

"Ela tem a internet ainda muito controlada. Então, ainda não recebe muitas coisas fora do nosso controle, não. Mais tarde, acho que vai rolar. Mas ela se diverte quando mostro as coisas. Outro dia, ela viu uma cena minha com a Carolina Dieckmann (sequência de 'Laços de família'). E ela perguntou: 'Quem é Judas? O que é Judas?'. É muito legal porque é outra geração que vê seu trabalho repercutindo. Um trabalho de tanto tempo".

E as declarações em podcasts também repercutem. No "Quem pode, pod", um convite a Giovanna Ewbank para um encontro íntimo deu o que falar também...

"Ah... Aquela brincadeira a gente fez quando fui entrevistada. Ela veio agora de novo. Foi ano passado. E as coisas voltam como se fossem novidades. Às vezes, falo de coisas minhas e depois elas voltam, como se fossem novas. É uma declaração tão velha... Já falei tanto sobre isso.

É que hoje em dia os artistas estão falando sobre acordos, quebra de tabus no relacionamento...

"Eu exponho isso já há bastante tempo em todos os lugares a que vou. Sempre fui de falar com muita franqueza sobre a mulher que sou, independentemente de ela agradar a todos ou não. Falo que essa minha relação com Hugo não é aberta porque a gente acha 'aberto' muito fechado. Ela é uma relação viva. A cada dia a gente vai se deparar com conflitos novos e estabelecer novos combinados, acordos. O importante é que a gente é parceiro, melhor amigo, ele sabe tudo sobre mim, eu sobre ele.... E a gente vai construindo nossa história. Falo sobre isso nas entrevistas de forma natural porque isso, para mim, é natural. Para mim, é estranho relações em que o parceiro não sabe muito sobre você. É estranho quando você faz coisas e engana as pessoas à sua volta. Eu sou não-hipócrita. Eu sou da verdade, do (pensamento) 'o combinado não sai caro'".

"Não. Porque Hugo sabe muito mais do que todo mundo sabe. Ele sabe as coisas sobre mim muito antes de todo mundo. De frente para trás, de trás para frente... Eu não tenho nada a esconder. Ele sabe com quem ele casou. Ele sabe quem é a Deborah. Isso é o que a gente tem de mais valioso.

Muitas pessoas vão às suas redes sociais perguntar o que você faz para manter o corpo torneado, pedem dicas de beleza, abrem questões sobre procedimentos estéticos... Com reage a esse interesse do público e o que pensa sobre pessoas virem aderindo à harmonização, por exemplo?

"Cada pessoa tem o direito de ser como ela quer ser. E a gente não tem muito... Nada a ver com isso. Não tenho uma opinião formada (sobre o interesse das pessoas). Eu sou alguém que não gosta de fazer muitos procedimentos no rosto. Fiz botox e faço quando não vou trabalhar porque acredito que ele atrapalha um pouco meu trabalho. Então, quando acabo, geralmente eu retoco. E no corpo faço tratamento com bioestimulador de colágeno, uso maquininha porque não vou à academia, uso uma maquininha que "treina por mim", sabe? Eu não sou uma pessoa com muitos cuidados. Tenho uma genética, acho que não preciso fazer dieta, faz muito tempo que não vou à academia. Comecei a achar que fico melhor sem treinar. Parei de treinar desde que engravidei. Treinei, no máximo, dois meses. Na verdade, estou sem fazer absolutamente nada há pelo menos uns três anos. Não sou uma pessoa com muitos cuidados, não. Eu acho que a gente tem é que ser feliz. E encaixar isso da maneira que cabe para cada um, sabe? Sem tanta pressão. Entendo que sou uma mulher de 43 anos. E não quero ter o corpo que eu tinha com 20 nem o rosto. Pretendo ficar bem, bem, bem velhinha. Só não envelhece quem... E não estou a fim de morrer. Lido bem com minha autoimagem, ela é diferente da de quando eu tinha 20 anos. E sou tão melhor como pessoa, nas escolhas, na ética, com segurança, autoestima. Tenho muita empatia com quem sou. O externo é uma coisa que vai piorando, mas o resto todo vai melhorando. É um equilíbrio".

"Faço. Olho para mim com empatia por mim mesma e com entendimento, dos meus acertos, dos meus erros... Não existe ser humano perfeito. A gente está em busca de ser melhor. Mas todos cheios de erros. Aprendi a lidar com os meus erros. Para não repetir e não errar no que já errei. Porque errar a gente vai sempre. É tentar se enxergar e caminhar para ser melhor. E melhor dentro do que acredito. Faço terapia desde os 14 anos".

Crescer sob julgamento não deve ser fácil...

"Não é fácil o julgamento, né? Hoje compreendo que o julgamento é sobre uma Deborah que as pessoas criam. Eu sou mãe, acordo todo dia para levar minha filha de 7 anos à escola. E as pessoas imaginam uma Deborah diferente. E o julgamento das pessoas diz mais sobre elas do que sobre quem está sendo julgado"

Temos visto gente à beça preocupada com o cancelamento. Você há anos dá declarações que repercutem. Existe algum receio?

"Nossos maiores críticos somos nós mesmos. A crítica só atinge a gente quando a gente compartilha, compactua da mesma opinião. O que não procede passa por mim sem fazer cócegas. Se alguém chega para você e diz algo de que você tem certeza de que não é, você não vai se doer. Dói quando alguém aponta o que você já critica em você. Só que é importante a gente errar com acolhimento. Ninguém só acerta, ninguém está o tempo todo certo, ninguém é sempre campeão de audiência. O importante, para mim, como artista, é estar sempre tentando fazer algo novo, algo diferente, que me tire da minha zona de conforto. Não sei se vou acertar sempre. O grande barato do artista é não parar de se desafiar. Vejo a vida com mais leveza, tento fazer meu melhor e está tudo bem. É o melhor que eu pude fazer. Não tenho medo do cancelamento. Não sou 100% perfeita. Está todo mundo tentando. Não é porque você erra diferente de mim que você é melhor do que eu. Em sociedade, todo mundo é falho. Estamos aqui todos errando".


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