Um homem foi chamado e entrou na casa de seu vizinho na hora do jantar.
Sentou-se à mesa que estava posta e, para se sentir ainda mais visto e confortável, abriu uma sacola de supermercado para distribuiu às pessoas pães, queijos e salames.
Em troca recebeu sorrisos e afagos através de elogios.
Sem os donos perceberem, na saída, levou objetos caros da estante e os vendeu para adquirir mais pães, mais queijos e mais salames.
No outro dia tudo se repetiu. Desde o convite até o furto dos objetos.
Apenas uma coisa mudou: com a confiança do vizinho, o homem andou por outros cômodos da casa.
E nessa incursão surrupiou pequenos objetos mais valiosos, estuprou a filha primogênita, matou o gato, quebrou as patas do cachorro e agrediu o casal dono da casa.
Houve um imenso alarido.
Um policial que caminhava próximo ouviu os gritos e resolveu averiguar. Entrando na casa, ele encontrou o rastro de sangue e as pessoas feridas. No entanto, os pequenos objetos furtados já não estavam mais na posse do homem.
Mesmo assim o policial o prendeu.
Porém, um juiz entendeu que aquele homem havia sido convidado a entrar na casa e que os gritos e os machucados poderiam ter sido autoflagelação apenas para incriminá-lo e que, assim, ele deveria ser libertado. Ademais, o policial que o prendeu estava “à paisana”.
O homem, agora livre, voltou a passear pela frente da mesma residência, com uma sacola de supermercado ainda mais cheia de pães, de queijos e de salames. Até que um dia o filho caçula daquela gente, inocentemente, abriu a porta e lhe chamou.
Era bem a hora do jantar.
O casal e sua a filha mais velha foram contra. Mas nada puderam fazer porque o homem estava na companhia justamente do juiz que o libertou.
Agora eu lhe pergunto, caro leitor, qual as chances de todos os atos do homem serem repetidos, mesmo sob o nariz do magistrado?