RIO — Apoiado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,Davi Alcolumbre (DEM-AP) desafiou o então todo-poderoso Renan Calheiros (MDB-AL) e, após dois dias de duros embates em plenário, venceu a eleição para apresidência do Senado . Mas esta não foi a primeira vez que o senador colocou em dificuldades um cacique do MDB.
Davi Alcolumbre recebeu 42 votos, contra apenas cinco de Renan Calheiros, que abandonou a disputa durante a votação. Sua candidatura foi beneficiada pela desistência de outros senadores contrários ao emedebista - Simone Tebet (MDB-MS), Major Olimpio (PSL-SP) e Alvaro Dias (PODE-PR) anunciaram em discursos na tarde deste sábado que não concorrereriam.
Para tentar viabilizar o voto aberto para a presidência da casa - movimento considerado prejudicial a Renan Calheiros, mas que acabou derrubado pelo presidente do STF, Dias Toffoli - Alcolumbre se antecipou aos rivais e ocupou a cadeira da presidência do Senado no início da tarde de sexta-feira. Um ato aparentemente banal, sentar à cadeira garantiu o êxito da manobra que levou à aprovação de voto aberto e deu a ele o controle do Senado em um dia crucial. Uma de suas medidas foi exonerar Luiz Fernando Bandeira de Melo Filho, secretário-geral do Senado e aliado de Renan.
Por sugestão do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alcolumbre sentou-se na cadeira da presidência às 14h45m, quinze minutos antes do início da sessão de posse dos senadores eleitos, e só abandou o posto depois das 22h15m, quando terminou a segunda e mais tensa sessão do dia. Aliada de Renan Calheiros (MDB-AL) — que tenta presidir o Senado pela quinta vez — a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) até tentou, com apoio de outros senadores, desalojar Alcolumbre. Mas o senador do Amapá resistiu no posto até o fim.