A placa, com letras azuis em fundo cor-de-rosa, anuncia o ofício a que se dedica aquele velho homem, barbas brancas e longas por fazer: ALUGAM-SE BORBOLETAS. Ele, que já vendera nuvens de todos os formatos, agora alugava borboletas numa banquinha na areia branca da praia de Candeias. Haveria clientes naquele lugar? Quem vai à praia, pouco interesse tem por alugar borboletas, penso eu. Ledo engano: à frente de sua barraca formava-se fila imensa, homens, mulheres e crianças, todos interessados no produto ofertado. Aquele povo, vivente da Capital, já quase tinha esquecido os belos bichinhos voadores, com suas asas coloridas, e pagavam com um abraço – este o ‘preço cobrado’, o prazer de com elas conviver, por cinco minutos que fosse, tempo suficiente para redescobrir o sonho bom de voar e dançar com as borboletas. Os humanos buscavam estes prazeres, antes de se lambuzarem na areia da praia, sob a vigilância inclemente do sol e o olhar desatento de uma ou outra gaivota que se arriscava a embelezar o azul do céu. As borboletas não paravam de dançar.
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