Dances with Wolves foi uma surpresa quando foi lançado em 1990 nos cinemas americanos. Ninguém esperava não só o sucesso de crítica, mas, principalmente, o sucesso de público que o primeiro filme dirigido por Kevin Costner alcançou, especialmente em se tratando de um épico de três horas em sua versão original, que ganhou quase uma hora a mais em sua versão estendida, lançada um ano depois.
O filme, que marca a estreia de Costner na direção, foi produzido por ele e Jim Wilson. A trilha sonora é de John Barry, a direção de fotografia de Dean Semler, o desenho de produção de Jeffrey Beecroft, a direção de arte de William Ladd Skinner, o figurino de Elsa Zamparelli e a montagem de William Hoy, Chip Masamitsu, Steve Potter e Neil Travis.
O filme conta a história de John Dunbar (Costner), um oficial de cavalaria que se destaca como herói na Guerra Civil Americana e, por isto, recebe o privilégio de escolher onde quer servir. Ele escolhe um posto longínquo e solitário, na fronteira. Ali estabelece amizade com um grupo de índios Sioux – Lakota, sacrificando a sua carreira e os laços com o exército estadunidense em favor da sua ligação com este povo, que o adota.
“Dança com Lobos” novamente abre as portas para o gênero em Hollywood e mostra que ainda temos muitas coisas para falar a respeito de um tema tão consagrado e cultuado nas décadas passadas. O longa ficou marcado como o responsável pela renovação dos westerns americanos e marcou o início do faroeste moderno nos cinemas. Aqui temos uma aventura épica, um drama envolvente, um romance singelo e um humor leve e passivo. Kevin Costner traz simplesmente o melhor e mais notável trabalho de toda a sua carreira, com uma direção magistral, com muita segurança em cada cena, com uma narrativa muito bem amarrada onde era mesclado momentos de tranquilidade e tensão.
O roteiro de “Dança com Lobos” é incrivelmente perfeito e feito com uma coesão incrível. Pois temos o início da história do tenente John Dunbar, que se inicia durante a Guerra Civil americana (por volta da década de 1860) em uma luta travada pelo fim da escravidão. Somos confrontados com um personagem que sofre com traumas pelos horrores da guerra, que é totalmente perturbado, que já tentou suicídio, mas que ao partir para um local para viver sozinho, ele vai se reencontrando, se desenvolvendo, se achando, sua vida vai tomando um outro rumo e uma outra forma. Temos aqui um verdadeiro estudo do ser humano e suas culturas – como o desenvolvimento e a construção do respeito, do reconhecimento, dos ensinamentos, da admiração, da confiança. Também temos o choque e o confronto de cultura entre o homem branco americano e os índios Sioux, que aparentemente poderia difundir a sua cultura entre os índios, mas somos confrontados com uma assimilação dos costumes dos nativos, acontecendo uma verdadeira aculturação às avessas.
O filme foi indicado a 12 Oscars no Oscar de 1991 e ganhou sete, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor para Costner, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Mixagem de Som. O filme também ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme – Drama. O longa de Costner ainda integra a seleta lista dos únicos três westerns a ganhar o Oscar de Melhor Filme na história, sendo acompanhado por “Cimarron” (1931) e “Os Imperdoáveis” (1992).
“Dança com Lobos” é um marco na indústria hollywoodiana, é muito importante para um fator social, por praticamente ter assumido a culpa de ter dizimado uma cultura inteira (a cultura indígena). Após 32 anos de lançamento, o longa não ficou datado, não ficou ultrapassado, envelheceu muito bem, o tempo fez muito bem para à obra. Além, é claro, o filme é creditado como uma das principais influências para a revitalização do gênero de cinema ocidental em Hollywood.
Dança com Lobos – Trailer Oficial (LEGENDADO)
Dança com Lobos: O filme que Revolucionou o Faroeste (Análise)