Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão domingo, 14 de junho de 2020

DALTON TREVISAN: ESCRITOR COMPLETA 95 ANOS

 

Dalton Trevisan completa 95 anos como um dos últimos remanescentes de sua geração

Escritor curitibano é um dos principais contistas da literatura brasileira há mais de meio século 

Andre Cáceres, O Estado de S.Paulo

12 de junho de 2020 | 05h00

Um do últimos remanescentes de sua geração literária, o escritor curitibano Dalton Trevisan completa 95 anos neste domingo, 14. Com mais de 40 livros lançados, diversos prêmios conquistados e textos traduzidos para diversos idiomas em mais de dez países, ele se consolidou ao longo de mais de meio século como um dos maiores contistas da literatura brasileira.

 

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Dalton Trevisan Foto: REPRODUÇÃO
 

Dono de uma carreira exemplar e um dos autores mais reclusos do Brasil, Trevisan evita entrevistas e aparições públicas, à moda de outros escritores, como Raduan Nassar e Thomas Pynchon.

Vencedor do prêmio Camões em 2012 pelo conjunto de sua obra, entre suas principais honrarias, estão quatro prêmios Jabuti (1960, 1965, 1995 e 2011), dois prêmios da Biblioteca Nacional (2008,2015), um da APCA (1976), um Portugal Telecom (2003) e um Machado de Assis (2012).

Embora o autor tenha mantido o alto nível de sua escrita ao longo de toda a trajetória literária, seus livros mais celebrados permanecem sendo alguns dentre os primeiros de sua carreira, ambos reuniões de narrativas breves: Novelas Nada Exemplares (1959), Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965). Aqueles dois, conquistaram o Jabuti de contos; este, no entanto, permanece como o seu mais conhecido.

O escritor não era um novato na cena literária quando publicou Novelas Nada Exemplares (que foi premiado ao lado de nomes como Antonio Candido, Ricardo Ramos e Menotti Del Picchia na segunda edição do Jabuti).

Em 1946, Trevisan fundou a revista Joaquim, que editaria até 1948, granjeando a colaboração de grandes autores como Carlos Drummond de Andrade, Mario de Andrade e Vinícius de Moraes, além de pintores como Di Cavalcanti e Portinari, e críticos como Otto Maria Carpeaux (que, posteriormente, viria a se tornar um desafeto de Trevisan por conta de um artigo de Temístocles Linhares na revista).

Embora seja tido como sua estreia, Novelas Nada Exemplares não foi o primeiro livro de Trevisan. Antes de publicá-lo, ele já havia lançado o romance Sonata ao Luar (1945) e a coletânea de contos Sete Anos de Pastor (1948), posteriormente renegados por ele e jamais reeditados. Alguns trechos de Sonata ao Luar foram publicados na Joaquim, e Sete Anos de Pastor podia ser adquirido por meio de vendas diretas à época, como autores independentes costumam fazer hoje em dia, em tempos de internet.

O cuidado de Trevisan com a ourivesaria da palavra é uma de suas principais características. Não são raros os seus contos que acabam mudando ao longo dos anos em diferentes edições, demonstrando como ele se debruça sobre um texto já publicado para polir suas arestas.

Não apenas frases completas acabam sendo suprimidas ou transformadas, mas a própria ordem dos contos e até mesmo seus títulos em alguns de seus livros foram mudados de uma edição para a seguinte. Em uma raríssima entrevista concedida em 1968 ao Diário do Paraná, o autor disse que leva “a vida inteira” para escrever um conto, e que nunca para de reescrevê-lo. Pois já são 95 anos dedicados a cada um de seus contos, e contando.


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