16 de setembro de 2020 | 08h00
A cantora Madonna deu detalhes de como será sua cinebiografia, encorajada depois do sucesso de filmes como os que contam as histórias do Queen e de Elton John. A produção caberá à Universal Pictures.
Segundo o site da artista, ela participa do roteiro ao lado de Diablo Cody, a mesma de Juno. Apesar de ser atriz, Madonna não deve atuar no longa, que vai mostrar como a cantora se tornou um ícone. A artista escreveu o seguinte na tarde desta terça (15): “Quero transmitir a incrível jornada que vivi como artista, cantora, dançarina - um ser humano tentando abrir seu caminho neste mundo. O foco desse filme sempre será a música. A música me manteve indo e a arte me manteve vivo. Existem tantas histórias inspiradoras e não contadas e quem melhor para contá-las do que eu. É essencial compartilhar a montanha-russa da minha vida com minha voz e visão”.
A artista nasceu e foi batizada como Madonna Louise Ciccone em Bay City, Michigan, a 16 de agosto de 1958. A mãe tinha o mesmo nome, Madonna Louise Fortin, e era descendente de franco-canadenses. O pai, Silvio Anthony Ciccone, é ítalo-americano que foi para os Estados Unidos trabalhar como engenheiro de design na Chrysler e General Motors.
Madonna entendeu rapidamente o uma carreira de sucesso não fazia apenas com talento vocal. Era preciso também estar nas páginas dos jornais por outros motivos. Poucos artistas adotaram a mesma postura explicitamente, fazendo cruzar feitos artísticos e sociais.
Quando ainda se falava pouco em homoafeto na TV, Madonna chegou à festa do Video Music Awards de 2003 pronta para chocar. Durante uma performance com Britney Spears e Christina Aguilera, trocou beijos na boca com as duas cantoras ao vivo. E conseguiu uma das maiores repercussões do evento.
Madonna elegeu a Igreja Católica como o centro catalisador de atenções de seus atos midiáticos. As desavenças com a instituição religiosa tiveram início com o clipe de Like a Prayer, em que a artista aparece beijando a boca da estátua de um santo negro e em imagens com cruzes incendiadas. O clipe se tornou um hit controverso. Mas o preço não foi pago apenas pelas desavenças com o Vaticano. Um comercial que ela faria para uma grande marca de refrigerantes foi cancelado.
Sua atuação no cinema lhe rendeu um Globo de Ouro em 1997 pela atuação no filme Evita. E, no mesmo ano, sua canção You Must Love Me a levou a ganhar um Oscar de melhor canção original. Outro Globo de Ouro saiu em 2012, de melhor canção original por Masterpiece.
Foi no Brasil que Madonna teve seu maior público: 120 mil pessoas no Maracanã reunidas para vê-la no dia 6 de novembro de 1993. Em 2012, a história seria diferente. Madonna não estava mais no topoe os ingressos para seus shows no Brasil ficaram prestes a encalhar.
Sexo dava Ibope e Madonna fez bom uso dele em suas performances. Na coreografia de Like a Virgin, feita sobre uma cama com lençóis vermelhos, ela simulava uma masturbação sem pudores. Alguns países chegaram a proibir o clipe.
Lady Gaga chegou carregando o peso das comparações. De tanto dizerem que ela queria ser Madonna, parece que a própria Madonna acreditou e um clima não muito leve se criou entre as duas. A crise só pareceu passar diante das câmeras, quando deram um selinho.
Como um Roger Waters popstar, Madonna levou as críticas políticas às últimas consequências quando resolveu se embrenhar por esse caminho. O show de estreia da turnê exibiu no telão a imagem de Marine Le Pen, da extrema-direita francesa, com uma suástica sobre seu rosto. Houve uma séria ameaça de processo e ela deixou de usar o símbolo nazista.
O vídeo de What It Feels Like for a Girl foi proibido por emissoras de TVs dos Estados Unidos. Seu conteúdo seria muito violento. Ela aparece roubando carros, assaltando pessoas e explodindo um posto de gasolina.
O modelo brasileiro Jesus Luz namorou Madonna depois de se conhecerem em 2008, durante uma sessão de fotos.