Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 16 de julho de 2022

CULTURA NEGRA: FESTA MAKOSSA MOVIMENTA A GALERIA DOS ESTADOS

 

Festa Makossa movimenta a Galeria dos Estados neste sábado (15/7)

Programação especial do evento vai comemorar os 20 anos de história da festa que marcou o lazer e celebração negra da capital

IR
Irlam Rocha Lima
postado em 16/07/2022 06:00
 
 (crédito: Shake It/Divulgação)
(crédito: Shake It/Divulgação)

Referência no espectro da cultura negra em Brasília, a Makossa celebra 20 anos de realização. O tradicional baile black, que ocorre na Galeria dos Estados desde 2002, volta a movimentar a noite da região central da cidade neste sábado (16/7) a partir das 22h, com uma grande festa, sob o comando dos produtores Léo Cinelli e Chicco Aquino. A atração principal é o rapper paulistano Rappi'n Hood.

Os outros destaques do baile são DJs que vão se revezar em dois palcos. No Galeria se apresentam o paulista Kefing e os brasilienses Miria lvez, Bourog, Chocolaty e Ketlen; e no Underbaile, Morenno, Klap, Umiranda, J4K3, Underluv, The Beat'son e Pepê.

Realização da LCA Produções, ao longo dos anos a Makossa tornou-se um laboratório de criação e experiência, em termos de estrutura, ativação e cenografia para outros eventos no Distrito Federal. Ficou conhecida também por levar vida noturna ao centro da capital. Em função do desabamento que atingiu o local, houve algumas edições itinerantes do baile, que foram interrompidas na pandemia. A última edição havia sido em novembro de 2019, no Setor Comercial Sul. Na retomada, em abril último, no formato de festival, houve dois dias de programação, com DJs e uma convidada especial, a cantora Flora Matos.

Por sua relevância artística, a Makossa recebeu homenagem em abril último, com placa concedida pela Administração de Brasília, que traz texto contextualizando a atuação na Galeria dos Estados.

 

ENTREVISTA /CHICCO AQUINO

Que contribuição a Makossa tem dado ao segmento artístico em Brasília?

A Makossa ajudou a difundir, no Plano Piloto, a cultura dos bailes blacks tradicionais ainda muito presentes nas regiões do entorno e, consequentemente, se tornou vitrine de muitos artistas de todo DF. Acho que esse legado de construção contínua ao longo dos anos é um grande diferencial da Makossa.

Alguma edição foi mais marcante e porquê?

Tiveram algumas edições que me marcaram muito. Destaco a de novembro de 2016, quanto trouxemos uma das maiores atrações do mundo no que diz respeito ao turntablism, técnica de uso dos toca-discos como instrumento de mixagem, que foi o DJ Craze. Foi uma catarse coletiva na Galeria dos Estados.  Em 2018, com o desabamento do viaduto, realizamos uma de nossas mais importantes edições no SBN (Setor Bancário Norte). Foi a primeira edição após o desabamento e havia toda uma comoção e ansiedade também com relação à aceitação do baile fora de seu local de origem. Foi histórico!

Como avalia a edição que ocorreu no Estádio Mané Garrincha?

Foi a a nossa maior edição, a do Estádio Mané Garrincha, com a presença do meu ídolo como DJ comandando o baile! O DJ Jazzy Jeff, artista icônico e parte integrante da fundação da cultura hip hop, mundialmente conhecido pelo programa Fresh Prince of Bel Air, ao lado de Will Smith.

Destaca alguma outra?

Para fechar esse quarteto de edições históricas, destaco a primeira edição deste ano, em abril. O retorno à Galeria dos Estados, após a revitalização de todo o espaço, após dois anos de pandemia, tudo isso foi muito surreal. Me marcou muito também por outros dois fatores: realizamos uma edição com dois dias de duração, sábado e domingo, com apresentação do gigante Skratch Bastid e, pela primeira vez, tivemos um show com música ao vivo dentro do baile, que foi o show da Flora Matos. Vivemos dois dias mágicos. Todas essas edições que comentei vieram embaladas por outras ações complementares, como oficinas, vivências e atividades extra evento, criando uma atmosfera e experiência para além dos bailes.

Os DJs residentes se mantiveram ao longo do tempo?

Ao longo do tempo fomos encorpando o time de residentes. No início, era somente o DJ Jamaika. Depois, convidamos o DJ Chokolaty. Estamos falando de dois pilares da cultura do DF – ao lado do DJ Celsão, acho que são os principais DJs dessa cultura aqui no DF. Depois, eu me tornei o terceiro DJ residente e, em seguida, o DJ OG L se tornou o quarto nome do time de residentes. Na época, o nome artístico dele era Batma, que depois virou LM e hoje assina como OG L.

De quem foi a melhor performance entre os artistas convidados?

Difícil pergunta. Mas como falei anteriormente, se eu pudesse escolher, eu ficaria com duas: DJ Craze (2016) e DJ Jazzy Jeff (2018). Agora se você falar que só pode ser uma, eu fico com o set do Jazzy Jeff, em 2018.

Que importância atribui a concessão de uma placa pela Administração de Brasília para marcar duas décadas da Makossa?

Isso é algo que realmente nos deixa muito felizes e orgulhosos. O Brasil tem uma capital e essa capital tem um centro. No centro da capital do Brasil tem uma placa e essa placa é de uma festa. Mano, isso é quase surreal diante das circunstâncias que estamos vivendo. Para gente, é muito mais que uma placa ou uma festa, mas isso tem um significado enorme. Esse reconhecimento foi um dos momentos mais bonitos da nossa história. Não podemos deixar de agradecer algumas pessoas nesse processo. A administradora de Brasília, Dra. Ilka, o arquiteto e designer Danilo Barbosa, autor da sinalização oficial da cidade, e a artista Key Amorim, que customizou a placa com sua arte.

Qual foi o critério de escolha das atrações da festa comemorativa?

As atrações foram escolhidas pensando no encontro de gerações. A Makossa quer mostrar que tradição e inovação andam de mãos dadas e que podemos construir uma realidade que abraça e inclui todo mundo no rolê.

ENTREVISTA // LEO CINELLI

Como, quando e em que circunstância surgiu a ideia da Makossa?

A Makossa surgiu em 22 de março de 2003, com o intuito de ser uma festa bimestral, misturando em seu conceito a cultura dos bailes blacks em prol da revitalização do Setor de Diversões Sul.

A proposta era criar um projeto que valorizasse a cultura negra em Brasília?

Sim, difundindo o seu estilo musical, a dança e o comportamento, mas ao longo do tempo, fomos incorporando outros elementos, como a cultura hip hop e manifestações artísticas de rua.

De que foi algo construído com dedicação, amor e sem pretensão de se tornar o que é hoje. E isso se difundiu em um trabalho que evoluiu, que se tornou sério, de inclusão, feito há várias mãos e que propõe uma narrativa verdadeira com seu público.

Porque a escolha da Galeria dos Estados como sede do evento?

O intuito de se fazer a Makossa no centro da cidade veio por dois motivos: pela facilidade de acesso: temos a rodoviária ao lado, hoje também temos o metrô. Além disso a Galeria dos Estados é um ponto de convergência no fluxo de pessoas que transitam na cidade. E pela revitalização cultural do Setor de Diversões Sul, SDS, um logradouro com essa finalidade, mas que, na época, e até hoje, tem sua função um pouco desvirtuada.

Que lembranças guarda da primeira edição?

A sensação de estar criando algo novo, mágico e com muita energia. Talvez a mais marcante foi de que, na época, o piso do subsolo do Teatro Dulcina (onde foi realizada a primeira edição da Makossa) não estava cimentado, mas vimos que aquele local era perfeito para uma das pistas de dança. E por meio de um acordo, trocamos o aluguel de todo o espaço por 60 sacos de cimento e um caminhão de areia, que conseguimos de um patrocinador. Literalmente, construímos nossa pista de dança para a primeira Makossa!

Makossa 20 Anos

Hoje (sábado), a partir das 22h, na Galeria dos Estados. Ingresso R$ 50 (primeiro lote), valor sujeito a alteração. Venda: makossabsb.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos. Mais informações: 98431-1745.

 


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