Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quarta, 22 de junho de 2022

CULTURA: DONA ONETE, AOS 83 ANOS, É HOMENAGEADA E LEVA *TREMOR DO JAMBU* AO HISTÓRICO THEATRO DA PAZ

Por Ricardo Ferreira — Rio de Janeiro

 

Aos 83 anos, Dona Onete é homenageada e leva o 'tremor do jambu' ao histórico Theatro da Paz
Dona Onete Divulgação/Julia Rodrigues

Foi a pequena Cachoeira do Arari, cidade de pouco mais de 20 mil habitantes na Ilha do Marajó, no Pará, que deu ao mundo a diva do carimbó chamegado, alcunha pela qual ficou conhecida Dona Onete. Nesta quarta-feira (22), a cantora de 83 anos — que ganhou projeção nacional somente a partir dos 72 — recebe da União Brasileira de Compositores (UBC) o Troféu Tradições, concedido pela instituição a artistas e movimentos que “contribuíram para a formação da cultura brasileira”. A premiação em grande estilo acontece no Theatro da Paz, em Belém, num show que celebra a obra da artista com participações de Fafá de Belém, Jaloo, Mestre Damasceno, Lucas Estrela, Félix Robatto e Aqno Carimbó Sancari. A apresentação será transmitida ao vivo pelo canal da UBC no YouTube (/UBCMusica), a partir das 20h30. 

— Em 2022, celebramos 80 anos de UBC. Essa trajetória será comemorada de forma singular e plural com o Troféu Tradições, em homenagem a Dona Onete, artista paraense talentosa e corajosa, que é uma das principais representantes do carimbó — diz Marcelo Castello Branco, diretor executivo da UBC. — Será a primeira vez que ela se apresentará no tradicional Theatro do Paz, e nós da UBC ficamos felizes em ajudá-la a realizar esse sonho.

 

Palco com história

 

Dona Onete diz que faltava mesmo cantar no Theatro da Paz, um dos primeiros palcos líricos do Brasil, inaugurado em 1878 e batizado em homenagem ao fim da Guerra do Paraguai, oito anos antes. A cantora, que foi professora de História por 25 anos, diz que já atravessou o mundo graças à música e que “o que vier agora é lucro”, mas conta estar ansiosa para botar os pés no palco centenário.

Segundo dados da UBC, Dona Onete tem mais de 300 canções registradas em seu nome, incluindo boleros, carimbós, banguês e lundus, entre outros gêneros. Desde 2012, quando chegou às lojas seu primeiro disco, “Feitiço caboclo”, lançou outros três — “Banzeiro” (2016), “Flor da lua” (2018) e “Rebujo” (2019) —, além de diversos singles e participações com outros artistas, como Gaby Amarantos, Francisco El Hombre, Bangalafumenga e BNegão. A fonte de inspiração vem de histórias que ouve por aí, principalmente as de amor.

— O romantismo nunca acaba. Surge isso, aquilo, mas o romantismo continua. E as pessoas continuam gostando do romântico, do carimbó, do brega. Conto histórias que me contam e que eu vejo que vale a pena fazer uma música. Meus boleros, meu carimbó, minha lambada têm princípio e fim, não gosto de deixar nada subentendido. As pessoas entendem o que eu quero dizer. Às vezes me contam um pedacinho de uma história e minha imaginação flutua, já com ritmo, com tudo — diz a artista, dona do hit “Jamburana”, dos versos “A boca fica muito louca/ com o tremor do jambu/ E o jambu treme, treme, treme/ o tremor vai descendo, vai descendo”. — Eu não entendo nada de teoria musical, não sei qual é a nota dó, ré, mi, nada disso. Mas chego com a música prontinha para os meus músicos, digo se é lambada, bolero, e eles vão definindo, é um processo de que gosto muito.

Disco novo no forno

 

A cantora paraense Dona Onete — Foto: Divulgação/Walda Marques

A cantora paraense Dona Onete — Foto: Divulgação/Walda Marques

Para a noite desta quarta (22), Dona Onete promete um passeio pelo repertório de uma carreira relativamente breve, mas com muita história agregada, e comemora a presença dos convidados (“Fafá já me deu muito colo e agora estou dando colo para ela”).

Sem tempo a perder, ela adianta que já trabalha em um novo disco de inéditas, no qual pretende cantar sobre as belezas de sua terra natal, a Ilha de Marajó.

— Tem gente que com 83 anos já pensa que está acabada, mas não. Se cuidar da saúde, vamos longe. Eu espero fazer muita coisa ainda, e espero também ajudar outras pessoas a subirem como me ajudaram um dia. Tenho uma banda maravilhosa e estou fazendo cada vez mais músicas. Não estou envolvida com internet, televisão, essas coisas, quero estar sempre neste mundo, recuada, bebendo dessa fonte que é a cultura paraense. Quero falar do meu Marajó, o lugar que eu nasci, que é uma enciclopédia de cultura — comemora Dona Onete.


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