Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 17 de janeiro de 2020

CRUZEIRO: MEMÓRIA AFETIVA

 

Memória afetiva
 
Moradores do Cruzeiro relembram momentos de diversão na Rua do Lazer e no projeto Canta Gavião, realizados entre os anos de 1980 e 1990. População sonha em reviver iniciativas em 2020

 

» Cibele Moreira

Publicação: 17/01/2020 04:00

 

"Costumava ir quando era criança. Tinha jogos e brincadeiras. Adorava ficar lá" Rafael Souza, professor de história

 



 

"A gente queria um espaço para expor nossas ideias, e as crianças precisavam de alguma atividade de lazer" Robson Silva, precursor do projeto

 

 
A década de 1980 é relembrada com carinho pelos moradores do Cruzeiro. O período que marcou a cena cultural de Brasília também foi o auge das ocupações de entretenimento na região. Um dos pontos de encontro era a Rua do Lazer, realizada aos finais de semana. A iniciativa, proposta pelos próprios habitantes, contava com atividades lúdicas para as crianças, além de espaço para a prática de esporte. Na parte da tarde, um palco era montado, e artistas locais se apresentavam no projeto Canta Gavião.
 
O aposentado Francisco de Assis Aquino, 61 anos, lembra da época com carinho. “Foi um projeto muito bom e enriquecedor. A população se uniu para promover as atividades de lazer com jogos nas quadras, pintura de rosto para as crianças e ações regionalizadas”, conta Francisco, que sente falta do projeto. “O movimento se iniciou no final da década de 1970 e seguiu como algo mais frequente até os anos de 1990. Depois, as pessoas começaram a se mudar, o projeto foi ficando cada vez mais espaçado. A gente tem um desejo de retomar, mas ainda falta recurso para isso”, relata. De acordo com ele, a Rua do Lazer ocorria de forma itinerante no Cruzeiro Novo, Cruzeiro Velho e na Octogonal.
 
Nascido e criado no Cruzeiro, Rafael Fernandes de Souza, 42, tem uma memória afetiva da Rua do Lazer. “Eu costumava ir quando era criança. Lembro que eles colocavam um rolo de papel para a gente desenhar. Tinha jogos e brincadeiras também, eu adorava ficar lá”, recorda. Inspirado nos momentos da infância e da mente criativa de quando era criança, ele criou uma série de livros de super-herói, um deles premiado. “Eu gostava muito de desenhar e, aos 8 anos de idade, nasceu o personagem Dinâmico R, o super-herói do Cruzeiro, que fui amadurecendo a ideia depois”, explica o professor de história.
 
Moradora da região há mais de 40 anos, Josy Almeida, 53, conta que as atividades eram uma forma que a comunidade tinha de abraçar a cidade. “É algo muito típico da época. Não tínhamos muitas opções de lazer, então criamos uma. Todo mundo conhecia todo mundo, a gente não tinha medo de ficar na rua. Era seguro”, relata a educadora. Para ela, foi a partir do projeto que se criou uma conscientização entre os jovens sobre uma convivência coletiva.

 (F Gualberto/CB/D.A Press - 17/4/88)  


 (Canta Gavião - Aruc/Divulgação)  


 (Aruc/Divulgação)  


 (Canta Gavião - Aruc/Divulgação)  


 (Canta Gavião - Aruc/Divulgação)  


Origem
 
Precursor do projeto Canta Gavião e da Rua do Lazer, Robson Silva, 61, explica que a iniciativa surgiu de forma espontânea entre os jovens da época. “Tudo começou em frente à igreja Nossa Senhora das Dores. A gente queria um espaço para expor nossas ideias, e as crianças precisavam de alguma atividade de lazer que pudesse entreter no período da manhã, enquanto ocorria a missa. À tarde, aconteciam os shows com bandas e artistas da cidade”, conta Robson.
 
De acordo com ele, grandes nomes da música nacional passaram pelo palco do Canta Gavião. “Entre os artistas temos nomes como Cássia Eller, que era moradora do Cruzeiro, e o Renato Russo com a banda Aborto Elétrico.” O Canta Gavião era um dos pontos altos da cidade com uma diversidade cultural muito grande. A proposta cresceu tanto que se transformou no departamento cultural da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro (Aruc).
 
Além da Rua do Lazer e do Canta Gavião, o Cruzeiro contava com o Cine Clube Gavião — uma parceria da Aruc com o Serviço Social do Comércio (Sesc) que promovia sessões de cinema ao ar livre. “O movimento passou a ser da comunidade com um leque ampliado de opções culturais. No ano passado, tivemos duas edições especiais, e a nossa ideia é retomar o projeto este ano”, ressalta Robson.
 
O desejo para que essa iniciativa retorne é unânime entre aqueles que vivenciaram o período de ouro no Cruzeiro. “Temos buscado apoio para que isso ocorra. A ideia é ter pelo menos quatro edições agora no ano de 2020”, expõe Rafael, que, desde 2007, integra a equipe do departamento cultural da Aruc.
 
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