Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 05 de abril de 2020

CRIATIVIDADE PAR DRIBLAR A CRISE

 

Criatividade é a saída para manter negócios
 
 
Empresários resilientes aceleram inovações para não falir e segurar empregos durante a pandemia de coronavírus. Entrega em casa e atendimento virtual são alternativas em tempos de comércio e serviços com portas fechadas

 

Simone Kafruni

Publicação: 05/04/2020 04:00

Pablo, Marina e André, sócios do Teta Queijaria, lançam serviços para assegurar, ao menos, 30% da receita (Arquivo Pessoal



)  

Pablo, Marina e André, sócios do Teta Queijaria, lançam serviços para assegurar, ao menos, 30% da receita

 

 
Resiliência, diz o dicionário, é a capacidade de se adaptar ou até mesmo evoluir após momentos de adversidade. Uma palavra que define muito bem o que move muitos empresários neste momento de incerteza. A pandemia do coronavírus, que não tem data nem hora para acabar, desestabilizou os empreendedores, ameaçando o faturamento de quase todos os setores da economia. Mas há quem resista e, com criatividade, busque soluções inovadoras para manter seus negócios de pé.
 
O cenário é desafiador, sobretudo, para micro e pequenos empresários, com pouco capital de giro. Na opinião de Cláudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), um processo recessivo bastante pronunciado se anuncia. “Mesmo nesse cenário, há subprodutos positivos”, diz. O especialista lembra que a necessidade é a mãe da criatividade. “O ser humano tem instinto de poupar energia, por isso se esforça na medida que precisa. A mudança súbita do quadro nos obrigou a procurar novas alternativas em curto prazo. A necessidade acelerou a adaptação”, afirma. Várias possibilidades, antes alternativas, se mostraram eficientes e vão se perpetuar, diz o professor. “As pessoas estão despertando para novas formas de trabalho. O que faz o homem caminhar é a busca incessante para vencer as adversidades”, acrescenta.
 
Essa busca é incansável para o empresário André Vasquez, 40 anos, sócio de Marina Cavechia e Pablo Julio no Teta, bar, restaurante e queijaria que precisou fechar as portas com o decreto do governador Ibaneis Rocha, depois de dois anos servindo almoço e jantar na 103 Sul. “Tivemos que implementar o delivery, adaptar pratos e testar embalagem em 48 horas, com parte da equipe em férias”, conta André.
 
O Teta criou um cartão de presente, para usar no delivery ou quando o restaurante reabrir as portas. “As pessoas continuam fazendo aniversário e estão se presenteando virtualmente”, assinala André. Além disso, o estabelecimento está divulgando cursos, pelas redes sociais, de harmonização e de fabricação de queijo. “Lançamos o ‘Antes teta do que nunca’, uma promoção para quem está juntando os amigos por bate-papo na internet. Se encomendar até as 14h, entregamos às 19h, sem custo de frete e, dependendo do tamanho da compra, com 10% de desconto. Até chope e drinques enlatados entregamos”, explica.
 
Ainda assim, a receita caiu a 30%. “A gente trabalha com alguns cenários. Se o programa do governo se concretizar, com postergação de impostos, vamos empatar com o delivery. Nossa luta é sobreviver”, revela André. Na opinião do empresário, que foi rápido em criar alternativas para manter o negócio em pé, o governo está muito devagar. “Isso causa uma insegurança muito grande. É custoso contratar e treinar. Ninguém quer demitir, mas temos um limite”, alerta.
 
O hairstylist Evaldo envia kits às clientes e atende por videoconferência (Arquivo Pessoal
)  

O hairstylist Evaldo envia kits às clientes e atende por videoconferência

 

  
O sentido de resiliência diz que é possível evoluir diante de adversidades. Pois foi o que aconteceu com a Gaúcha Prendada, um negócio que surgiu pequeno, do tradicionalismo de Daiane Wolff Fialho, 36, de Taquara (RS). Casada com o brasiliense Rafael Costa Mendes, 36, Daiane mora há 10 anos em Brasília e, em junho do ano passado, decidiu aproveitar a experiência em vendas, adquirida em anos de trabalho numa empresa que fechou as portas, para montar um negócio próprio. “Eu faço pães e cucas artesanais, como aquelas que só têm no Rio Grande do Sul, para resgatar o sabor de casa”, conta.
 
As vendas eram realizadas em nove feiras semanais. O movimento foi tão bom que o marido, engenheiro agrônomo, saiu da empresa em que trabalhava, no início do ano, para se dedicar a ajudar a Gaúcha Prendada. “Investimos no negócio e levamos um susto enorme com a pandemia. Pensamos: vamos ficar em casa e esperar. Mas caímos na real de que precisamos do giro para nos manter”, assinala Daiane.
 
Com a suspensão das feiras no Distrito Federal, a empresa começou a receber ligações dos clientes. “Optamos por fazer entrega. No começo, foi só para sobreviver, mas conseguimos aumentar nossa receita”, revela a gaúcha. “A gente mesmo entrega, três vezes por semana. Tínhamos uma clientela fixa, mas surgiram novos clientes. Dobramos nossa produção, porque, agora, atendemos locais que não tinham feiras, como Águas Claras, Taguatinga Jardim Botânico”, diz. A ideia é manter o delivery quando tudo voltar ao normal.
 
Turbinada
Com um serviço de delivery muito tímido, a rede Bio Mundo, de produtos saudáveis, turbinou as entregas para fazer frente ao fechamento de 75% de suas operações em Brasília. O CEO da companhia, Edmar Mothé, conta que, das 15 lojas próprias no DF, apenas cinco permanecem abertas, consideradas essenciais. “Éramos muito concentrados em lojas físicas, mas, com o fechamento de shoppings, migramos para uma plataforma mais agressiva de delivery, com um trabalho forte na mídia”, destaca. Além da rede própria, fundada em Brasília em 2015, a Bio Mundo tem mais de 100 franquias em 15 estados do país.
 
“O delivery começou representando 7% da nossa receita. Batemos 10%. E a expectativa é logo alcançar 15%, para chegar a 20%”, ressalta Edmar. O otimismo do empresário vem da preocupação crescente entre os clientes em adquirir produtos bons para a imunidade. “O apelo saudável ajuda. Atendemos diabéticos, celíacos, hipertensos, intolerantes à glúten e à lactose. Essas pessoas estão se cuidando mais.”
 
“A mudança súbita do quadro nos obrigou a procurar novas alternativas em curto prazo. A necessidade acelerou a adaptação”
Cláudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar
 
Jornal Impresso

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros