Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 13 de julho de 2019

COTA MIL: ACONCHEGO À BEIRA DO LAGO

 


CLUBES DE BRASíLIA
 
Aconchego à beira do lago
 
Com a mesma idade da capital, o Cota Mil reúne associados em ambiente que dá a sensação de estar em casa

 

ALAN RIOS
DARCIANNE DIOGO*

Publicação: 13/07/2019 04:00

Antes e depois: o clube à época da construção, em 1959, e atualmente
 (Arquivo Pessoal
)  

Antes e depois: o clube à época da construção, em 1959, e atualmente

 

 (Fotos: Minervino Junior/CB/D.A Press)  
Charme e encanto em um ambiente aconchegante e familiar. O Cota Mil Iate Clube e os 700 associados se orgulham dessas características que marcam a identidade do espaço inaugurado em 1959. Antes disso, em 1957, quando Brasília não passava de mato, terra e construções em meio ao cerrado, o clube se abrigava em uma sala do Palace Hotel. De lá para cá, cresceu e, hoje, conta com uma área de 150 mil metros quadrados.
 
A localização é privilegiada, com acesso ao Lago Paranoá. Da orla, em poucos metros à direita, fica o Pontão do Lago Sul. Em frente, a Península dos Ministros. O nome do clube também carrega história. À época da fundação, engenheiros, geólogos e topógrafos residiam na cidade e escolheram a denominação pelo fato de o clube estar a 1 mil metros de altitude.
 
O comodoro Jorge Daniel Sette explica que o número de sócios é limitado, para que se mantenha o clima mais íntimo e confortável entre os membros. “Aqui, os próprios funcionários sabem quem são todos os frequentadores. Eles mantêm amizade uns com os outros. O Cota não é um clube imenso, em que você perde a referência, mas, sim, um lugar de encontrar os amigos e estreitar os laços”, argumenta.
 
Patrick Noronha:  

Patrick Noronha: "Nós, associados, nos tratamos como membros da família"

 

 
Modernização
 
Atualizar-se constantemente é um dos legados do Cota Mil. De acordo com o comodoro, Brasília vive em um novo momento e cabe ao clube colaborar com a transformação, sem perder a essência. “Muitos sócios chegam para mim e dizem: ‘Me tira de casa.’ Sinto que as pessoas estão pouco vinculadas à cidade e não têm a preocupação de entender a história do lugar, mas de apenas exigir uma boa estrutura. Recebo várias pessoas, por exemplo, que assumem cargo no governo, se associam, e duas semanas depois vão embora”, pondera Sette.
 
É com o objetivo de aproximar mais os sócios do clube que a direção dá atenção especial às programações de eventos socioculturais. “Temos que ligar as pessoas e fazer com que elas interajam. É preciso fazer isso em cada oportunidade, pois é uma chance de elas fazerem novos amigos”, diz o comodoro.
 
Luaus, shows musicais na orla, Dia das Crianças, entre outros, são algumas das atrações que ocupam os salões sociais. Quando o assunto é modernizar, também vale para a parte esportiva. De 40 anos para cá, outras modalidades foram acrescentadas, como beach tennis, pilates, vôlei, dança de salão e aikido.
 
Crescimento
 
Nesse ambiente, muitos associados criaram vínculos para toda a vida. Patrick Noronha, 35 anos, tinha menos de um mês de vida quando foi levado pela primeira vez ao clube e hoje se sente parte de uma família. “Sou caçula de três irmãos e fui com 15 dias de idade para o Cota. Naquela ocasião, as pessoas falaram para minha mãe que ela era doida de levar um menino desse tamanho para o clube. Ela só apontou para os meus outros dois irmãos brincando e disse: ‘Olha lá, aqueles ali estão vivos até hoje, então eu sei cuidar’”, conta o advogado.
 
Patrick cresceu dentro do clube encontrando atividades que lhe faziam bem. Na infância, aprendeu a boiar nas piscinas, antes mesmo de dar os primeiros passos. Quando passou a andar, o espaço aberto era ótimo para correr e brincar. Na adolescência, o Cota era ponto de encontro com os amigos. As aulas esportivas ajudaram no desenvolvimento e renderam muitas histórias. Hoje, ele utiliza a academia do lugar para malhar com a mulher e acredita que um dia perfeito tem que ser relaxando nas dependências enquanto almoça com pessoas queridas e se desliga do mundo lá fora.
 
“Nós, associados, nos tratamos como membros da família. Tem amigos do meu pai aqui que são muito mais meus tios do que meus tios de verdade, que só vejo em datas comemorativas e olhe lá. Com as pessoas do clube, é diferente. A gente confraterniza junto, nos ligamos direto, temos uma relação bem próxima”, diz ele. A característica mais íntima do Cota também agrada, já que lá Patrick se sente em casa, sem preocupações. “Aqui é uma extensão confortável do meu lar. Como não é um clube muito cheio, fico à vontade, vou para qualquer lugar, não fico preocupado com meus pertences. Não tenho dor de cabeça alguma aqui”, explica.
 
Hely Vicentini:  

Hely Vicentini: "Adoro vir dançar nas festas do Cota Mil"

 

 
Amizades de décadas
 
Hely Vicentini, 80 anos, tem uma história de vida recheada de conquistas, e credita os melhores momentos dessas décadas ao tempo que passou no Cota Mil. “Quando cheguei a Brasília, vindo de São Paulo, me levaram primeiro a um outro clube. Achei legal, mas não me identifiquei. Logo em seguida, meus amigos me apresentaram o Cota, e eu disse: ‘Aqui é o meu lugar’”, lembra a aposentada.
 
Sócia desde a década de 1960, ela diz que ficou encantada com o ambiente assim que chegou, não tanto pela estrutura e beleza, mas mais ainda por conta do clima agradável que sempre sentiu. “O que fez eu me apaixonar foram as pessoas. São frequentadores com um comportamento bem afetivo e familiar. Um conhece o outro, as pessoas vão passando o gosto pelo clube de geração em geração.” Hoje, nem o andador a impede de ir ao Cota, passar o dia conversando com as amigas e aproveitar os eventos. “Eu vou a todas as festas do clube, e a turma morre de rir quando eu começo a dançar”, ri.
 
Os irmãos Rafaela e André aproveitam o espaço desde a infãncia
 

Os irmãos Rafaela e André aproveitam o espaço desde a infância

 

 
Espaço da juventude
 
André, 18, e Rafaela Leitão, 15, são irmãos e frequentam o clube desde a infância. Eles não trocam o lazer e a paz do Cota Mil por nada. “É um lugar que temos para nos despreocupar. Aqui não tenho tempo para pegar em celular”, diz André. “Estava na piscina quando conheci uma das minhas amigas. Temos uma relação forte de amizade, que o clube juntou e vai durar o resto da vida. Ela dorme na minha casa, saímos juntas… É muito bom”, completa Rafaela. O lugar também marca uma das melhores lembranças da adolescência: a festa de 15 anos. “Foi aqui que eu me tornei uma princesa.”
 
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer
 
Cota Mil Iate Clube
  • Área: 150 mil metros quadrados
  • Número de sócios: 700
  • Idade: 59 anos
  • Como se associar: adquirindo títulos de sócios. O valor varia entre R$ 7 mil e 10 mil.

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