|
|
Moradora espalhou cartazes para conscientizar vizinhos: predadoras de escorpiões, elas ajudam no combate de pragas
|
Corujas têm sido mortas por envenenamento no Sudoeste. Sete casos foram registrados desde o início do mês, tanto na área de preservação do Parque Ecológico Sucupira como na Avenida das Jaqueiras. A 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho) e a Polícia Ambiental registraram as queixas de moradores.
A técnica de segurança e líder comunitária da QRSW, Ivana Lacerda, 52 anos, espalhou cartazes pelas quadras do bairro nobre, em uma tentativa de conscientizar os moradores. “Há 10 dias, mataram quatro corujas e colocaram pedra em cima das tocas. Agora, só restou um adulto e um filhote”, conta Ivana.
Ainda de acordo com Ivana, os moradores da região convivem com as corujas há muito tempo. Além de proteger os animais, a preocupação da líder é com a segurança e a saúde dos moradores. “As corujas são predadoras de escorpiões e elas ajudam no combate de pragas”, ressalta a líder comunitária. Ela reclama que câmeras de segurança espalhadas pelo bairro não funcionam.
Bastante apegado às aves, o higienizador automotivo Tom Jonnhs, 43, presenciou duas cenas tristes. “No dia 12, encontrei uma com a perna quebrada e, um tempo depois, duas agonizando. Elas sempre conviviam comigo, ficavam nas cadeiras, eu colocava água para elas. Aí, de repente, acontece uma fatalidade dessas”, lamenta. Ele afirma que as corujas eram dóceis, mas, quando se sentiam ameaçadas, voavam próximo às pessoas para proteger os filhotes.
Câmeras
Responsável por operacionalizar as imagens, o 7º Batalhão de Polícia Militar confirmou que os equipamentos estão desligados. O comandante do Batalhão da Polícia Militar Ambiental, major Souza Júnior, diz acompanhar o caso para identificar os envolvidos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou estar “em fase de assinatura” um contrato de instalação de novas 550 câmeras de videomonitoramento. Os equipamentos serão instalados até o fim do ano, em todas as regiões administrativas. O contrato prevê ainda a manutenção de equipamentos já instalados em várias regiões do Distrito Federal.
Atualmente, 444 câmeras estão em funcionamento em pontos estratégicos do DF. As imagens são transmitidas ao Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), que monitora a cidade e identifica suspeitos de crimes. As câmeras também auxiliam nas investigações policiais e em situações de acidente de trânsito. Os locais escolhidos para a instalação dos equipamentos seguem, principalmente, as manchas criminais, que mostram os dias, horários e locais de maior incidência dos crimes.
* Estagiário sob supervisão de
Renato Alves
Memória
Ações para proteger aves
Não é a primeira vez que a população do Distrito Federal se une em defesa de corujas. Em setembro de 2017, no auge da seca de Brasília, moradores construíram casinhas em um gramado da 710 Norte para as corujas-buraqueiras se refrescarem. As estruturas em madeira foram erguidas em cima do buraco onde um casal de aves escolheu para viver há cinco anos.
Outras casinhas para os animais também surgiram em quadras da Asa Norte, no Park Way e no Cruzeiro. Em 2009, um sargento da Marinha recolheu pedaços de madeira, cinco telhas e inaugurou a Toca da Coruja, na região do Cruzeiro. O idealizador passou a ser chamado de Zé da Toca.