Algumas pessoas levantaram cedo em função do feriado de Corpus Christi, ontem. Desde as 6h, voluntários chegavam à Esplanada dos Ministérios para confeccionar o tradicional tapete com 120m de comprimento. A maioria era jovem ligado a grupos de igrejas e escolas. Eles coloriram o gramado central com 28 desenhos de referências bíblicas. No fim da tarde, o clero de Brasília caminhou sobre a ornamentação, carregando o ostensório (peça sagrada onde é colocada a hóstia consagrada, que remete ao corpo de Cristo, segundo a religião católica).
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Católicos confeccionaram 28 desenhos em tapete de 120m de extensão
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A advogada Rita de Oliveira, 26 anos, chegou à Esplanada por volta de 6h30 com a equipe Jovens de Nossa Senhora, composta por cerca de 35 devotos entre 17 e 30 anos. O grupo é uma união de paróquias de Taguatinga, Guará, Águas Claras, Vicente Pires e Asa Sul. Usando palha de arroz, café e tintas, eles passaram a manhã desenhando o cálice sagrado e a hóstia. “Fazemos tudo isso pela união dos jovens. É cansativo, mas ver tudo pronto depois e comemorar algo tão especial é muito importante. Esse é um dos feriados católicos mais bonitos”, ressaltou Rita.
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Karla levou a família, do interior de Goiás, para ver o trabalho
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Enquanto uns ajoelhavam-se para montar as formas, outros animavam as equipes tocando violão e cantando. A estudante Tainara Xavier, 18, disse ser um ótimo momento de fazer novas amizades. “O amor de Deus nos move a estar aqui. Todo mundo acordou cedo e esse sentimento de estar todo mundo junto não tem preço. Quem nem se conhece ajuda o outro, é uma interação muito diferente”, comentou.
Integrante do grupo Infância e Juventude Missionária, ela participou pela segunda vez da confecção dos tapetes na Esplanada. Na ilustração, a equipe buscou retratar os 60 anos da Arquidiocese de Brasília, com a pomba do Espírito Santo em frente à Catedral. No início da tarde, já estava tudo pronto para a celebração. Quem passava por lá, se encantava.
A servidora pública Karla dos Santos, 38, levou a família para ver a movimentação. “Minha tia tem 86 anos e mora em Goiânia. Ela está fazendo uma visita e fomos passear. Ficou apaixonada, assim como a minha mãe. Elas só tinham visto essa tradição em cidades pequenas”, relatou. “Meus filhos também ficaram impressionados. Meu menino tem 8 anos, ficou bastante curioso”, completou.