Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 27 de janeiro de 2021

CORONAVÍRUS - VACINA DEIXA MERCADO OTIMISTA

 Jornal Impresso

CORONAVÍRUS
 
Vacina deixa mercado otimista
 
A crise financeira enfrentada por diversos segmentos pode estar caminhando para o fim. Especialistas e representantes do setor produtivo preveem cenário promissor a partir de julho, quando grande parte da população tiver recebido o imunizante

 

» ALEXANDRE DE PAULA
» CIBELE MOREIRA

Publicação: 27/01/2021 04:00

 (Ed Alves/CB/D.A Press)  
A crise econômica causada pela pandemia da covid-19 abalou o setor produtivo do Distrito Federal no ano passado. Em 2020, segundo estimativa do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista-DF), 750 empresas fecharam as portas por causa das dificuldades. O início da vacinação, entretanto, trouxe esperança para os empresários locais, que acreditam que a imunização deve puxar a retomada no segundo semestre. Especialistas e entidades ouvidas pelo Correio avaliam que o cenário deve mudar a partir de julho.
 
Para o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro, o início da campanha de imunização representou alívio para os lojistas. “Ter a vacina é um grande passo. Agora, a nossa preocupação é com a conscientização das pessoas para que mantenham os cuidados sanitários até todos estarem vacinados”, pondera. A expectativa é de que o fluxo financeiro comece a melhorar a partir de março e ganhe força em agosto com as datas comemorativas, como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal. Em relação à Páscoa, celebrada em 4 de abril, Edson espera um período de vendas melhor do que em 2020. “No ano passado, foi terrível. Com um vírus que ninguém sabia como lidar. Este ano, estamos melhor, com uma luz no fim do túnel.”
 
Presidente Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio da Silva concorda que o começo da vacinação, no Distrito Federal, criou esperança. Porém, na prática, o setor de bares e restaurantes só sentirá os impactos da imunização contra a covid-19 quando atingir grande parte da população. “Neste primeiro momento, a prioridade é vacinar os profissionais da saúde e os idosos, que não representam a maioria do nosso público-alvo”, explica.
 
Segundo o presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra-DF), Jamal Bittar, a imunização é a única esperança, no momento, para reaquecer a economia. “As reformas não virão tão rápido. Na política, o tema é a eleição no Congresso. Então, a vacinação é o que pode acelerar essa recuperação, é o que tem alimentado essa esperança para o segundo semestre, apesar de ainda existir incertezas”, argumenta. Ela ressalta que, para que a expectativa se concretize, é necessário que o governo federal atue no sentido de garantir a vacinação ampla.
 
Expectativa realista
Professor do departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Alberto Ramos avalia que a imunização contra a covid-19 terá um impacto grande entre a população de menor renda, “entre as pessoas que precisam sair de casa para trabalhar, onde o serviço de home office não é possível”. De acordo com o docente, haverá alívio aos cofres públicos. “Se há mais pessoas consumindo, mais impostos serão arrecadados. As demandas do auxílio emergencial também diminuem, assim como a menor pressão no gasto da saúde”, exemplifica.
 
Hemerson Luz, especialista em doenças infecciosas e médico dos hospitais de Base e das Forças Armadas (HFA), acredita que a perspectiva do setor produtivo não é utópica. “É uma estimativa boa a de que as pessoas possam se expor no segundo semestre sem risco de disseminar a covid-19 e de estar doentes depois de vacinadas. Assim, poderíamos ter força de trabalho maior e economia mais aquecida. É realista pensar nesse prazo.”
 
O médico alerta que é preciso levar em conta, para essa avaliação, o tempo necessário para que a vacina traga efeitos. “Temos de lembrar que, depois da segunda dose, são, pelo menos, quatro semanas para ter imunidade e que, quanto maior a parcela da população imunizada, menor a chance de o vírus circulando. Então, é um processo que não será imediato, mas o aspecto de pandemia deve ir se desfazendo ao longo do segundo semestre”, prevê.
 
O Correio questionou a Secretaria de Economia sobre os impactos que a imunização traria aos cofres públicos, além de solicitar um balanço dos impactos que a pandemia causou nas contas do Governo do Distrito Federal (GDF). A pasta informou, apenas, os dados relativos ao ano passado. “No acumulado de janeiro a dezembro de 2020, a arrecadação tributária somou R$ 17,3 bilhões em valores correntes, o que representou aumento nominal de 4,5% e real de 0,8% em relação a igual período 2019.” A pandemia, segundo a pasta, teve influência no decréscimo real do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), que foi de cerca de R$ 180 milhões. Em 2019, o ISS foi responsável pelo recolhimento de R$ 1,976 bilhão.
 
Compra direta
A possibilidade de compra direta de vacinas pelo setor produtivo é vista com cautela. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) anunciou, em janeiro, que abriria licitação para 100 mil doses, mas as regras para aquisição particular não estão definidas no país. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou apoio ao pleito apresentado por empresários para a compra da vacina contra a covid-19, da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford, pelo setor privado. Apesar do governo federal se mostrar favorável ao pedido, a AstraZeneca comunicou que, no momento, não será possível disponibilizar doses para a iniciativa privada, pois o acordo firmado com o Ministério da Saúde é para a distribuição das vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Presidente da Fibra, Jamal Bittar diz que há estudos na Confederação Nacional do Comércio para que ocorra compra de vacinas para empregados da indústria. “O DF, com certeza, seria o primeiro a entrar nesse processo, mas existem limitações de quantidade e legais — adequadas, porque é preciso, primeiro, pensar no interesse público e, depois, nos setores. Mas, estamos discutindo para fazer a compra no momento em que for possível”, adianta.
 
O setor da construção civil também estuda a possibilidade de adquirir a vacina, mas, segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Dionyzio Klavdianos, não há nada definido diante das incertezas sobre a venda para o setor privado. “Nacionalmente, já fomos sondados, mas ainda há muitas dúvidas antes que isso possa se concretizar”, explicou.
 
O presidente do Sindivarejista-DF acredita que este não é o momento para se pensar em comprar vacinas pela rede privada. “Não há nenhuma movimentação pelo Sindivarejista em relação a isso. Principalmente, pelo perigo de aquisição de vacina falsa. Não podemos nos comprometer com isso. Por enquanto, vamos aguardar”, afirma Edson de Castro. Já o representante do Sindhobar ressalta que a categoria seguirá o planejamento de vacinação do GDF. “Vamos deixar que vacinem quem está na linha de frente, os profissionais de segurança e os idosos”, destaca Jael Silva.
 
 
 
 
1.056 novos casos
 
O Distrito Federal chegou, ontem, aos 272.375 casos de covid-19. Foram registradas 1.056 infecções a mais do que na segunda-feira. Ao todo, 4.505 pessoas morreram na capital federal em decorrência da doença, dos quais 15 foram notificados ontem. Ceilândia é a região em que maior número de casos, com 30.495. Em sequência, vêm Plano Piloto (25.020) e Taguatinga (22.006).
 
 
Palavra de especialista
 
Aposta no segundo semestre
 
“A grande questão é que o governo federal que estava resistente à vacina, agora, comprou a ideia, porque via que a popularidade está relacionada a isso. O próprio Paulo Guedes (ministro da Economia) tem defendido isso. Então, há um entendimento de que a vacina é a nossa grande solução, e a questão de Manaus, agora, mostrou que era preciso mudar a visão. No DF, a economia depende muito do corpo a corpo. Então, embora muitos setores tenham se adaptado bem ao delivery, ao e-commerce e ao home office, a vacina vai trazer um avanço. A avaliação é de que o primeiro semestre de 2021 não vai ser como esperávamos, vai ser pior ou parecido com o segundo semestre de 2020, mas vejo que o ponto nevrálgico é o segundo semestre de 2021, quando vai começar a haver aquele alívio que esperávamos para março deste ano. Como as pessoas estão muito ansiosas por retomar as atividades, teremos uma recuperação rápida, mas 2021 ainda deve ser um ano difícil, de catar os cacos e, em 2022, teremos a retomada efetiva.”
 
César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF)
 
 
Imunização em andamento
 
Total de vacinas, até o momento, no DF: 
 
141.660
 
CoronaVac (Sinovac Biotech) : 
 
106.160
 
Covidshield (AstraZeneca/Oxford): 
 
41.500
 
Pessoas que receberam a primeira dose: 
 
23.227

 


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