Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense domingo, 07 de março de 2021

CORONAVÍRUS - SISTEMA INÉDITO NO DF VAI MONITORAR VÍTIMAS

 

Sistema inédito no DF vai monitorar vítimas
 
 
Secretaria de Segurança Pública lançará, em maio, dispositivo eletrônico para acompanhar mulheres assistidas por medidas protetivas. Equipamento emitirá alertas ou acionará a polícia nos casos em que houver aproximação dos agressores

 

SARAH PERES

Publicação: 07/03/2021 04:00

Acompanhamento ocorrerá  24 horas por dia, na Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas (André Feitosa SSP/DF
)  
Acompanhamento ocorrerá 24 horas por dia, na Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas
No mês da mulher e a dois de a lei que tipifica o feminicídio completar seis anos, o Distrito Federal acumula casos de assassinato em decorrência de gênero. Desde a criação da qualificadora específica para esse tipo de crime — em 9 de março de 2015 — até o mês passado, o total de vítimas chegou a 116. Mesmo com uma queda de 46% nas ocorrências, entre 2019 e 2020, formas de preveni-las continuam entre as preocupações. Nesse sentido, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) lançará uma série de ações para integrar o projeto Mulher Mais Segura (leia Alianças sociais). Entre as medidas anunciadas está a implementação do Dispositivo de Monitoramento de Pessoas Protegidas (DMPP), previsto para começar a funcionar em maio.
 
O sistema permitirá supervisionar vítimas de violência doméstica assistidas por medidas protetivas, para assegurar que os agressores não entrem em contato com elas. O DMPP será disponibilizado por meio de determinação judicial. As vítimas receberão um dispositivo móvel na cor roxa, e os acusados usarão tornozeleira eletrônica. 
 
O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, afirma que o programa terá início com o atendimento a cinco mulheres. “Os dois dispositivos se conectam, de forma que nossos servidores poderão acompanhar, em tempo real, o cumprimento das medidas protetivas estabelecidas pelos juízes. Desse modo, a vítima não precisará acionar a polícia se estiver em situação de perigo. Se o agressor entrar na zona de exclusão determinada, ambos os dispositivos passam a vibrar, piscar a cor vermelha e emitir um alerta sonoro”, detalha.
 
Responsável pela Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas da SSP-DF, Andrea Boanova explica que o monitoramento das vítimas e agressores será feito por 15 servidores, como policiais civis, militares e penais, além de bombeiros. Atualmente, o setor conta com duas estações eletrônicas, com capacidade para acompanhar 600 indivíduos. “O software possibilita verificarmos quando a vítima está em perigo iminente e, assim, alertá-la. É o que se diferencia das medidas existentes, em que as mulheres precisam acionar a segurança pública”, compara. “O programa também viabiliza termos um rastro que altera nossa forma de atuação. Podemos ver, por exemplo, se a mulher está no shopping e se o agressor ingressa no local”, acrescenta.
 
A diretora ressalta que a vítima é informada sobre a situação e aconselhada a procurar um local seguro. “Ele (o agressor) pode não ter conhecimento de que a vítima está no estabelecimento, mas, pelas normas, ele deverá sair dali. Então, vamos orientá-lo a deixar o espaço, seja por SMS ou ligação. Se ele estiver indo até a mulher propositalmente, faremos as mesmas recomendações. Mas, ao mesmo tempo, será acionada a Polícia Militar, tanto para protegê-la quanto para deter o agressor”, frisa Andrea Boanova.
 
Confiança
 
Além disso, na Diretoria de Monitoramento de Pessoas Protegidas, que fica no Centro Integrado de Operações de Brasília (Ciob), as mulheres terão uma sala de acolhimento. Nesse local, as vítimas do projeto contarão, inclusive, com acompanhamento psicológico. “Haverá servidores capacitados para esse tipo de atendimento. Assim, elas poderão ser orientadas a buscar outros serviços de ajuda, como os disponibilizados pela Secretaria de Estado da Mulher, que é uma grande aliada no combate a esse tipo de violência”, comenta o secretário Anderson Torres.
 
Para Rita Lima, coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem), da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), a implementação do DMPP pode gerar mais confiança para que as vítimas denunciem os agressores. “Nós que trabalhamos diretamente com essas mulheres nos deparamos com queixas sobre o controle da medida protetiva. Os próprios dados da Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios da SSP-DF revelam que a maior parte das vítimas de feminicídio não denunciou situações de violência anterior. No ano passado, apenas uma tinha medida protetiva. Esse é um dos maiores desafios atuais para o combate a esse crime”, analisa.
 
A defensora pública frisa a necessidade de desmistificar a eficácia das medidas protetivas. “Quando a mulher recebe esse amparo da Justiça, a maior parte dos agressores respeita a norma estabelecida. Claro que não temos estrutura para acompanhar todas essas vítimas, mas, nos casos mais sensíveis e de grande vulnerabilidade, o dispositivo de monitoramento pode ser eficaz para assegurar o respeito às medidas protetivas e para manter a segurança da mulher. Além disso, mantém o agressor longe dos locais proibidos judicialmente, como a casa e trabalho da vítima, assim como evita encontros fortuitos em áreas públicas”, observa Rita.
 
No detalhe
 
Veja as principais características dos casos de feminicídio registrados no DF entre março de 2015 e fevereiro de 2021:
 
As vítimas
116
 
Perfil etário
 
Casos sob investigação
 
2 anos
Idade da vítima mais nova
 
69 anos
Idade da vítima mais velha
 
37 anos
Idade média das vítimas
 
 
RAÇA/COR
 
59,5%
Vítimas que se declaravam pardas
 
Escolaridade
37,4% — Ensino médio
33% — Ensino fundamental
18,3% — Ensino superior
4,3% — Sem instrução
7% — Sem informações
 
O crime
97,41% dos feminicídios foram elucidados, com identificação do autor;
73,3% dos crimes ocorreram no interior das residências;
47,3% dos autores eram maridos ou companheiros das vítimas.
 
Fonte: Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios (CTMHP) da SSP-DF

 


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