Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 24 de fevereiro de 2021

CORONAVÍRUS - COMBATE À CRISE DEPENDE DE RELAÇÃO COM O ENTORNO

Jornal Impresso

CORONAVÍRUS
 
Combate à crise depende de relação com Entorno
 
Com relação próxima entre DF e cidades vizinhas, prefeitos de municípios goianos propõem lockdown em conjunto. Governador Ibaneis Rocha descarta a ideia. Gestores das pastas de Saúde discutem medidas coletivas para evitar o avanço da pandemia

 

» SAMARA SCHWINGEL
» JÉSSICA MOURA

Publicação: 24/02/2021 04:00

 
"É uma vivência para a qual não estávamos acostumados. O paciente com covid-19 evolui para piora muito rápido. A demanda para atendimento dessas pessoas continua. Por termos quase um ano de pandemia, tivemos de nos adaptar"

Juliana Lopes, enfermeira do Hospital Municipal Bom Jesus

Com a ocupação média de leitos públicos e privados para covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTI) chegando a 85,7%, no Distrito Federal, e alcançando 100% em diversas cidades da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (Ride), representantes dos poderes Executivos municipais e distrital tentam definir medidas para controlar a situação. De um lado, prefeitos de cidades goianas pressionam o governador Ibaneis Rocha (MDB) a adotar o lockdown, para que eles sigam no mesmo caminho. De outro, o chefe do Palácio do Buriti descarta a possibilidade de interromper as atividades na capital federal.
 
Diante do cenário, os prefeitos de Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás — todos da Ride — pediram ao secretário de Saúde de Goiás que trate com o Governo do Distrito Federal (GDF) um possível decreto unificado de lockdown. Para eles, as medidas de restrição para controle da pandemia só terão resultados efetivos se a capital federal também aderir a elas, devido à grande circulação de pessoas entre o Entorno e o DF.
 
Por enquanto, Ibaneis Rocha desconsidera a chance de decretar lockdown no DF. “O Entorno é responsabilidade do Ronaldo Caiado (governador de Goiás)”, disse o chefe do Executivo local. No fim da tarde de ontem, gestores da secretaria de Saúde goiana (SES-GO) e da pasta distrital (SES-DF) se reuniram para discutir medidas de prevenção contra a covid-19 nas duas unidades da Federação. Até o fechamento desta reportagem, o encontro não havia terminado.
 
Para especialistas, neste momento, em que se observa o avanço da quantidade de casos, o aumento do número de mortes, a circulação de novas variantes do novo coronavírus e o comprometimento do atendimento nas unidades de saúde, é necessário reforçar as medidas de prevenção tanto no DF quanto no Entorno. Atualmente, cerca de 23,6% das pessoas com covid-19 internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede pública do DF são de outras unidades da Federação, sendo 9,4% de Goiás.
 
Nas internações gerais do DF, cerca de 20% dos pacientes são do Entorno — sendo 23 mil pessoas de Goiás e 427 de Minas Gerais. O número pode ser maior, segundo a Secretaria de Saúde distrital, pois muitos pacientes de fora informam endereços de parentes que moram na capital federal. A infectologista Ana Helena Germoglio, do Hospital de Águas Claras, ressalta que o Sistema Único de Saúde (SUS) é nacional e deve atender a todos os pacientes, independentemente de onde eles morarem. Ela considera que, neste momento, seria mais importante investir na conscientização da população sobre as sanitárias. “Sempre houve essa interdependência das cidades do Entorno com o DF. Por isso, o lockdown não seria a melhor opção. É preciso que a população colabore e siga as medidas de prevenção e que os gestores direcionem recursos da melhor forma possível”, avalia Ana Helena.
 
Por outro lado, Valéria Paes, da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, defende o lockdown. No entanto, caso essa seja a opção, é preciso que o processo ocorra de forma integrada, segundo ela. “Se houver (fechamento total), provavelmente, veremos uma redução no número de novos casos em todas as cidades envolvidas. Porém, reforço: como há um grande fluxo de pessoas entre as regiões, não adianta apenas algumas cidades adotarem a medida”, argumenta. “A comunidade também tem parcela de responsabilidade. Não adianta nada os governos definirem restrições e as pessoas desobedecerem”, completa.
 
Calamidade
Dados de ontem da SES-GO revelaram que o Estado atua com 91,88% das vagas para pacientes com covid-19 ocupadas. Entre os 29 municípios goianos que compõem o Entorno do DF, apenas Formosa e Luziânia contam com UTIs na rede pública. As duas têm 100% e 90% de ocupação, respectivamente. Em ambas — além de Águas Lindas, Cidade Ocidental, Cristalina, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás —, a situação é de calamidade.
 
Em Águas Lindas (GO) — a cerca de 50km do centro de Brasília —, a cidade, com 217,6 mil habitantes, não tem mais leitos de UTI disponíveis no único hospital da cidade, o Bom Jesus. Em junho passado, o Ministério da Saúde inaugurou um hospital de campanha na cidade, que operou até outubro, quando foi desmobilizado. Juliana Lopes, 28 anos, é enfermeira na unidade municipal e relata que o sentimento entre os profissionais de saúde é de frustração. “É uma vivência para a qual não estávamos acostumados. O paciente com covid-19 evolui para piora muito rápido. A demanda para atendimento dessas pessoas continua. Por termos quase um ano de pandemia, tivemos de nos adaptar”, comenta Juliana.
 
Nos casos de calamidade, a recomendação do poder público é pela interrupção das atividades, exceto para supermercados e afins, farmácias, postos de combustível e serviços de urgência ou emergência em saúde. A secretária do lar Solange Guedes, 58, moradora de Águas Lindas, teme o contágio pelo coronavírus e acredita que há a necessidade de intervenção. “Os ônibus vêm muito cheios na ida e na volta. Vamos em pé no caminho por mais de uma hora. É muita festa, e o pessoal não respeita. Dá medo”, desabafa.

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros