Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 11 de março de 2021

CORONAVÍRUS - COLAPSO NA SAÚDE DO DF

Jornal Impresso

CORONVÍRUS

 

Colapso na saúde do DF
 
Hran está em "bandeira vermelha" e só atende casos graves. Taxa de transmissão de covid-19 continua alta. O governador Ibaneis Rocha anuncia a abertura de mais 30 leitos de UTI. Quatro variantes circulam na capital do país

 

» DARCIANNE DIOGO
» LUANA PATRIOLINO

Publicação: 11/03/2021 04:00

Os secretários Cristiano Mangueira, Gustavo Rocha e Valter Casimiro, ao lado do secretário-adjunto Petruz Sanchez: esforço de toda sociedade (Acacio Pinheiro/Agencia Brasilia)  
Os secretários Cristiano Mangueira, Gustavo Rocha e Valter Casimiro, ao lado do secretário-adjunto Petruz Sanchez: esforço de toda sociedade
 
No Hospital da Asa Norte (Hran), a situação é crítica, enquanto a taxa de isolamento na cidade subiu apenas 5% (Ed Alves/CB/D.A Press - 11/3/20)  
No Hospital da Asa Norte (Hran), a situação é crítica, enquanto a taxa de isolamento na cidade subiu apenas 5%
 
 
As medidas restritivas impostas pelo governo para conter a disseminação do novo coronavírus não fizeram o efeito esperado e a situação   no Distrito Federal está crítica. Após 10 dias da publicação do decreto que restringe atividades não essenciais na capital e o toque de recolher, a taxa de isolamento social subiu apenas 5%. Enquanto isso, as redes pública e privada de saúde entraram em colapso e o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no combate à covid-19, anunciou “bandeira vermelha” e limitou o atendimento apenas para os pacientes a casos graves, com risco de morte, devido à superlotação. Hoje, o governo do DF pretende ativar mais 30 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
 
Relatório mais atualizado da Secretaria de Saúde (SES-DF), divulgado na noite de ontem, mostra que a capacidade dos leitos de UTI para adultos na rede pública está em 98,50%. Há apenas quatro vagas disponíveis. Na rede particular, a situação é semelhante. Com capacidade em 96,18%, os hospitais privados dispõem de 11 vagas (veja leitos).
Os índices de transmissibilidade da covid-19 estão em 1,28 — cada 100 pessoas infectadas passam o vírus para outras 128 —, divulgou o GDF, ontem, durante coletiva de imprensa. “Melhoramos um pouco em relação à queda, mas ela ainda está em ascensão. Essa taxa já teve, nas três primeiras semanas de fevereiro, uma oscilação de até 1,03 e, nas últimas semanas, chegamos a 1,38. Tivemos um avanço, mas temos que entender a necessidade desse controle. A melhor gestão não é somente disponibilizar leitos, mas conter a disseminação. As pessoas precisam estar menos aglomeradas”, alertou o secretário-adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez.
 
Para desafogar o sistema de saúde, o governador Ibaneis Rocha (MDB) pretende ativar novos leitos de UTI. O emedebista avaliou, ainda, a possibilidade de alugar quartos de hotéis para a abertura de leitos destinados à recuperação de pacientes, mas não deu mais detalhes sobre a medida. No ano passado, alguns hotéis foram habilitados a hospedar profissionais da saúde, idosos e agentes penitenciários do sistema prisional da capital.
 
Outro esforço do GDF é a abertura de três novos hospitais de campanha para o tratamento de pacientes com coronavírus. Cada unidade terá até 100 leitos, podendo chegar a 300 novos. Segundo o chefe do Executivo local, as unidades serão instaladas em Santa Maria, no Gama e no Ginásio Nilson Nelson, no Eixo Monumental. O prazo de execução estipulado pelo GDF para a montagem de cada hospital é de 20 dias e o investimento ficou em R$ 36 milhões.
 
Jovens
 
Na coletiva, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, alertou a população e disse que os profissionais de saúde estão trabalhando no limite. “Até amanhã (hoje) serão abertos mais 30 leitos, que também serão preenchidos imediatamente, porque há uma fila com mais de 130 pessoas aguardando uma vaga. Falamos aqui que havia uma concentração maior à noite, por causa dos jovens. Alguns não gostaram da forma como foi abordado e falaram que, caso ficassem doentes, iriam para o hospital privado. Mas o que eu tenho para dizer é que, nem os hospitais particulares têm vagas. Não adianta achar que só por ter condição financeira melhor ou plano de saúde, vai conseguir vaga”, frisou.
 
Ontem, o Hran decretou “bandeira vermelha” e restringiu o atendimento apenas para pacientes em estado grave em decorrência do novo coronavírus. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde informou que, devido ao aumento acentuado de casos da covid-19 no DF nos últimos dias, o Hran está operando além da capacidade. Dessa forma, a bandeira vermelha limita o atendimento a casos graves, com risco de morte. “Isso ocorre sempre que a insuficiência de estrutura física impede o acolhimento de novos pacientes”, afirmou a SES-DF.
 
Para Carla Pintas, professora do curso de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB), as medidas de restrição devem ser seguidas duramente. “Não é hora de frequentar salão, ir ao bar ou fazer festas. O risco de contaminação é grande. O que estamos passando é muito sério. Os acontecimentos recentes mostram o quanto tem aumentado o número de casos de covid-19 no DF. A doença não tem escolhido quem vai pegar, não temos como prever”, alertou.
 
Novas variantes
 
Existem pelo menos quatro novas variantes da covid-19 circulando na capital. A informação foi confirmada pela SES-DF de acordo com as amostras analisadas pelo Laboratório Central da Secretaria de Saúde (Lacen-DF). As novas cepas são: P1, P2, B.1.1.28 e B.1.1.143.
 
A pasta informou que, desde fevereiro, o Lacen vem realizando testes em parceria com alguns pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) para identificar as novas cepas. De acordo com o órgão, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) também está atuando na coordenação de estudos direcionados para detectar o ponto de transmissão das variantes, o rastreamento dos pacientes e o estudo epidemiológico da doença.
 
O anúncio das cepas aconteceu logo após o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, confirmar, em entrevista coletiva, a presença delas. “Já há a identificação de, pelo menos, duas variantes importantes”, disse. Nas redes sociais, Ibaneis Rocha se pronunciou sobre a situação. “São cepas com um índice de transmissão maior e também geram uma internação e uma recuperação mais demoradas”, disse.
 
O chefe do Executivo local também pediu ajuda para frear a crise sanitária no DF. “Precisamos contar com o público jovem no combate a esse vírus porque se continuarem desrespeitando o isolamento, a situação vai ficar mais e mais grave”, concluiu.
 
De acordo com a Saúde, a variação B.1.128 foi uma das primeiras a circular. Sobre a B.1.1.143, a pasta disse apenas que “é uma outra linhagem que também já é identificada em diversos estados”. A P2 se refere à variante encontrada no Rio de Janeiro e a P1 é a encontrada em Manaus, em janeiro deste ano.
 
» Palavra de especialista
 
Risco de agravamento
 
“A presença de novas cepas representa um risco. Mas elas já estão circulando há meses e temos percebido nas diferentes regiões. A questão é que o número de testes que o governo brasileiro conseguiu organizar nessa rede de vigilância genômica é muito pequeno. Então, demoramos a perceber que estava circulando em uma região, mas já era um fato dado com todas as equipes de vigilância que tínhamos essa mutação presente em praticamente todo o  país.
É possível que parte do aumento dos casos seja por causa dessas variantes, mas acreditamos que o crescimento seja cada vez maior porque a população deixou de adotar as medidas de segurança e que o efeito desses feriados de início de ano e comemorações tiveram papel importante na perda de controle que estamos vivendo agora.
 
A tendência da pandemia é que ela se agrave, sim, independente da variante. Pelo menos no mês de março e talvez uma parte de abril vamos ter cenários muito tristes se não conseguirmos efetivar ações de lockdown que reduzam o isolamento físico das pessoas.
 
Precisamos rastrear os contatos, fazer mobilização dessa testagem laboratorial para encontrar cada um desses casos, organizar redes de apoio social e econômico para que essas pessoas possam ficar isoladas em períodos de quarentena e freforçar as ações de fortalecimento sanitárias para que as medidas estejam incorporadas. O cenário atual com um lockdown relativo, ou seja, só com uma parte da população isolada e alguma parcela dos serviços fechados, é muito pouco provável que a gente veja redução do número de casos.
 
Jonas Brant, médico 
epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB)
 
» 25 mortes registradas
Os casos de covid-19 não param de crescer no Distrito Federal. Nesta quarta-feira, a capital chegou a 5.027 mortes por covid-19, com o registro de mais 25 óbitos causados pela doença em 24 horas. Segundo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, com os 1.551 novos casos confirmados, o DF chegou a 311.098 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. A média móvel de casos está em 1.454, o que representa aumento de 69,82%, em relação ao número de 14 dias atrás. Quanto às mortes, em comparação ao mesmo período, o índice é de 18,14 — crescimento de 74% comparado ao período de duas semanas.
 
» Vagas em UTI para pacientes com covid-19 no DF
Rede particular
 
Hospital Anna Nery 1 leito
Hospital Maria Auxiliadora 2 leitos
Hospital Santa Helena 1 leito
Hospital Santa Lúcia 6 leitos
Hospital São Francisco (adulto) 1 leito
Hospital São Francisco (pediátrico) 1  leito
Total: 12 leitos disponíveis
 
Rede pública
 
Hospital da Criança (pediátrico) 7 leitos
Hospital da PM  3 leitos
Hospital Regional da Asa Norte (neonatal) 4 leitos
Hospital Regional de Ceilândia 1 leito
Total: 15 leitos disponíveis

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