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Integrantes do Ministério da Saúde anunciam aposta em parceria para imunização contra a covid-19
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Sem conseguir conter a curva de contágio do novo coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro decidiu investir na produção de uma vacina contra a covid-19. O Executivo desembolsará US$ 288 milhões para trazer ao país a tecnologia de fabricação da vacina que está sendo desenvolvida no Reino Unido pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, que têm os testes mais avançados e promissores do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso, pretende produzir 100 milhões de vacinas a partir deste ano.
A parceria para o desenvolvimento nacional da imunização contra o novo coronavírus já havia sido apontada como o “objetivo número um do Sistema Único de Saúde (SUS)” pelo ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e foi confirmada ontem. Em carta enviada à Embaixada Britânica e à Astrazeneca, o governo manifesta a “intenção de firmar acordo de compra dos insumos para produção da vacina, incluindo a transferência de tecnologia de formulação, envase e controle de qualidade necessários para o seu registro, produção e distribuição no Brasil”.
O acordo, que será assinado formalmente nos próximos dias, vai permitir a transferência da tecnologia de fabricação da “vacina de Oxford” para a Fiocruz, que desenvolverá o produto no seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro. O governo reconhece que a eficácia da vacina inglesa ainda não foi confirmada. A certeza de que a tecnologia será, de fato, efetiva só deve sair em setembro ou outubro. Por isso, fará a compra em duas vezes. Investirá US$ 127 milhões em um primeiro momento para instalar a linha de produção e garantir os insumos necessários para 30,4 milhões de doses. “A parceria começa com a encomenda, em que o Brasil assume, também, o risco da pesquisa. Vamos pagar pela tecnologia, mesmo não tendo os ensaios clínicos finais. E, em um segundo momento, quando a vacina se mostrar segura, ampliaremos a compra”, afirmou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.
Ele admitiu que o investimento é de risco, pois, se a vacina não for aprovada, não será possível oferecer essas doses à população. Porém, afirmou que, só assim, o Brasil terá prioridade no uso do primeiro lote. Segundo Franco, caso os testes não deem certo, a Fiocruz terá adquirido conhecimento científico.
A esperança de todos é que os testes se mostrem efetivos. Por isso, o Ministério da Saúde já tem até um plano para a aplicação dessas vacinas. A expectativa é de que as primeiras 15,2 milhões de doses fiquem prontas em dezembro e as outras 15,2 milhões, em janeiro. O lote de 30,4 milhões será usado para imunizar o grupo de risco, ou seja, idosos, indivíduos com comorbidades como cardiopatia e diabetes, profissionais de saúde da linha de frente e de segurança.
Caso a eficácia seja comprovada, está certo o investimento de mais US$ 161 milhões para permitir a produção de outros 70 milhões de vacinas na Fiocruz. Com isso, o Brasil poderia imunizar quase a metade da população. Além do grupo de risco, seria garantida, por exemplo, a imunização de indígenas, professores, pessoas em privação de liberdade, profissionais de salvamento e motoristas de transportes coletivo.
No segundo momento da parceria, o governo espera trazer para o Brasil a capacidade de produção dos insumos necessários à vacina e que, inicialmente, serão importados. O objetivo é ter total autonomia no processo de fabricação. “Busca-se evitar que a população brasileira seja privada do acesso a uma vacina em tempo oportuno, uma vez que há grande demanda global”, ressalta Pazuello.
UnB: sem aulas presenciais em 2020A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, afirmou que não há possibilidade de retorno físico às aulas em 2020. “Nós chegamos a um ponto da pandemia em que fica claro que a situação não vai melhorar no curto prazo, a gente não tem perspectiva de volta presencial este ano”, destacou. Ela argumentou que a prioridade é salvar vidas. “Três meses de aula você recupera, o que não recupera é vida perdida.” Um possível prazo para retorno não presencial será definido com o apoio do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR). A reitora frisou, porém, que a instituição não está parada. “A universidade está funcionando remotamente, e estamos trabalhando com várias pesquisas para o combate ao coronavírus."