Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 08 de julho de 2020

CORONAVÍRUS - BOLSONARO INFECTADO

Jornal Impresso

Infectado, Bolsonaro minimiza pandemia
 
Presidente testa positivo para covid-19, mas mantém discurso contra isolamento social e diz que há "superdimensionamento" da doença. Ele recomenda uso da hidroxicloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra o vírus e que pode causar uma série de efeitos colaterais

 

» AUGUSTO FERNANDES
» INGRID SOARES

Publicação: 08/07/2020 04:00

Jair Bolsonaro  (TV Brasil/AFP)  

Jair Bolsonaro

 



Depois de passar o primeiro semestre inteiro menosprezando a covid-19, desrespeitando as recomendações de autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus, promovendo aglomerações e reduzindo a doença que já tirou a vida de quase 67 mil brasileiros a um mero “resfriadinho”, o presidente Jair Bolsonaro testou positivo para a enfermidade. Apesar de fazer parte de um dos grupos de risco, por ter 65 anos, o mandatário disse não estar preocupado com o diagnóstico e afirmou que usa hidroxicloroquina no tratamento, mesmo ciente de que a eficácia do remédio contra a covid-19 ainda não foi comprovada cientificamente.

Logo após saber que estava doente, Bolsonaro optou por não ficar em isolamento e chamou a imprensa para dentro do Palácio da Alvorada, onde anunciou o resultado do exame que fez na segunda-feira. Ele ficou a poucos metros dos jornalistas e utilizou uma máscara comum, que não é recomendada para pacientes infectados. No fim da coletiva, retirou o equipamento de proteção para comprovar que estava “perfeitamente bem”, deixando as pessoas próximas a ele ainda mais expostas ao novo coronavírus.

Apesar de ter entrado para a estatística da pandemia, Bolsonaro manteve o discurso negacionista diante da crise sanitária e comentou que “houve um superdimensionamento” da covid-19 no país. Ele voltou a dizer que crianças, adolescentes e adultos não precisam se preocupar com a doença. “As pessoas abaixo de 40 anos, a não ser que tenha um problema de saúde sério, a chance é próxima a zero de sofrer e ter uma consequência maior da contaminação. A garotada sem sala de aula vai ter problemas de readaptação no futuro. Temos que nos preocupar com o vírus, sim, mas também com a questão do desemprego que está aí”, afirmou.

“Não tem que ter pavor. É a vida. Como podia ter sido um outro exame de uma comorbidade qualquer. É a realidade”, continuou. “O Brasil tem de produzir, tem que botar a economia para rodar.  A vida, eu sei que ninguém recupera, mas a economia não funcionando leva a outras causas de óbitos, de mortes, de suicídios no Brasil. Isso foi completamente esquecido.”

Medicação


Ao longo do dia, Bolsonaro aproveitou para fazer propaganda hidroxicloroquina. A medicação pode trazer sérios efeitos colaterais quando utilizada de maneira indiscriminada e sem acompanhamento médico, entre eles, arritmia cardíaca. Mesmo assim, o presidente insistiu que a substância tem “efeito imediato” e que já tomou ao menos três doses da droga desde que apresentou os primeiros sintomas da covid-19, no domingo, como mal-estar, dores musculares e febre. “Eu sei que não tem uma comprovação científica ainda, mas a eficácia da hidroxicloroquina tem aparecido, e muita gente tem dito que, após ser ministrado esse tipo de medicamento, passou a se sentir muito bem”, disse.

Horas depois, em vídeo postado nas suas redes sociais, em que apareceu tomando uma pílula do remédio, ele reforçou o discurso. “Estou me sentindo muito bem. Estava mais ou menos domingo; mal, segunda-feira. Hoje, terça (ontem), estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, né, está dando certo. Sabemos que hoje em dia existem outros remédios que podem ajudar a combater o coronavírus, sabemos que nenhum tem a sua eficácia cientificamente comprovada, mas é mais uma pessoa que está dando certo. Então, eu confio na hidroxicloroquina, e você? Valeu. Tamo junto.”

Ataques

Como de praxe, Bolsonaro culpou gestores estaduais e municipais pela situação da economia nacional em meio à pandemia. “Essa política passou a ser privativa dos governadores e prefeitos, e o presidente da República, em praticamente nada, pode interferir. Então, se ela vai indo bem ou mal, a responsabilidade é de governadores e prefeitos, segundo decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Ao governo Bolsonaro, coube quase que exclusivamente repassar recursos ao longo desses meses”, ponderou.

O chefe do Executo ainda disse que as medidas de combate adotadas por estados e municípios não funcionaram. Segundo ele, “todo mundo sabia que mais cedo ou mais tarde ia atingir uma parte considerável da população”. “O objetivo final do isolamento social não é dizer que você não vai contrair o vírus, é fazer com que esse vírus fosse diluído ao longo do tempo para evitar que houvesse acúmulo em hospitais por falta de leitos de UTIs ou de respiradores. O isolamento foi feito de forma horizontal, ou seja, todo mundo ficou em casa como obrigação”, criticou.

“O que eu posso falar para todo mundo: esse vírus era como uma chuva que vai atingir vocês, alguns, não. Alguns têm de tomar um maior cuidado com esse fenômeno. Agora, acontece. Infelizmente, acontece”, disse. “E repito aqui: ele acontece, e as pessoas de certa idade que têm problemas de saúde ou comorbidade, uma vez sendo contaminadas, as chances de óbitos aumentam bastante. Isso tem que ser evitado. Por isso que a gente fala do isolamento vertical.”


"A vida, eu sei que ninguém recupera, mas a economia não funcionando leva a outras causas de óbitos, de mortes, de suicídios no Brasil”


"Sabemos que nenhum tem a sua eficácia cientificamente comprovada, mas é mais uma pessoa que está dando certo. Então, eu confio na hidroxicloroquina, e você?”

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