Dezembro é um mês de festas e, para alguns, os excessos podem afetar a saúde do coração. Os médicos têm até um nome para o fenômeno, que altera o funcionamento cardíaco: síndrome do coração de feriado (“holiday heart syndrome”, ou HHS, em inglês).
O “coração festivo” foi identificado pela primeira vez em 1978, pelo pesquisador americano Philip Ettinger. Ele notou que durante as festas de fim de ano pacientes saudáveis podem apresentar arritmia cardíaca, sobretudo a mais comum delas, a fibrilação atrial. Um estudo de 2004 publicado no periódico Circulation apontou um aumento de 5% nas mortes por episódios relacionados ao sistema cardiovascular nesse período.
Em um estudo sobre o tema publicado em 2013 por pesquisadores portugueses, os autores recomendam a serviços de emergência que, em caso de arritmias durante as festas de fim de ano, médicos analisem a possibilidade de HHS se o paciente estiver embrigado.
Além do consumo de álcool, outros fatores influenciam o surgimento de arritmias durante o fim de ano: o consumo exagerado de cafeína, a ingestão excessiva de comidas gordurosas e salgadas e um aumento do estresse.
O café é conhecido por acelerar o batimento cardíaco e também causar desidratação, que também contribui para arritmias. Já as comidas típicas da época, se consumidas em excesso, podem sobrecarregar a digestão e dificultar o funcionamento do coração. Caso contenham altos teores de sal, podem aumentar a pressão sanguínea. Já o estresse leva à liberação do hormônio epinefrina, que contribui para batimentos rápidos ou irregulares.
Pessoas com problemas cardíacos prévios têm maiores riscos de complicação em caso de HHS, mas indivíduos saudáveis que experimentem episódios da síndrome podem ter a arritmia estabilizada com bloqueadores beta-adrenérgicos e outros medicamentos que reduzem os batimentos.