28 de fevereiro de 2022 | 14h49
Atualizado 28 de fevereiro de 2022 | 16h21
A Fifa e a Uefa anunciaram na tarde desta segunda-feira a exclusão da seleção russa e de equipes do país das competições organizadas pelas entidades. A medida vem em resposta à guerra na Ucrânia e atende pedidos de importantes federações europeias. Assim, a seleção russa não seguirá disputando as Eliminatórias e está fora da Copa do Mundo do Catar.
"Na sequência das decisões iniciais adotadas pelo Conselho da Fifa e pelo Comitê Executivo da Uefa, cujas decisões previam a adoção de medidas adicionais, a Fifa e a Uefa decidiram hoje em conjunto que todas as equipes russas, quer sejam equipes representativas nacionais ou clubes, serão suspensas da participação em competições da Fifa e da Uefa até novo aviso", informa a entidade máxima do futebol em nota.
"O futebol está totalmente unido aqui e em total solidariedade com todas as pessoas afetadas na Ucrânia. Ambos os presidentes (Gianni Infantino, da Fifa, e Aleksander Ceferin, da Uefa) esperam que a situação na Ucrânia melhore significativa e rapidamente para que o futebol possa voltar a ser um vetor de unidade e paz entre os povos", continuou a nota.
Ao longo dos últimos dias, desde que eclodiu o conflito no leste europeu, as seleções da Polônia, Suécia e República Checa - que disputariam com a Rússia uma vaga no próximo Mundial - manifestaram seu desejo de não jogar com os russos a repescagem no próximo mês de março.
No domingo, a Fifa havia determinado que a Rússia estaria impedida de jogar em seu território nas partidas que fosse mandante. Além disso, estariam proibidos o uso da bandeira e a execução de seu hino nacional. A decisão, vista como branda, recebeu fortes críticas de federações europeias filiadas à entidade.
Nesta segunda-feira, o presidente da Associação Polonesa de Futebol, Cezary Kulesza, anunciou, em suas redes sociais, que a sugestão da Polônia - de exclusão da Rússia da disputa por vaga na Copa - havia recebido o apoio de outros países, como Inglaterra, Albânia, Dinamarca, Irlanda, Noruega, Escócia, Suíça e País de Gales.
"Lutar pelo lado certo foi eficaz! Mostramos que a força está na solidariedade. Nós apenas agimos corretamente. Agora trata-se de ajudar a Ucrânia, o que faremos como Associação Polonesa de Futebol", escreveu Cezary Kulesza após a nova determinação da Fifa.
A decisão conjunta também afeta diretamente a disputa da Liga Europa. O Spartak Moscou, que enfrentaria o alemão RB Leipzig, nas oitavas de final, está fora da competição. Nos demais torneios da Uefa - Liga dos Campeões e Liga Conferência - não há mais clubes russos na disputa. A seleção feminina da Rússia também será afetada pela determinação, pois participaria da Eurocopa na Inglaterra no próximo mês de julho.
A União de Futebol da Rússia afirma discordar frontalmente das decisões da Fifa e Uefa e diz que contestará as medidas perante as leis esportivas internacionais.
"Acreditamos que esta decisão é contrária às normas e princípios da competição internacional, bem como ao espírito desportivo. Tem um caráter claramente discriminatório e prejudica um grande número de atletas, treinadores, funcionários de clubes e seleções e, mais importante, milhões de torcedores russos e estrangeiros, cujos interesses as organizações esportivas internacionais devem proteger em primeiro lugar", afirma a entidade russa por meio de um comunicado oficial.