A seleção brasileira já está classificada para as oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, com uma rodada de antecedência. No entanto, o time comandado por Tite ainda precisa cumprir tabela e disputar o último jogo, contra Camarões, nesta sexta-feira, às 16h (de Brasília), no Estádio Lusail. Para evitar lesões e desgastes físicos, o treinador optou por escalar uma equipe considerada reserva para o confronto. Embora não tenha os 11 iniciais definidos, O GLOBO decidiu separar um guia para você conhecer os "novos" jogadores que estarão em campo com a camisa amarelinha — alguns deles podem começar no banco e entrar no decorrer da partida.
Éder Militão
Éder Militão foi titular no último jogo do Brasil como lateral-direito — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Revelado pelo São Paulo, Militão é o zagueiro mais caro da história do Real Madrid — foi contratado junto ao Porto por 34 milhões de libras em 2019 (R$ 197 milhões em valores de hoje) — rapidamente conquistou o então técnico merengue Zinedine Zidane. “Ele é um jogador do presente e do futuro”, previu o francês. Não demorou até que Militão provasse seu valor, que pode ser visto tanto na defesa quanto na lateral. Sem falsa modéstia, ele afirmou categoricamente: “Consegui mostrar por que fui contratado”. Sua versatilidade também é um trunfo para o técnico Tite, que pode usá-lo em várias funções.
Bremer
Zagueiro Bremer, no treino da seleção brasileira — Foto: Lucas Figueiredo / CBF
Baiano que surgiu para os profissionais no Atlético-MG, Bremer passou quatro anos no Torino, da Itália, vivendo uma espécie de processo de maturação. Hoje com 25 anos, perto do auge da carreira de um jogador, ele combina os dois estilos que refletem as escolas em que foi formado: é duro no combate individual e forte na bola parada, além de seguro no jogo com os pés. Razões pelas quais, segundo a imprensa europeia, recebeu uma série de ofertas de grandes clubes do continente, até optar pela Juventus.
Alex Telles
Alex Telles atua no Sevilla, da Espanha — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Escolha de última hora de Tite, Alex Telles foi revelado pelo Juventude, hoje atua no Sevilla, da Espanha, e quase não jogou pela seleção. Nascido em uma família de origem italiana, ele considerou se juntar à Itália em 2016, depois de um ano emprestado à Inter de Milão. “Posso ser brasileiro, mas meus tataravôs são italianos e me sinto italiano”, disse à época. As coisas não decolaram naquele contexto e foi apenas em 2019 que ele recebeu sua primeira convocação para uma seleção — a do Brasil. Com a vaga aberta pela lesão de Guilherme Arana, Telles se tornou uma aposta de Tite.
Fabinho
Fabinho, volante da seleção brasileira — Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
Volante, lateral-direito, zagueiro… Não há muitos jogadores tão versáteis quanto Fabinho, de 29 anos. Por isso, ele é um coringa para o técnico Tite e um dos componentes mais importantes do trabalho de Jürgen Klopp no Liverpool. Também por isso ele foi apelidado pelos companheiros de time de The Hoover (aspirador, em inglês, por "limpar" o jogo). Revelado pelo Fluminense, o jogador é forte, rápido, eficiente na bola aérea, competente no um a um e, claro, ótimo roubador de bolas. “Ele é capaz de fazer tudo isso, você vê em diferentes situações que seu talento defensivo é impressionante", elogiou Klopp.
Fred
Fred foi escolhido para ser o substituto do Neymar na última partida — Foto: Fabrice COFFRINI / AFP
A suspensão por doping em 2015 — ele passou um ano sem jogar por ter usado um diurético proibido — não afetou a carreira do meio-campista. Antes da Copa do Mundo de 2018, o jogador revelado pelo Internacional foi comprado pelo Manchester United, onde é titular, por 47 milhões de libras (R$ 272 milhões hoje). Mas até conquistar um lugar entre os 11 da seleção foi um longo caminho. Quatro anos atrás, ele mesmo se surpreendeu com a convocação. Mas uma lesão durante a preparação impediu que fosse usado no torneio. Mesmo com o status que tem hoje, a ansiedade tomou conta até o anúncio da lista final. “É aquilo: está perto, mas está longe”, justificou.
Bruno Guimarães
Bruno Guimarães no treino da seleção — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Você normalmente vê jogadores pedindo para usar as camisas 9, 7 ou 10. Mas, para Bruno Guimarães, o número mágico é… 39. A preferência não tem nada a ver com futebol. Na verdade, é uma maneira que o meio-campista encontrou para homenagear seu pai, que trabalhou como taxista no Brasil e cujo carro tinha justamente o número 39. “Se você puder, escolha a 39. Sempre trouxe sorte para a nossa família, vai trazer para você também”, seu pai o encorajou. Até o momento, ele tem razão. Revelado pelo Athletico-PR, o atleta do Brasil de 25 anos atua no Newcastle, da Inglaterra.
Gabriel Martinelli
Gabriel Martinelli no treino do Brasil — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Principal surpresa da lista de Tite, Gabriel Martinelli fez um caminho inverso ao da maioria dos jogadores. Começou na base de um clube grande, o Corinthians, e concluiu a transição para o profissional no Ituano por decisão de sua família e staff. De lá, decolou para o Arsenal, em 2019, onde teve início avassalador, com sete gols em sete jogos. A ascensão meteórica, porém, foi interrompida por uma grave lesão que o afastou por meses. "É um jogador do lance individual, transições em velocidade. Precisamos de jogadores agudos e incisivos pelos lados", justificou Tite.
Antony
Antony está jogando seu primeiro Mundial — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
O giro 360° se tornou uma marca do atacante de 22 anos, que insiste em mostrar sua habilidade com os pés durante os treinos, os aquecimentos e, claro, os jogos do Manchester United. O clube inglês também promove o talento do jogador nas redes sociais e até lançou um desafio para que os torcedores tentem reproduzir a técnica do brasileiro, que foi revelado pelo São Paulo. O movimento, contudo, nem sempre é bem-sucedido. Às vésperas da Copa do Mundo, Antony fez o 360º contra o Sheriff, pela Liga dos Campeões, e levou uma bronca do técnico Erik ten Hag. “Somos reconhecidos pela nossa habilidade, e não vou parar de fazer o que me trouxe até aqui”, justificou o atacante.