A torcida do Vasco fez a festa que podia e prestou apoio desde o treino aberto, na última sexta-feira, mas o time deu adeus à Copa do Brasil ontem. O cruz-maltino até saiu na frente, mas viu o Atlético-MG empatar em 1 a 1 no fim e levar a classificação pelo placar agregado após a vitória por 2 a 1 na Arena MRV, em Belo Horizonte. O time mineiro agora aguarda o vencedor do confronto entre Corinthians e Flamengo, hoje, em São Paulo.
Sob uma chuva que ficou mais forte ao longo da partida, Vegetti abriu o placar, de pênalti, no primeiro tempo, e Hulk fez um golaço para empatar na segunda etapa.
Se a volta à final da Copa do Brasil não veio, o torneio foi, ao menos, lucrativo para o cruz-maltino. Por chegar à semifinal, o que não acontecia desde 2011, o clube somou R$ 22,8 milhões em premiação.
O desempenho — em um ano em que o clube se viu envolvido em duas trocas de técnicos e um litígio judicial de sua SAF com a 777 Partners — também foi reconhecido pela torcida, que em sua maioria aplaudiu o time. Os cruz-maltinos deram um espetáculo nas arquibancadas, com faixas, bandeiras e muitos gritos, num verdadeiro clima de copa que ajudou a empurrar os donos da casa.
A torcida foi aliada importantíssima nessa campanha. Foi em São Januário que o cruz-maltino conseguiu resultados importantes como a vitória na ida das quartas de final contra o Athletico e o triunfo nos pênaltis sobre o Fortaleza nas oitavas. Mas a noite de sábado indica que o atual elenco, montado sob duas administrações completamente diferentes, chegou perto de seu limite, ainda que tenha flertado com o segundo gol e com a chance de levar a partida às penalidades.
O gol de empate do Galo, que garantiu a classificação, é uma mostra de que o projeto de futebol cruz-maltino, ainda nascendo nas mãos de Pedrinho (e de um próximo proprietário da SAF) precisa evoluir para seguir brigando por títulos. Carências em setores como zaga (necessidade martelada durante a janela de transferências) e ataque ficaram escancaradas ao longo da campanha. Enquanto isso, a equipe lutou contra adversários como Hulk, que passou boa parte do jogo bem marcado e tocando pouco na bola, mas resolveu a semifinal num lance de craque: uma finalização colocada da entrada da área que venceu Léo Jardim.
Se não conseguia com Hulk, o Galo tentava infiltrar na área em velocidade com Scarpa e Paulinho (bastante xingado no primeiro jogo na Colina como rival), além de outros fortes nomes que seu elenco ostenta. No Vasco, as melhores armas eram procurar Vegetti na área pelo alto ou esperar por um lance individual de brilhantismo de Coutinho.
O fato de poder tirar lições tranquilas e menos alarmantes após a eliminação é um fator positivo no panorama geral do clube. A Copa do Brasil foi um torneio de mais baixos do que altos desde o título de 2011. Desta vez, o Vasco cai de pé, pressionando um dos times mais fortes do país num duelo de bom nível em uma semifinal nacional. Só assim se trilha o caminho das conquistas.