A estreia do Botafogo na Copa do Brasil de 2024 foi uma boa chance para o elenco rodar e dar passagem a jogadores menos utilizados por Artur Jorge, na partida de ontem, contra o Vitória, no Nilton Santos. Porém, no fim das contas, foi Eduardo, uma estrela mais do que habitual nesta equipe, que fez o gol do triunfo por 1 a 0. O resultado deixa o alvinegro com vantagem para o jogo de volta, em Salvador, no dia 21.
O Botafogo precisa de apenas um empate para avançar às oitavas de final da competição. Derrota por um gol de diferença leva aos pênaltis. Por dois ou mais, o alvinegro será eliminado. Pelo Campeonato Brasileiro, o time volta a campo no domingo, às 18h30, contra o Bahia, novamente no Estádio Nilton Santos.
O jogo de ontem mostrou que vem se tornando um padrão no alvinegro fazer gols na esteira de bons momentos durante o segundo tempo. Foi assim, por exemplo, que o time venceu as suas últimas duas partidas, contra Universitario (Libertadores) e Flamengo. Isso mostra um grupo que sabe ter paciência para estudar o jogo até a chance de definição se apresentar, e um treinador que se mostra um bom estrategista de intervalos. Agora, são cinco vitórias seguidas, por três competições distintas.
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Diante de uma maratona de jogos recentes, Artur Jorge precisou poupar grande parte dos titulares. Dos que iniciaram a vitória no clássico do domingo passado, no Maracanã, apenas John, Lucas Halter, Eduardo e Luiz Henrique também começaram a partida de ontem. Porém, isso gerou uma configuração que resultou em um primeiro tempo praticamente improdutivo do alvinegro.
A começar por Luiz Henrique, que precisou atuar como o centroavante — Júnior Santos vinha sendo improvisado na posição na ausência de Tiquinho Soares, lesionado —, e estava claramente fora de sua posição de conforto, ao jogar de costas para o goleiro. Pela direita, Diego Hernández não consegui se encontrar e Jeffinho deu sequência a uma fase ruim, tendo muita dificuldade na continuidade nos lances e enfeitando de maneira desnecessária. O passe para o gol não esconde isso totalmente.
Primeiro tempo ruim
O problema de criação também estava no meio, com Patrick de Paula, que ainda demonstrou falta de ritmo. A ausência de Tchê Tchê — diagnosticado por infecção intestinal, mas já recebeu alta do hospital — pode representar oportunidades para o camisa 8. Porém, ainda será preciso mais tempo para readaptação.
Esses problemas criaram o cenário para uma primeira etapa sem chutes a gol de ambos os lados. E o Vitória, mesmo com uma postura mais recuada e com cinco defensores, tinha mais finalizações. Inclusive, em um lance no início do segundo tempo, quase abriu o placar. Após uma série de erros no meio alvinegro, Matheuzinho saiu sozinho pela direita e rolou para Dudu na área, que só não marcou porque escorregou.
Foi nesse momento que Artur Jorge decidiu mover suas peças e fez mudança tripla, lançando Júnior, Danilo Barbosa e Óscar Romero. As alterações provocaram mudança quase que instantânea, não só na parte técnica como na postura da equipe. Menos de dez minutos depois, a torcida comemorava.
O paraguaio — fez grande partida e surge de vez como alternativa no setor de criação — pegou a bola que veio da defesa e foi o maestro de uma bonita troca de passes, que envolveu Júnior Santos, antes de chegar a Eduardo, que tabelou com Jeffinho e bateu no cantinho de Lucas Arcanjo. Assim como contra o Universitario, o camisa 33 surpreendeu na jogada de infiltração e decidiu a partida
— É fundamental que ele possa estar dentro da zona de finalização. Jogador de ligação muito forte e que nos ajuda na decisão no último terço. Com gols feitos, melhor ainda. Ele está voltando de lesão, à procura da melhor condição. Acredito que possa ter mais impacto na equipe daqui para frente — disse Artur Jorge sobre o meia.
Com o resultado na mão, essa equipe alvinegra vem aprendendo a ser sólida e segurar os resultados positivos. O placar de ontem ainda poderia ter sido maior no Nilton Santos, mas Júnior Santos e Savarino tiveram os seus gols anulados no campo por impedimento e confirmados pelo VAR.