São Paulo e Palmeiras sem favoritos pelas quartas de final da Copa do Brasil
Abel Ferreira tem um time formado e jogadores de mais qualidade no elenco. Dorival Junior mudou o espírito do time tricolor
Por Robson Moreli
03/07/2023 | 03h00
O duelo entre São Paulo e Palmeiras pelas quartas de final da Copa do Brasil nesta semana vai ser um bom teste para as duas equipes. Não há favoritos. Digo isso pela rivalidade das equipes e respeito que um time tem pelo outro. O São Paulo não queria enfrentar o Palmeiras e também o Palmeiras não queria enfrentar o São Paulo.
O time de Abel Ferreira é mais maduro, forjado em mais de dois anos. Tem jogadores entrosados e de mais qualidade, de modo a infernizar os marcadores rivais em qualquer campo. Alguns foram poupados do jogo do fim de semana com o Athletico. Há muita sinergia entre eles, diferentemente da equipe de Dorival Jr.
Abel Ferreira, do Palmeiras, observa o treinamento dos seus jogadores. Foto: Cesar Greco/ SE Palmeiras
O São Paulo melhorou depois da saída de Rogério Ceni e a contratação de Dorival, embora os números dos dois nesta temporada sejam parecidos. Mas não dá para comparar um com o outro.
Dorival deu alegria e confiança ao elenco. Tirou o elefante pesado das costas do grupo que Ceni gostava de pendurar. Recuperou atletas e montou um esquema minimamente razoável e competitivo. É um time em formação, apesar do contrato do técnico até o fim do ano. Os jogadores entregam nas partidas tudo que podem. Luciano está melhor, perde gols, mas não se cansa de tentar. Foi dele o gol contra o Fluminense no sábado.
Calleri continua sendo o atacante mais perigoso do Morumbi. Rony e Calleri têm cheiro de gol. São perigosos e sabem o que fazem na área. Não dá para piscar com eles.
A torcida tem sido uma boa aliada dos times. O Tricolor tem jogado para 50 mil pessoas. O Palmeiras registra 40 mil faz tempo. A diretoria do São Paulo pratica preços de ingressos mais em conta do que a do Palmeiras. Esse, aliás, tem sido um dos motivos das manifestações da organizada. Há uma comunhão sendo construída entre a presidente Leila Pereira e seu par Júlio Casares. Já trocaram estádios e tentam ampliar parceria e harmonia.
O estádio com torcida única nessa decisão paulista na Copa do Brasil é um fracasso das partes. Não há vontade para reunir novamente as duas camisas. Isso dá trabalho. As pessoas que tocariam esse retorno de duas bandeiras não estão a fim de trabalhar mais. O dinheiro é o mesmo com uma só cor no estádio. Não entendem que estão matando a beleza das bandeiras diferentes. Ninguém no futebol fala mais disso, como se o formato atual estivesse respondendo a contento. Não está.
Abel tem mais variações de jogadas. Pode insistir pelas pontas. Pode aproveitar os atletas de meio para tocar e ficar com a bola. Pode até tentar ligação direta com Weverton. Dorival vai organizar o time para igualar a condição em casa, sua maior chance de ganhar. Terá um dia a mais para se preparar. Rato, Maia e Nestor estão atuando bem. Vai ser um belo jogo para acompanhar.