Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 30 de junho de 2024

COPA AMÉRICA: SELEÇÃO PODE ESCOLHER O CONFRONTO OU RECONQUISTAR A CONFIANPA DA TORCIDA E DA IMPRENSA COM ALEGRIA
 
 

A seleção de 94 brigava. Com vocês da imprensa, que cobravam mudanças na escalação — primeiro foram os jornalistas cariocas, que exigiram a volta de Romário e conseguiram; depois, os paulistas, que queriam Roberto Carlos no lugar de Branco e fracassaram. Com os torcedores, que vaiaram atuações ruins em jogos das Eliminatórias e até em amistosos. E entre si. A entrada em campo de mãos dadas, que começou na goleada sobre a Bolívia em Recife e virou uma marca da conquista do tetra, demonstrava uma união que não era inabalável no vestiário. Havia brigas por um lugar entre os titulares, questionamentos ao sistema tático, ciúmes, desentendimentos. Mas, de alguma forma, todos esses confrontos serviram de motivação para erguer a taça (o que o capitão Dunga fez proferindo palavrões dirigidos a todo mundo que o criticou, enquanto o técnico Parreira a oferecia aos brasileiros dizendo “Pode tocar que é nossa”).

Pode ter sido só um desabafo, mas pode também ser uma continuação da discussão que Danilo teve com um torcedor depois da estreia. “Aqui não tem ninguém de brincadeira, rapaz!”, gritou o capitão, em resposta a uma cobrança. É difícil traçar o perfil de quem está enchendo os estádios da Copa América nos jogos da seleção. São migrantes com saudade do futebol brasileiro, endinheirados que ignoraram a cotação do dólar para comprar passagens e ingressos, estrangeiros de camisa amarela? Provavelmente uma mistura de tudo isso. E certamente uma amostragem que não representa o conjunto da torcida brasileira. Esse raciocínio poderia levar à conclusão de que não vale a pena se indispor com essa galera. Mas, além de jovens, os comandados de Dorival são humanos.

O que aconteceu na noite de sexta-feira, em Las Vegas, foi que o Brasil jogou bem e goleou o Paraguai, com lances fantásticos de Vini e boas atuações de quase todos os titulares. Poderia ser um momento para desfrutar e começar a reconquistar a alegria e a confiança de uma torcida que — não sem razão — anda descrente e distante da seleção. Esse, talvez, seja o maior desafio de Dorival, que não é pessoalmente afeito ao conflito. Unir-se contra tudo e contra todos funcionou em 94 e, de certo modo, na “família Scolari” de 2002. Mas virou tragédia, com Parreira e Felipão juntos, em 2014. Cada treinador e cada jogador escolhe seu caminho. Cada jornalista e cada torcedor tem suas preferências. Na minha, lambretas e canetas combinam mais com sorrisos do que com palavrões.


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