O frustrante empate sem gols com a Costa Rica, na estreia na Copa América 2024, fez a seleção brasileira ser a maior vítima de um padrão observado nestas primeiras partidas da competição. As principais equipes estão sofrendo ao encontrar adversários mais fechados, não conseguindo traduzir em gols o domínio que exercem no jogo. Um dos fatores para isso pode ter relação com os campos no torneio serem menores que o habitual. Hoje, às 22h (de Brasília), contra o Paraguai, o time de Dorival Júnior tentará se recuperar.
Foram 19 finalizações brasileiras contra apenas duas dos costarriquenhos, que se blindaram em boa parte do tempo. Para além da pouca efetividade nos chutes e da falta de movimentações treinadas, o campo reduzido foi um fator. Nos Estados Unidos, o padrão está sendo de 100 metros de comprimento por 64 de largura, uma redução em relação ao que a Fifa pratica: 105 por 68.
— A gente não tem nenhuma desculpa, mas, com certeza, os campos atrapalham. A qualidade, você vê na Eurocopa e aqui, é completamente diferente. E, além disso, este ano eles diminuíram as medidas dos campos para nos dificultar mais ainda — afirmou Vinícius Júnior.
A novidade já era bem sabida quando as seleções chegaram aos Estados Unidos, mas agora vem se mostrando na prática. Dos estádios da Copa América, 11 dos 14 pertencem a times da NFL, a liga de futebol americano, e o país conseguiu convencer a Conmebol a deixar os campos menores, algo que a Fifa não permitirá na Copa do Mundo de 2026.
E não foi apenas o Brasil que sofreu com isso. A Argentina, mesmo tendo vencido os dois jogos até agora, penou para ganhar do Chile por 1 a 0, com gol de Lautaro Martínez no apagar da luzes, mesmo tendo feito 22 a 3 em finalizações. Uruguai, México e Estados Unidos também encontraram dificuldades contra adversários inferiores.
— Apesar de todos nós treinarmos muito em campo reduzido, você vai encontrar dificuldade quando se tira a amplitude e a profundidade. Tem menos espaço para quem está defendendo percorrer. A Costa Rica jogou numa linha de cinco, sempre tinha um jogador sobrando. Quatro ou cinco metros fazem muita diferença para esse balanço. Praticamente não tem espaço para infiltrar atrás da última linha — analisou ao GLOBO o treinador Jair Ventura.