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Jill Ellis (foto), dos Estados Unidos, e Sarina Wiegman, da Holanda: duas mulheres dirigem os times que fazem a final da Copa do Mundo feminina, hoje
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Na coletiva, Tite não falou sobre deixar a Seleção: contrato até 2022
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Rio de Janeiro — Adenor Leonardo Bachi atingirá, hoje, o nível mais alto de estresse no comando da Seleção Brasileira. Do anúncio da saída do fiel escudeiro Edu Gaspar para o Arsenal à primeira partida como treinador do Brasil no Maracanã, às 17h, contra o Peru, foram 62 dias de desgastes psicológicos, físicos, nos relacionamentos e até na imagem.
Um ano e um dia depois da eliminação nas quartas de final contra a Bélgica, em Kazan, a permanência do gaúcho de Caxias do Sul no cargo para as Eliminatórias rumo ao Catar-2022 e a Copa América de 2020 será colocada em xeque. Na coletiva antes da final, Tite teve que responder sobre o assunto. “2022 é o contrato que o Tite manteve com a CBF, com o Rogério (Caboclo, presidente da Confederação)”, resumiu. E não aceitou mais perguntas sobre o assunto: “Já respondi”.
A Confederação Brasileira de Futebol jurou mais de uma vez a manutenção de Tite no cargo independentemente do desfecho da Copa América. No entanto, o Correio lista alguns motivos que podem ter levado o treinador a, no mínimo, repensar a continuidade. Há problemas acumulados dentro e fora das quatro linhas em 62 dias. Confira.
7/5/2019
A saída de Edu Gaspar
O coordenador de seleções, uma das exigências de Tite, anunciou a saída do cargo para assumir um convite do Arsenal, da Inglaterra. Diante da proposta do clube inglês, o treinador da Seleção esperava que o atual mandatário, Rogério Caboclo, se esforçasse para apresentar uma contraproposta capaz de convencer o executivo a permanecer na função. Edu se despede hoje.
17/5/2019
O adeus de Sylvinho
A comissão sofreu mais uma baixa no dia do anúncio dos convocados para a Copa América. Um dos homens de confiança de Tite, Sylvinho aceitou oferta do ex-jogador Juninho Pernambucano para assumir o Lyon, da França. Ele comandaria a Seleção no Pré-Olímpico da Colômbia e em Tóquio-2020, em caso de classificação. Outra vez, a CBF deixou Tite desapontado.
1/6/2019
A crise Neymar
Acusado de estupro por Najila Trindade, enquanto treinava na Granja Comary, em Teresópolis, o atacante virou um fardo para Tite. O treinador tentou blindá-lo ao máximo, mas teve de cortá-lo após a lesão no tornozelo. Um dos vice-presidentes da CBF, Francisco Noveletto, afirmou que Neymar pediria o desligamento. A presença do pai do craque no vestiário em Brasília, embora autorizada por Tite, também desgastou.
5/6/2019
Relações perigosas
Tite sempre tentou manter certo distanciamento da relação com políticos. Disse que não iria ao Palácio do Planalto, antes ou depois da Copa da Rússia. Tentou se manter neutro nas eleições. No entanto, a aproximação da CBF com Jair Bolsonaro ficou clara com as presenças constantes do presidente. A Argentina chegou a citar a presença do chefe do Executivo na carta de reclamação enviada à Conmebol.
18/6/2019
Promoção perigosa
Depois do empate por 0 x 0 com a Venezuela, Tite foi questionado se a promoção do filho Matheus Bachi ao cargo de auxiliar na vaga deixada por Sylvinho não seria antiética, um caso de nepotismo na CBF. Surpreso e ao mesmo tempo constrangido, defendeu o herdeiro: “Tenho muito orgulho da capacidade dele”.
22/6/2019
Reinvenção
Como se não bastasse disputar a Copa América em casa sem Neymar, Tite ouviu vaias contra a Bolívia e a Venezuela e foi obrigado a reinventar o time. Dos titulares no primeiro jogo, quatro não começarão a final contra o Peru: Richarlison, David Neres e Filipe Luís perderam as vagas, respectivamente, para Gabriel Jesus, Everton Cebolinha e Alex Sandro.
28/6/2019
Sofrimento
Tite sofreu horrores nas quartas de final contra o Paraguai. Com um jogador a mais durante praticamente o segundo tempo inteiro, só avançou às semifinais na decisão por pênaltis graças ao milagre do goleiro Alisson e ao acerto de Gabriel Jesus. Na semifinal, triunfou por 2 x 0, mas teve menos posse de bola do que a Argentina e tomou sufoco até o gol de Roberto Firmino.
7/7/2019
Dia D
Tite chega à final blindado por uma defesa que não sofreu gol nesta Copa América e com rumores de que deve pedir para deixar o cargo independentemente do resultado da final. Em dois meses, a CBF soltou duas notas oficiais reafirmando a confiança no trabalho de Tite. Rogério Caboclo reforçou a intenção de mantê-lo em entrevista ao programa Bem, Amigos, do SporTV. Cenas do próximo capítulo ao término de Brasil x Peru.
BRASIL (4-3-3)
Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Sandro; Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho; Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Everton
Técnico: Tite
PERU (4-2-3-1)
Gallese; Advincula, Zambrano, Abram e Trauco; Yotún e Tapia; Carrillo, Cueva e Flores; Paolo Guerrero
Técnico: Ricardo Gareca
Transmissão
Globo e SporTV
Tempo real
df.superesportes.com.br
Árbitro
Roberto Tobar (Chile)