Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo terça, 29 de outubro de 2024

CONVERSANDO COM AS ESTRELAS (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS)

CONVERSANDO COM AS ESTRELAS

José de Oliveira Ramos

As estrelas, quantas serão?

Ontem, após executar algumas tarefas domésticas e tomar uma boa chuveirada, daquelas de deixar a água cair com vontade e sem pensar em desperdício, vesti a parte inferior da roupa de dormir, coloquei a espreguiçadeira no alpendre e fui conversar com as estrelas.

Uma conversa daquelas “olhando no olho”. Sem titubeio.

Prometi a elas – as estrelas – que contaria um sem número delas até cansar. Quando cansasse, fisgaria a última contada e a chamaria para a tal conversa.

E foi assim. Contei centenas, milhares, e até acho que fiquei próximo do milhão.

Parei, quando tive a impressão que uma daquelas estrelas já havia sido contada.

– Ei, será que já contei você? Perguntei.

– Provavelmente não. É que, de longe, e daí de onde você está, todas parecemos iguais. Me informou a estrela…. Maria? Lourdes? Dalva?

– E quantas são vocês, daqui de onde eu posso ver? Indaguei.

– Somos tantas e outras tantas sequer podem ser vistas sem equipamentos especiais. Mas, são facilmente vistas apenas com a imaginação. Segredos do nosso firmamento, que está anos luz distante de vocês.

– Como assim, com a imaginação? Indaguei de novo.

– Assim, veja: feche os olhos! Bem fechados! Agora, imagine que está vendo uma de nós. A mais bela que você pretender ver. Fechou os olhos?

– Fechei! Respondi.

– Feche os olhos e volte o pensamento para os céus. Você vai conseguir ver, e repito, sem equipamento especial.

– Meus olhos estão fechados. O que devo fazer agora? Perguntei.

– Veja aquela que não se move. Ela tem um nome. Você a está vendo?

– Estou. Ela parece ser familiar. Respondi.

– Ela é realmente familiar. É uma pessoa da sua família terrena que não está mais entre vocês, claro. Me informou a estrela…. Dalva!

E era realmente a minha estrela materna. Fixei o olhar e matei a saudade. Quase fiz uma pergunta, mas ela parecia muito distante e, mais ainda, parecia estar muito ocupada, cuidando de mais um de nós. Foi quando resolvi aprofundar a conversa olho no olho.

Resolvi perguntar: – estrela, você tem uma liderança? Alguém que conduza vocês a alguma galáxia, a algum lugar? Perguntei, como Repórter que fui.

– Temos sim! Vocês que não tem!!! Respondeu a estrela Dalva com certo ar de deboche.

– Temos. Com certeza temos. Afirmei.

– Não. Vocês não têm liderança. Se vocês tivessem uma liderança, as coisas aí não estariam como estão.

– Mas, aquele que… Fui interrompido pela estrela Dalva.

– Não. Aquele não é líder. Ele nunca sabe de nada. Não consegue sequer contar dez nos dedos das duas mãos! Afirmou a estrela.

Fiquei atônito com a precisão da afirmação da estrela, e refletindo com o cadarço que segura o pijama, fiquei mais aflito.

É. Quem eu pensava que era líder, realmente não sabe de nada, e jamais vai poder contar até dez nos dedos das duas mãos.

– E, estrela, o que devemos fazer agora, se nem líder temos? Perguntei.

– Vocês devem se preparar melhor. Vem chumbo grosso por aí, e não é nenhuma chuva de meteoros.

É. As estrelas sabem das coisas. Afinal, são de outro mundo.

“Olhar o céu, as nuvens, a lua e as estrelas realmente faz com que eu me sinta calmo e esperançoso”.


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