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Segundo a Fecomércio, é normal que haja maior movimento nos dias que antecedem o Natal, mas, apesar de dentro da previsão, as vendas estão fracas
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Cerca de 400 mil brasilienses devem ir às compras nos dias que antecedem o Natal, estima o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista). Edson de Castro, presidente da entidade, afirma que o número é baseado na quantidade de pessoas que tem ido às lojas desde segunda-feira. “Shoppings e feiras estão cheios, e a tendência é piorar. No dia 24, o comércio fechará às 19h, por conta dos consumidores atrasados”, aponta. O horário de funcionamento dos estabelecimentos foi estendido mesmo com redução de 33,3% dos compradores, em relação ao ano passado, quando 600 mil compraram presentes às vésperas da festividade.
No entanto, para Izabela Freitas, 24 anos, o movimento de dezembro surpreendeu. A atendente de uma loja de maquiagens no Brasília Shopping afirma, porém, que houve queda em relação a 2019. “A Black Friday aqui foi muito fraca, mas na primeira semana de dezembro o fluxo cresceu bastante. Até o dia 24, esperamos que aumente ainda mais”, conta. A loja em que trabalha funcionará das 9h às 23h, até a véspera de Natal.
Rayana Torres, 20, foi às compras procurar uma roupa para a noite de Natal. “Todos os meus presentes já estão comprados”, afirma a jovem, estagiária em um escritório de consultoria financeira. Também para evitar aglomerações, outra opção encontrada por Rayana foi adquirir tudo em uma loja só.
Renata Monnerat, gerente de marketing do Brasília Shopping, observa que as compras ocorrem de forma diluída neste ano. “O shopping não está lotado. O movimento tem sido mais comedido por conta da pandemia, mas acontece de maneira intermitente ao longo do dia”, afirma.
Apesar da queda de consumo, as vendas estão dentro da previsão estimada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF). De acordo com o presidente da instituição, Francisco Maia, a expectativa era de aumento de 2,2% nas vendas em relação a 2019. “É normal que haja maior movimento nos dias que antecedem a data, mas, apesar de dentro da previsão, as vendas estão fracas. É o Natal das compras pequenas, porque as pessoas não estão com muito dinheiro”, aponta.
“Novo comprar”
Karol Ribeiro, 41, é gerente em uma loja de sapatos e bolsas femininas. Ela conta que, desde a semana passada, quando o estabelecimento passou a funcionar em horário estendido, o movimento vem crescendo. “A gente observa que as clientes tomam muito cuidado. Se a loja está muito cheia, esperam esvaziar um pouco antes de entrar. As pessoas idosas têm vindo cedo, pela manhã, ou mais tarde, por volta das 21h”, observa, acrescentando que todas as pessoas que frequentam a loja mantêm o distanciamento de segurança e têm a aferição medida na entrada do shopping, além de usar máscara o tempo todo.
A gerente Karol Ribeiro afirmou que o movimento diminuiu, mas que há novos canais de vendas. “As pessoas têm comprado muito por WhatsApp, onde observamos um aumento expressivo. Muitas compram e vêm apenas buscar, usando o drive-thru do shopping, e outras pedem para receber em casa”, relata.
Não são todos os consumidores, no entanto, que gostam de comprar de maneiras diferentes. Jacy Barbosa, militar de 49 anos, que estava acompanhado das filhas Letícia, 13, e Mariana, 18, não costuma comprar pela internet. “Gosto de ver o que estou comprando. Além disso, as entregas não chegariam a tempo”, afirma. “Viemos só para comprar o que está faltando, a ideia é terminar hoje mesmo”, completa o morador do Jardim Botânico. Ele e as filhas observam que há menos movimento nas lojas. “Shoppings, que normalmente são mais vazios, estão recebendo mais pessoas. Mas, percebemos que as lojas estão mais cautelosas e adotando as medidas de segurança”, pontua.