Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 21 de novembro de 2019

CONFIANÇA, MAS CONDICIONAL

 

Confiança, mas condicional

CNI aponta alta da confiança do empresário industrial. Os índices podem prenunciar uma recuperação mais firme, mas a conexão está longe de ser imediata

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

21 de novembro de 2019 | 03h00

Empresários confiantes sinalizam tempos melhores, ensina a sabedoria tradicional. Se essa relação mais uma vez se confirmar, os brasileiros encontrarão uma boa notícia em pesquisa recém-apresentada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Um título animador abre o material divulgado: “Confiança cresce e reforça expectativa de recuperação da economia”. A informação parece combinar muito bem com os dados positivos do terceiro trimestre – crescimento da produção industrial, aumento do consumo e expansão dos serviços, num ambiente de inflação contida e juros em queda. Mantendo a tendência de alta iniciada em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu 3,2 pontos e atingiu em novembro o nível 62,5, puxado pela avaliação das condições presentes e também pela expectativa de melhores negócios nos próximos seis meses.

Mas a aposta baseada nesses indicadores nem sempre é segura. O Brasil estaria bem melhor se atividade e emprego refletissem mais prontamente e mais fielmente os índices de confiança empresarial. Deve haver uma falha de comunicação entre a melhora de humor dos empresários, tal como apontada nas sondagens, e o dia a dia dos negócios.

 Entre novembro de 2016 e o mês atual, a média do Icei foi de 54,6 pontos. No entanto, a recuperação da economia, depois da recessão, foi lenta e ainda perdeu impulso no primeiro semestre deste ano, com o desemprego sempre acima de 12% da força de trabalho.

O último levantamento, referente ao terceiro trimestre, mostrou 12,5 milhões de desempregados, equivalente a 11,8% da população ativa. As condições de emprego pouco refletiram, se tiverem refletido, as fases de maior confiança. O emprego, pode-se ponderar, sempre segue com atraso a retomada depois de uma recessão. Mas a recessão acabou há mais de três anos, há quase quatro, de fato.

O Índice de Condições Atuais subiu de 52,7 pontos em novembro do ano passado – logo depois das eleições – até 55,6 em fevereiro de 2019 e em seguida caiu, atingindo o mínimo de 47 em julho. A partir daí houve recuperação até 56,3 em novembro. O Índice de Expectativas seguiu trajetória paralela, mas sempre acima de 60 pontos, até bater em 65,6 na sondagem recém-divulgada. Os números podem parecer cansativos e áridos, mas seria imprudente deixá-los de lado.

Entre a eleição presidencial e o começo do ano, o Icei e seus componentes seguiram uma rota ascendente. Os sinais de confiança eram fortes, mas nunca se traduziram em efetiva melhora da economia ou em redução significativa do desemprego. Tudo se passou como se os empresários, embora otimistas em relação ao novo governo, tivessem esperado até o começo do ano sinais claros de recuperação econômica – ou, pelo menos, de medidas claras de estímulo. Não houve a resposta esperada. Depois de fevereiro, o Índice de Condições Atuais despencou e atingiu o mínimo de 47 pontos em julho. Entre abril e julho, ficou sempre abaixo de 50, que é a linha divisória – sempre, portanto, dentro da área negativa.

O Índice de Expectativas ficou sempre acima de 60 e chegou ao mínimo de 60,8 pontos em maio, oscilando, a partir daí, em valores mais altos. A esperança, portanto, sempre superou a percepção das condições presentes, mas nunca foi recompensada até os sinais de melhora no terceiro trimestre. Detalhes importantes: o emprego industrial continuou estagnado e os estoques, embora com ajuste, permaneceram acima do nível desejado. Convém lembrar esses pontos ao avaliar os indicadores de confiança do empresário industrial. Os índices podem de fato prenunciar uma recuperação mais firme. Mas a conexão está longe de ser imediata. O governo deveria levar isso em conta.


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