Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Dad Squarisi - Dicas de Português segunda, 03 de setembro de 2018

CONCORDÂNCIA: VERBO SER

 

Concordância: verbo ser

Publicado em português

É ou são? Ops! Trata-se do verbo ser. Ele é complacente. Ora aceita uma forma, ora outra. Ora as duas. Especial, recebe tratamento diferenciado. Na concordância, a gramática lhe reserva capítulo à parte.

Hoje é 2 de setembro? Ou são 2 de setembro? Cem reais é muito? Ou são muito? É quase duas horas? Ou são quase duas horas? Dúvidas. Muitas dúvidas.

 Sem rigidez

O verbo ser tem a cintura mais flexível do português. Nunca toma posição firme. Ora considera o sujeito simpático. Vai pro lado dele. Ora o predicativo o atrai mais. Eterno infiel, passa pro lado de lá.

Nem tudo é flores ou nem tudo são flores? O verbo olha para flores. Acha-as simpáticas, coloridas e cheirosas. Decide: Nem tudo são flores. Em outras horas, lembra-se do que aprendeu na escola (o verbo concorda com o sujeito). Muda de lado: Nem tudo é flores.

Qual a forma correta? Ambas.

Jogo duplo

Com o ser, quase sempre as duas construções estão corretas. Há apenas três casos em que ele é durão. Inflexível, aceita apenas um número — ou é singular, ou é plural.

  1. É uma hora. São três horas.

Na indicação de horas, o verbo só tem olhos para o predicativo. Concorda com o número que diz as horas: É meio-dia e meia. Seria uma hora da tarde. Eram umas 11 horas da noite.

Cuidado. Às vezes o número é antecedido por expressões que indicam aproximações. Fique frio. O verbo continua o mesmo: Seriam quase duas horas quando ele chegou. São cerca de seis horas de voo. Eram mais ou menos três horas quando o presidente fez o anúncio.

  1. Um é pouco, dois é bom, três é demais.

Deu-se conta? As expressões de quantidade, medida, peso, valor, tempo — como é muito, é pouco, é suficiente, é caro, é barato — são invariáveis. Não ligam para o sujeito. Com elas, só o singular tem vez.

Veja exemplos: Dois mil reais é muito. Vinte quilos é suficiente. Dois minutos é muito para quem está com dor de dente. Vinte reais é menos do que o produto vale.

  1. Eu é que digo. Nós é que sabemos.

A expressão é que se chama expletiva. Significa que pode cair fora. Desprezada, não concorda com nada nem com ninguém Mantém-se invariável: As rosas (é que) são belas. Nós (é que) somos patriotas. Eles (é que) sabem a resposta.

É isso. Na língua como na vida, nem todos são iguais perante as regras. Alguns são mais iguais. É o caso do verbo ser. As três letrinhas nadam de braçadas nos privilégios.


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