COMPARAÇÕES
Foto: Alamy
Quando saí de casa, o dia ainda não havia clareado totalmente. Como se o sol já estivesse acordado, mas resistisse à ideia de sair da cama.
Logo que cheguei à praça onde costumo fazer minhas caminhadas, vi passar uma jovem.
Andava rápido, como um praticante de marcha atlética, mas, com tanta suavidade, que os pés pareciam não tocar o chão.
Tinha as feições delicadas, como uma fada de livros infantis. E usava um vestidinho tão curto, que parecia uma blusa, deixando à mostra as pernas brancas, como se fossem de mármore.
De repente, ela parou perto de um carro estranho. Parecia saído de um filme de ficção científica. Entrou nele rapidamente, olhando para os lados, como se o furtasse.
No instante seguinte, o veículo flutuou no ar, como uma pluma erguida pelo vento, e partiu em direção ao espaço. Rápido e silencioso, como uma flecha.
Permaneci ainda alguns minutos olhando para o céu. Movimentando-me tanto quanto a estátua que há no meio daquela praça.