Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Eduardo Santos - Crònicas Cheias de Graça domingo, 18 de dezembro de 2022

CLUBES DO RECIFE NOS ANOS 30 (CRÔNICA DE CARLOS EDUARDO SANTOS, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

CLUBES DO RECIFE NOS ANOS 30

Carlos Eduardo Santos

 

Em outra oportunidade afirmei que o ser humano por sua natureza gregária parece haver sido destinado à vivência em congregações, formando a sociedades, povos e nações.

Desde as sociedades primitivas, sobretudo as indígenas, se tem notícia de comunidades que vivem harmônicas, protegendo-se entre si sob códigos específicos.

Em momento algum, agricultores, industriários, comerciários e bancários, dentre muitas outras profissões modernas, deixaram de ter suas vistas voltadas para a interação de suas famílias através de associações.

Procuraram se juntar a esses grupos solidários entre si que foram formando culturas aprimoradas pela constante identificação dos objetivos sociais, esportivos e culturais, que se denominaram: Clubes Sociais.

Tudo isso reflete sinais de que a arte maior de nossas vidas não é ditada apenas pelas religiões, mas se constituem simplesmente o exercício da arte de conviver em harmonia.

A segunda metade dos anos 30, no Recife, foram pródigas na fundação de clubes sociais. Vivia-se aquela Recife ainda provinciana, como se ainda desejando ser a “Cidade Maurícia”.

Naqueles anos as pessoas eram avaliadas por sua inteligência e habilidades. Em nosso meio quase tudo estava por fazer. A modernidade viria muitas décadas à frente.

Jornal Pequeno, 9.07.1931. Coleção Pedro Salviano Filho

Mas, foi nessa época que foram surgindo, em maior quantidade, os idealistas, fundando clubes e criando soluções para que eles permanecessem por muitos anos em funcionamento.

Tais iniciativas buscavam proporcionar à população em geral meios de divertimentos sadios, e ao mesmo tempo, ampliar a cultura de seus descendentes.

O Satellite Club do Recife, que nem sede possuía, era uma agremiação fechada, formada por rapazes ligados ao Banco do Brasil, destinada apenas ao futebol e fez sucesso durante 10 anos até ser incorporada pela AABB em 1939.

Nesse tempo juntava-se com bancários para organizar campeonatos, participando da Liga Bancária de Futebol Amador de Pernambuco.

No Cajueiro, foi fundada a ACA – Associação Cajueirense de Atletismo, em Afogados o Atlético Clube de Amadores e o Motocolombó Esporte Clube; na Torre o JET – Juventude Esportiva da Torre, que viria a se transferir para o bairro dos Coelhos, alterando o nome de Jet Clube do Recife.

O Yolanda Futebol Clube, no bairro do Jiquiá, surgiu por iniciativa do inglês Harry Black, um dos donos da Cia. Fábrica Yolanda, que fez um campo para a prática do futebol e desenvolveu atividade social.

O América Futebol Clube foi outro grêmio que desenvolveu boa atividade dançante, mas se especializou em futebol. Sua sede era na Estrada do Arraial, em Casa Amarela.

Os recortes de jornais de 1930 nos falam que um dos organizadores do Satellite Club do Recife, era Lourenço da Fonseca Barbosa – Capiba – compositor, escritor, poeta, pintor e jogador de futebol.

A frequência e ampliação de tais iniciativas esportivas, culturais e sociais vieram possibilitar a criação de um “clube de verdade”, formado apenas por funcionários, que tomou o nome de Associação Atlética Banco do Brasil, instituição que se mantem em funcionamento pleno há mais de 80 anos, com um quadro de quase 4.000 associados e invejável patrimônio, situado no antigo Sítio dos Moreira, nas Graças.

Complexo esportivo-social da AABB, nas Graças


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