Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão domingo, 16 de maio de 2021

CLUBES DE ASSINATURA DE LIVROS GANHAM MAIS LEITORES E SE PROLIFERAM NA PANDEMIA

 

Clubes de assinatura de livros ganham mais leitores e se proliferam na pandemia

Minha Pequena Feminista, Clube F, Armas da Crítica, Bússola e Histórias Irresistíveis são alguns dos novos serviços de assinatura de livro

Maria Fernanda Rodrigues, O Estado de S. Paulo

15 de maio de 2021 | 05h00

Thais Marotta assina o Minha Pequena Feminista para Maria Luiza e João Pedro
Thais Marotta assina o Minha Pequena Feminista para Maria Luiza e João Pedro Foto: Taba Benedicto/Estadão

Julia Plein Amar sempre gostou de ler e nunca saía de uma livraria sem um livro novo. E então ela entrou na faculdade, depois conseguiu um emprego e não sobrava mais tempo para ir escolher o livro nem para a leitura. E veio a pandemia. Achando que só vendo séries ela não chegaria a lugar nenhum, a administradora de 31 anos decidiu que era hora de retomar o antigo hábito, mas quis experimentar algo novo: um clube de assinatura de livro.

Julia voltou a ler, e tem sido surpreendida pelos livros que chegam na caixinha da TAG Inéditos. Por exemplo, ela conta que amou A Garota Que Não se Calou, da nigeriana Abi Daré – um livro que talvez ela não descobrisse sozinha. Este mês, ela e os cerca de 36 mil assinantes desta modalidade do clube vão receber o primeiro inédito de um autor brasileiro a integrar o projeto: Gostaria Que Você Estivesse Aqui, o segundo romance de Fernando Scheller, jornalista do Estadão, que ainda será lançado pela HarperCollins. 

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“Uma coisa que faz toda a diferença, principalmente nesse momento de pandemia, é o carinho que a gente sente em cada caixinha que chega. O time da TAG pensa em tudo com muito carinho e isso transparece na decoração da caixa, no mimo, nas revistas, nas músicas. Eu me sinto abraçada cada vez que chega uma caixinha”, diz Julia.

 
 
Julia Plein Amar
Julia Plein Amar redescobriu o prazer de ler depois que assinou a TAG Foto: Werther Santana/Estadão

Inspirada no lendário Círculo do Livro, a gaúcha TAG foi uma das primeiras a se aventurar neste mercado, em 2014. E é hoje o maior clube de assinatura para adultos do País, com 70 mil associados em suas três modalidades (Inéditos, Curadoria e no novato Grow, de desenvolvimento profissional). Nessa mesma época, nasceu o Leiturinha, também líder, mas entre os serviços de assinatura para crianças. São nada menos do que 180 mil assinantes.

A chegada de Julia à TAG não é um fato isolado. Gustavo Lembert, um dos sócios-fundadores, diz que aumentou muito a procura desde o começo do isolamento social. Em 2019, ela tinha 45 mil associados. Em 2020, 58 mil (no final desse ano, chegou o primeiro investidor externo). E a previsão é fechar 2021 com até 80 mil leitores. “Não há o que se comemorar numa pandemia, mas entendemos que, nesta situação, as pessoas se abriram a novas experiências e muitas delas perderam o medo de comprar pela internet. Sem contar que estamos todos meio carentes e a TAG acaba sendo um respiro, aquela hora de abrir a caixinha e dar um sorriso. Um presente que nos damos. E é menos uma tomada de decisão, o livro só chega”, comenta. 

TAG e Leiturinha, que cresceu 12% no último ano, são líderes, mas nunca estiveram sozinhas. Entre as editoras que investem nesse modelo de negócios, está a Intrínseca, que não revela o número de assinantes do Intrínsecos, de 2018, mas, segundo Heloiza Dau, diretora de Marketing, o clube cresceu 124% no último ano. A ideia é se aproximar cada vez mais de seus leitores fiéis e conquistar um novo público. 

De Fortaleza e comandado por Daniel Herculano e Lívia Menezes desde 2016, o Clube Box também viu sua base de clientes crescer na pandemia – em torno de 25%. Trata-se de um serviço para leitores cinéfilos, ou vice-versa. Na caixa, vem sempre um filme, um livro (que já ganhou alguma adaptação para o cinema ou TV ou tenha a ver com esse universo), algum objeto cinematográfico e uma camiseta feita especialmente para o kit do mês.

 

Clube Box
Clube Fox mira os cinéfilos Foto: Clube Box

Do ano passado para cá, esses e os outros clubes vêm encontrando novos concorrentes. Na pandemia, com as livrarias fechadas e mais gente em casa, assistimos a uma invasão (boa) de novos serviços de assinatura. Todos com valores parecidos (algo em torno de R$ 60) e cada um com a sua cara: alguns com ‘mimos’, outros com conteúdo extra impresso ou online, quase todos com a promessa de mandar o livro antes de ele chegar às livrarias, às vezes descontos em outros livros, acesso a cursos e por aí vai, dependendo da criatividade e do objetivo de cada um. E todos em busca de leitores, e de uma alternativa de modelo de negócio.

Malê, por exemplo, criou o Clubelê em outubro, e as assinaturas viabilizaram o fluxo de lançamentos da editora. “Nosso diferencial é apostar em edições inéditas especiais e exclusivas da literatura escrita por autoras negras”, conta o editor Vagner Amaro. Também do fim de 2020, a Boitempo criou o Armas da Crítica, com livros para “ajudar o leitor a interpretar o mundo”. 

A estreante livraria online Dois Pontos, de Ciça Pinheiro e Ana Paula Rocha, inaugurada mês passado, também tem um clube de não ficção cuja proposta é enviar livros sobre temas da contemporaneidade e que funcionem como uma espécie de introdução ao assunto abordado nele. Os primeiros assinantes do Bússola, bem como do Histórias Irresistíveis, para obras de ficção, começaram a receber seus kits esta semana. 

Livraria e clube nascem juntos, e conversam entre si na proposta de contextualizar as obras escolhidas. E, como o foco do clube é o livro, não vem mais nada na caixa além dele e de uma sobrecapa com conteúdos extras. “Queremos nossa energia e nosso investimento no prazer do livro e da leitura”, explica Ciça.

Bazar do Tempo apresentou, em março, seu clube feminista, o Clube F, só com obras escritas por mulheres – Virginia Woolf foi a primeira.

E, por falar em feminismo, outra novidade recente é o infantil Minha Pequena Feminista. A idealizadora Mayara Reichert, formada em biotecnologia e leitora, conta que a ideia é selecionar livros com protagonistas meninas e que tenham uma diversidade de personagens e de situações. “Vi nos livros um jeito de levar um pouco de feminismo para as crianças. Livros conseguem tocar a família toda”, comenta a empresária de 28 anos. O projeto está crescendo, e ela sabe que tem um longo caminho para se consolidar – diz, por exemplo, que precisa investir mais na comunicação e nos materiais. Mas a ideia é boa.

 

Minha Pequena Feminista
Clube Minha Pequena Feminista tem planos para quatro faixas etárias Foto: Minha Pequena Feminista

Thais Arruda Marotta, frequentadora assídua de livrarias antes da pandemia, queria começar a conversar com Maria Luiza, de 8 anos, sobre empatia, diversidade e inclusão e descobriu o Minha Pequena Feminista. “É uma curadoria voltada para o que eu estava procurando e a carta que vem junto me ajuda. Assinei para a minha filha, mas, nessa sociedade em que vivemos, com esta cultura do machismo, sinto que está sendo muito bom para o João Pedro também.” Aos 4, ele não absorve tudo, mas é um começo. 

Conheça alguns clubes de assinatura de livros

  • TAG

 

Kit Tag
Kit da TAG com romance inédito do jornalista Fernando Scheller Foto: TAG

O maior para adultos, com 70 mil associados. São três clubes: Curadoria, Inéditos e Grow (negócios e profissão), com livro, revista sobre a obra, mimo e conteúdos online. Preço: A partir de R$ 55,90

  • Histórias Irresistíveis e Bússola

Clubes da livraria Dois Pontos. O primeiro, de ficção. O segundo, de não ficção. As obras vêm embaladas numa contracapa de conteúdo. Preço: R$ 59,90

  • Armas da Crítica

Lançamentos antecipados da Boitempo que ‘ajudam a interpretar e transformar o mundo’. Com brinde, versão também em e-book e desconto no site. Preço: R$ 68

  • Intrínsecos

Inéditos da Intrínseca em edição exclusiva. Com revista e brinde. Preço: R$ 59,90

  • Clubelê

Obras inéditas da Malê, escritas por mulheres negras. Preço: R$ 54,90

  • Clube F

 

Bazar do Tempo
Clube F., da Bazar do Tempo Foto: Bazar do Tempo

O clube da Bazar do Tempo só envia livros escritos por mulheres – com brinde e QR code para acessar outros conteúdos, desconto no site, etc. Preço: R$ 60

  • Minha Pequena Feminista

Para crianças até 13 anos, livros com protagonistas meninas sobre empoderamento, igualdade de gênero, empatia e sororidade. Com carta para adulto. Preço: a partir de R$ 35

  • Clube Box

Para cinéfilos, com livro (que inspirou filme ou série) DVD, camiseta exclusiva, brindes. R$ 99 


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