ALAN RIOS
CRISTIANE NOBERTO*
Publicação: 04/07/2019 04:00
Pedestre se protege do frio da manhã: Instituto Nacional de Meteorologia prevê dias mais gelados e com menos umidade relativa do ar
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De manhã, ao sair de casa, agasalhos e toucas se tornam indispensáveis. Pouco tempo depois, o calor toma conta e as roupas precisam ser mais leves. Na tarde, fica difícil respirar devido à seca. E, em seguida, volta o frio. Essa é a rotina do brasiliense no inverno. Além do incômodo do tira e põe das vestimentas, a variação traz uma série de doenças. Ontem, o Distrito Federal registrou a menor temperatura do ano: 7,7° C. No período mais quente do dia, os termômetros marcaram 28ºC e a umidade relativa do ar caiu para 20%.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que as temperaturas continuem com variação alta e que a umidade relativa do ar caia um pouco mais. Ao longo da história, o Distrito Federal registrou dias bem mais frios do que ontem. Em 30 de junho de 1985, a capital teve a menor temperatura medida: 1ºC. Em 31 de julho do mesmo ano foi registrada a segunda mais baixa na capital — 1,6ºC. Já o período de estiagem mais longo ocorreu em 1963, com 164 dias sem chuva. Hoje, Brasília completa um mês de seca.
A auxiliar de serviços gerais Darcilena Francisca da Silva, 40 anos, sentiu o frio de ontem. “Estava mais frio do que o normal, senti na madrugada e de manhã, tanto que saí de casa com três blusas. Amanheci com a garganta irritada, não sei se foi por conta do frio”, contou. Quem também adoeceu foi Fábio Emanuel Batista, 36. “Saio de casa às 4h para ir ao trabalho. Tenho de ir agasalhado, com touca e roupa de frio bem reforçada, mas, mesmo assim, nesses dias, estou um pouco gripado, com nariz entupido e um pouco de dor de cabeça”, disse o faxineiro.
Baixa resistência
Especialistas dizem ser possível passar por esses períodos do ano sem ficar doente. “A barreira primária de proteção das vias aéreas é o nariz. Quando há queda ou aumento importante da temperatura, a resistência dessa barreira acaba diminuindo e as pessoas ficam resfriadas, por exemplo”, explica Larissa Macedo de Camargo, otorrinolaringologista do Hospital Santa Lúcia.
Outro fator que ajuda a proliferação de vírus é que nos períodos de frio as pessoas costumam se aglomerar mais e procurar lugares fechados. “Isso é nocivo porque facilita que as bactérias fiquem mais tempo no ar”, comenta a especialista. O ideal é se proteger do frio com roupas que protegem áreas sensíveis do corpo, como pescoço, manter uma boa hidratação, higienizar as mãos e nariz constantemente e manter uma avaliação preventiva com profissionais da saúde.
Idosos e crianças precisam tomar cuidados redobrados. Walter Ananias, 72, diz que se preveniu neste inverno. “Nesses dias de mudanças de temperaturas os mais velhos sofrem. Eu não tive nenhum problema porque tomei a vacina contra a gripe e me cuido bem. À tarde, bebo muita água e me alimento sem nada pesado”, ensina o aposentado. Marcelo de Souza, 42, se preocupa com a filha, de 9 anos. “Criança também sempre preocupa nessa época, a Anna Clara já ficou gripada e, às vezes, recorremos ao posto de saúde.”
Recordes
Frio
1ºC 30 de junho de 1985
1,6ºC 31 de julho de 1985
Seca
164 dias 1963
Fonte: Inmet
* Estagiária sob supervisão de Renato Alves