CLAUSTROS
Luís Edmundo
Pelas arcadas altas e sombrias
Destes claustros sinistros e tristonhos,
Anda o segredo místico dos sonhos
Das brancas monjas pela morte frias.
E o som dos passos, que nas galerias
Rolam numa cadência combalida,
Não acordam jamais a história e a vida
Dessas que foram como a luz dos dias.
Pois, como os claustros, esses claustros, onde
O misticismo que domina esconde
Dos monges tudo que a sonhar levaram,
Há corações tristonhos e doridos
Que guardam de outros tempos, tempos idos,
O segredo de tudo que sonharam.