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O espetáculo fica em cartaz até 13 de abril no Ginásio Nilson Nelson
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Mar Gonzalez é chefe da equipe de costura de Ovo
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Belo Horizonte — O Cirque du Soleil chega a Brasília em 5 de abril. O espetáculo Ovo está em turnê no Brasil pela primeira vez. Cores, acrobacias, malabarismo, contorcionismo… Os atos performáticos são encantadores, mas o trabalho de bastidores também é incrível. O Correio esteve em Belo Horizonte — primeira cidade brasileira a receber a apresentação, que retrata uma colônia de insetos.
Antes do show, um passeio pelo backstage. Dá para imaginar a dimensão da produção e a logística por trás das exibições. Ainda assim, observar os detalhes é surpreendente. O Cirque chega ao Brasil, de navio, com 250 contêineres. Dentro do país — e daqui para os países vizinhos da América do Sul — os equipamentos seguem viagem em 23 caminhões. Inclusive, a estrutura de montagem começa dois meses antes das datas de apresentação — ou seja — a preparação do Ginásio Nilson Nelson começou em fevereiro.
Fora do palco, os 50 artistas têm estrutura completa para diversas atividades. Há uma academia completa baseada em pesos livres. Entre os materiais, até um saco de pancadas está disponível. Eles têm rotina e físico de atletas, logo, uma dieta balanceada é programada por nutricionistas e preparada por um chef próprio. Um restaurante é montado e são servidas opções saudáveis e variadas, já que o grupo é composto por pessoas de 25 países.
As fantasias, outro show à parte, demandam cuidado especial. Então, o Cirque traz a própria lavanderia e estrutura de costura para ajustes e reparos. Mar Gonzalez, líder desse setor, revela como essa operação é complexa. “Viajamos com os figurinos, cada artista tem três, se somarmos chapéus e sapatos, são mais de mil peças. Trazemos as máquinas de lavar, máquinas de costura, secadoras… É muita coisa”. As roupas são lavadas todos os dias, e os sapatos pintados semanalmente.
A equipe responsável pelo figurino é formada por quatro integrantes fixas e dois locais em cada cidade para auxílio e com tarefas bem definidas. A cautela é justificada. “A estilista fez um trabalho muito detalhado, ela observou cada inseto em microscópio para captar os detalhes antes de começar a desenhar. Foi um trabalho muito interessante. Eu adoro o figurino, porque eles são muito coloridos, têm muita alegria”, revela Gonzalez.
A equipe de Mar Gonzalez é composta por mulheres de nacionalidades distintas. Espanha, Austrália, França e Coreia do Sul. Nicolas Chabot, assessor de imprensa de Ovo, comentou sobre o ambiente internacional. “Eu costumo de chamar de Organização das Nações Unidas da Costura e Organização das Nações Unidas das Acrobacias. São muitos países envolvidos”, brinca ele, que é canadense.
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Sala de costura do Cirque du Soleil
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Percussão posicionada atrás do palco
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Tupiniquins
Claro que os brasileiros também estão presentes. Entre eles, uma das três protagonistas, Neiva Nascimento, e a autora, diretora e coreógrafa de Ovo, Deborah Colker, — as primeiras nascidas no Brasil a desempenharem esses papéis no Cirque. Além dela, Martin Alvez (artista de fita em suspensão) e Emerson Neves (treinador chefe).
A música também é típica do Brasil. Carimbó, forró, maracatu, funk e outros estão entre os gêneros. Para isso, claro, músicos brasileiros. Eles tocam ao vivo, atrás do palco, enquanto assistem às apresentações por telas posicionadas ao lado dos instrumentos. Ocorre dessa forma para que, caso algo não caminhe bem nos atos, eles possam manter a faixa até que tudo se normalize e a sequência siga. O versátil maestro toca, dá direções pelo comunicador e rege os musicistas. Tudo isso, atento aos monitores.
O palco também guarda curiosidades. Toda a estrutura de palco, pela primeira vez neste formato de arena no Brasil, demora 15 horas para ser montada. Entre um ato e outro, os jogos de luzes e a atmosfera rítmica entretêm a plateia enquanto a equipe prepara o cenário. Por exemplo, se em um momento você tem uma corda bamba, tudo escurece e algo distrai a plateia enquanto a produção ergue uma rede de segurança e prepara aparatos suspensos para os trapezistas. Tudo muito rápido, resultado de ensaios exaustivos e dedicação de toda a equipe.
Ovo tem duas horas de duração divididas igualmente por um intervalo de 20 minutos. O tempo, que passa como um piscar de olhos, deixa marca profunda na memória. O resultado é mágico.
* O estagiário, sob supervisão de Igor Silveira, viajou a convite do Cirque du Soleil
Ovo — Cirque du Soleil
Ginásio Nilson Nelson (SRPN). De 5 a 13 de abril. Os preços das entradas inteiras variam de R$ 260 a R$ 900. Confira os horários e valores detalhados no site do Correio.