Depois de qualificar de “desumanidade” e “canalhice” os ataques de moradores da cidade de Paracaima a venezuelanos refugiados em Roraima, Ciro Gomes caprichou na frase concebida para virar manchete: “Pela primeira vez senti vergonha de ser brasileiro”. Pela primeira vez, convém ressaltar.
O país agora sabe, portanto, que Ciro não ficou envergonhado com outras agressões impostas por brasileiros bem mais conhecidos que os envolvidos nas agressões em Roraima às vítimas da ditadura bolivariana. O Brasil decente, por exemplo, sentiu vergonha a cada aparição de Lula nos palanques de Hugo Chávez, ou a cada afago de Dilma Rousseff em Nicolás Maduro.
A diáspora venezuelana não teria alcançado as dimensões que hoje exibe sem o apoio incondicional dos governos do PT aos socialistas de galinheiro que arruinaram a economia do país vizinho e assassinaram o Estado Democrático de Direito. Nada disso fez Ciro Gomes sentir vergonha de ser brasileiro.
Como confessou no começo de julho, Ciro apoiou Lula durante 16 anos “sem faltar um só dia”. O apoio incondicional foi mantido mesmo nos dias em que Lula fez o diabo como comparsa dos responsáveis pela tragédia da Venezuela.