Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 18 de outubro de 2022

CIGARRAS: CANTORIA CHEGOU E DIVIDE OPINIÕES ENTRE BRASILIENSES

 

Cantoria das cigarras chegou e divide opiniões entre brasilienses

O canto dos machos para atrair as fêmeas reverbera pelos pilotis do Plano Piloto. Nas árvores da cidade, é fácil encontrar casulos vazios deixados pelos adultos da espécie, após a metamorfose. O som de algumas pode chegar ao nível de decibéis semelhante ao de uma motosserra. Há quem se incomode e quem aprecia

CS
Carlos Silva*
CE
Clara Espinoza*
postado em 18/10/2022 06:00
 
 
 13/10/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Cidades. Epoca das Cigarras.  -  (crédito:  Ed Alves/CB)
13/10/2022. Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Cidades. Epoca das Cigarras. - (crédito: Ed Alves/CB)

Com a proximidade da primavera, o canto das cigarras toma a cidade. Esta época marca o período de acasalamento desses insetos. O som alto e repetitivo que reverbera entre os pilotis do Plano Piloto é a forma que os machos da espécie usam para atrair as fêmeas. Entre os brasilienses, a opinião é dividida, há quem se encante e quem se irrite.

  • José dos Reis é acostumado com o canto e garante não se incomodarEd Alves/CB
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O período de reprodução das cigarras ocorre na fase mais quente e úmida do ano, da primavera ao verão. "Em Brasília, nas áreas urbanas, existem de sete a dez espécies de cigarras. Cada uma vai ter o seu modo de vida e seu canto diferenciado. Elas aparecem neste período, porque, durante a evolução desses organismos, as cigarras se adaptaram para saírem do solo e viverem como adultos no início da estação chuvosa", explica Paulo César Motta, zoólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB).

Ninfas

Apesar de a fase adulta durar entre dois e três meses, após isso, as cigarras morrem. O inseto na etapa em que fica estritamente no subsolo, quando é chamado de ninfa, é bem longevo para um artrópode. "Não sabemos, ao certo, quanto tempo elas vivem debaixo da terra, mas estima-se de 3 a 7 anos. Nos Estados Unidos, algumas espécies podem existir nessa condição até 17 anos", detalha Motta.

Sob a terra, as ninfas se alimentam principalmente da seiva de raízes (floema e xilema). Depois de amadurecerem, elas saem do solo, sobem no tronco das árvores e criam um casulo para desenvolver asas, passando pela metamorfose. É essa casquinha (exúvia) que vemos nas árvores espalhadas pela cidade. Alguns minutos depois, o macho está pronto para começar a cantoria.

Esfregar das asas

O som emitido pelas cigarras é produzido ao esfregar das asas em um par de estruturas abdominais chamadas timbales, e elas conseguem controlar e amplificar a cantoria. Nesse show, algumas espécies atingem até 120 decibéis. O equivalente ao barulho de uma motosserra ou um trovão.

A reação do público à cantoria é variada. Para a professora Gianna Xavier, 64 anos, a sinfonia é uma manifestação que impressiona e ensina sobre o funcionamento da natureza. Em Brasília há 25 anos, ela ficou impressionada ao descobrir dessas cantoras. "Uma das primeiras vezes que ouvi esse barulho e vi uma cigarra grande das que tem por aqui foi quando eu esperava meu ônibus na W3, eu nem sabia que tinha" revela a moradora da Asa Norte. Apesar de o barulho atrapalhar no momento das aulas, a professora particular de idiomas, se alegra com esta época. "Quando elas começam a cantar é porque anunciam a chuva e que esse calor e essa seca vão passar. Às vezes incomoda, mas é bom", brinca.

José dos Reis, 36 anos, trabalha com reforma de elevadores na Asa Norte e está acostumado com as cantoras. Vindo do interior do piauí, o barulho característico da estação não é novidade. "As cigarras só param de cantar quando morrem, elas cantam até morrer. Não tem como evitar, é coisa da natureza. Eu não me importo muito, você se adapta àquele barulho", garante.

Dividir a atenção do dia a dia com a música das cigarras pode ser estressante quando é preciso trabalhar ouvindo a cantoria. Giselle Rayane, 23, era vendedora em uma loja na Asa Norte e tentava ignorar e focar a mente. "Às vezes, a gente quer um pouco de silêncio quando está fazendo alguma tarefa e é complicado se concentrar com o barulho. Quando estou atendendo algum cliente ou lidando com alguma demanda da loja, preciso ter paciência. É um barulho muito chato o dia todo, eu realmente não gosto", desabafa.

*Estagiários sob a supervisão de Guilherme Marinho


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